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Atuação da extensão rural com araucária no Paraná estimula produção de pinhão

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Transferência de tecnologia e extensão rural foi o tema do evento on-line “Araucária: pesquisa, inovação e tecnologias para sistemas de produção”, realizado em 12/11.

O papel da extensão rural foi destacado pelo pesquisador da Embrapa Florestas, Ivar Wendling, moderador do evento: “Precisamos de uma extensão rural forte e atuante, para apoio efetivo ao produtor rural. No caso de cadeias produtivas como erva-mate e araucária, isso é bem importante. Queremos tirar a araucária de uma posição de espécie marginal na economia e, para isso, precisamos de tecnologias e parcerias. Com isso, podemos fazer com que as informações cheguem aos produtores para fazer girar a roda da economia. E colocar a araucária como uma espécie importante novamente na questão econômica e ambiental”. O moderador ressaltou que a ideia é “discutir o sistema de produção para que a espécie possa, efetivamente, voltar a despertar o interesse em seu plantio e, consequentemente, acabar conservando a espécie mediante seu uso, mas também como opção de renda aos produtores”.

Amauri Ferreira Pinto, coordenador estadual de florestas plantadas do IDR-Paraná abordou o plano de atuação da extensão rural com araucária no Paraná. “Um dos nossos objetivos é fazer a araucária voltar a fazer parte da questão econômica do estado”, explicou Amauri. A espécie está em terceira colocação no valor bruto de produção (VBP) entre os produtos não-madeireiros do estado (R$ 22 milhões), mas conta com uma série de entraves para melhor se desenvolver. “Um grande problema hoje está na legislação, que gera insegurança jurídica para plantar e conduzir florestas com araucária. Isso refletiu na queda de produtores atendidos e em área plantada com araucária”, avalia Amauri.

Nos próximos cinco anos, o IDR-Paraná vai trabalhar com foco no estímulo à produção de pinhão como fonte de renda aos produtores rurais. Para isso, um amplo programa começou em 2019 abrangendo 92 municípios de cinco regionais: Curitiba, Ponta Grossa, Irati, União da Vitória e Guarapuava, que estão na região de ocorrência da Floresta Ombrófila Mista, onde está a araucária. “O IDR-Paraná quer ajudar a organizar a cadeia: este é o primeiro fator a ser trabalhado”.

Como fatores críticos de sucesso, o palestrante apontou a baixa organização da cadeia produtiva; técnicos não capacitados na tecnologia de produção; a falta de acesso a mercados institucionais e rede varejista; além da falta de sistema de informações sobre mercado e comercialização. Para isso, o IDR-Paraná vai atuar em algumas frentes, como o incentivo à formação de alianças de produtores, chamada Alianças P3 (propriedade produtora de pinhão); capacitação de técnicos e viveiristas; worskshops de gastronomia; inserção do pinhão na merenda escolar; agregação de valor por meio de novos produtos; centrais de processamento, com uma experiência piloto em Bituruna/PR; desenvolvimento de polos turísticos, com Rotas do Pinhão; e desenvolvimento de critérios de certificação.

Com diversas metas, como 40 unidades de referência implantadas, 600 produtores assistidos diretamente, 100 mil mudas enxertadas plantadas, 150 técnicos capacitados em seleção e enxertia de materiais produtivos e com qualidade, 21 eventos para 1200 produtores (caso seja possível em virtude da pandemia), 10 alianças P3 constituídas e beneficiárias de equipamento para industrialização, o objetivo é revolucionar e estimular o ambiente, com aumento de renda aos produtores e triplicar o VBP estadual com pinhão. “Queremos estimular a conservação pelo uso, não pela restrição. Desconheço algum lugar no mundo em que a conservação pela proibição tenha resultado em alguma coisa. Com a conservação pelo uso, a gente consegue chegar em algum lugar”, finalizou.

O evento on-line “Araucária: Pesquisa, Inovação e Tecnologias para Sistemas de Produção” é organizado pela Embrapa Florestas e conta com a parceria do IDR-Paraná, Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

A palestra de Amauri Ferreira Pinto e as demais palestras desse painel estão disponíveis no Canal da Embrapa no Youtube.

 

 

Manuela Bergamin (MTb 1951/ES)
Embrapa Florestas

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