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Inta apresenta protocolo de mudas clonais e melhoramento genético da erva-mate na Argentina

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Foto: Captura de tela

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A pesquisadora do Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria da Argentina (Inta), Sandra Patricia Molina, falou sobre o tema “Protocolo para produção de mudas clonais de erva-mate na Argentina”, durante o Painel “Produção de Mudas e Melhoramento Genético”, realizado em 05/11.

O Painel fez parte do evento on-line "Erva-mate XXI: inovação e tecnologias para o setor ervateiro", organizado pela Embrapa Florestas com apoio do IDR Paraná, Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

A palestra abordou a experiência do INTA no processo de propagação vegetativa de erva-mate no país. Molina iniciou falando sobre as vantagens e desvantagens de se utilizar plantas adultas e plantas jovens na clonagem. “Sabemos que as plantas jovens têm maior facilidade de enraizamento e com o passar do tempo essa capacidade vai diminuindo. Quando plantamos um material é porque ele tem características interessantes para propagar, por isso utiliza-se um material adulto, porém esbarra-se no inconveniente da diminuição da capacidade de enraizamento”, explica.

Molina resumiu o histórico dos trabalhos do INTA em prol do melhoramento genético da erva-mate. Com início nos anos 1950, os estudos começaram com a utilização de substâncias hormonais, seguiram com o uso de idades distintas de estacas, até o uso de terras desinfetadas e túneis de polietileno. Já na década de 1976, deu-se início aos trabalhos de melhoramento de erva-mate por método de seleção clonal. A partir de então, foi ajustado um protocolo de propagação para tornar mais eficiente o enraizamento. Em 2003, a técnica deste sistema foi aprimorada, utilizando areia e bandejas suspensas. Esta metodologia clonal permitiu a instalação de um jardim clonal com 68 materiais pré-selecionados e a multiplicação de clones que fazem parte de uma rede de ensaios e de ensaios regionais.

 

Testes e resultados

A pesquisadora apresentou alguns resultados do sistema de bandejas suspensas, com enfoque na influência da presença ou não de folhas no processo de enraizamento. “Encontramos uma grande correlação entre na estaca morta e a perda de folhas, um problema comum na Argentina. E que existe um período crítico de queda da folha remanescente, que se dá principalmente durante o primeiro mês de estaquia. Por isso temos que assegurar uma umidade elevada no ambiente para reduzir essa porcentagem de queda de folhas. Também constatamos que se a estaca estiver enraizada, a planta sobrevive mesmo sem as folhas, pois começa a gerar brotos que vão substituir a folha remanescente ”, explica.

Os estudos avaliaram também as funções do substrato, visando melhorar a porcentagem do enraizamento, como a qualidade do sistema radicular (número e comprimento das raízes). Para tanto, foram avaliados oito diferentes tratamentos, como casca de arroz carbonizada, casca de araucária, vermiculita, entre outros. “De todos os ensaios, os melhores resultados obtidos foram com a casca de arroz carbonizada, sozinha ou em combinação com vermiculita e a casca de araucária, abundante aqui na região.

De acordo com Molina,também se avaliou que tipo de estaca seria mais adequada para o enraizamento, segundo diferentes comprimentos e diâmetros. “Nos diâmetros menores que 7mm tivemos as maiores porcentagens de enraizamento, assim como um número maior de raízes. Também encontramos diferenças de conteúdo de amiloplastos (composto presentes na medula das plantas) em distintos materiais genéticos na mesma classe diamétrica”, explica.

Outros experimentos realizados pelo Inta buscaram avaliar a influência do sexo das plantas no enraizamento (não sendo considerado este um aspecto significativo), e da época do ano sobre a porcentagem de enraizamento, tendo sido encontrado para este aspecto um valor significativo. Segundo a pesquisadora, as melhores porcentagens de enraizamento ocorrem na primavera-verão, quando a planta começa a entrar em crescimento ativo e a gerar brotos.

Os estudos também avaliaram o efeito do sexo da planta-mãe e a época da estaquia e constataram também que os maiores valores de enraizamento se encontraram nos meses de primavera-verão. “Também se observou uma tendência decrescente no enraizamento em todos os genótipos à medida que a época de estaquia avançou do verão ao outono. Outra observação foi que nos meses de novembro a abril, o sexo masculino registou os maiores valores de enraizamento. Observou-se também que a capacidade de enraizamento varia entre os genotipos de erva-mate”, concluiu a pesquisadora.

A íntegra do Painel está disponível no Canal da Embrapa no Youtube.

 

Manuela Bergamin
Embrapa Florestas

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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