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Atuação do IDR-PR em erva-mate envolve eixos ambiental, social e econômico

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Organizado pela Embrapa Florestas com apoio do IDR Paraná, Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o evento on-line "Erva-mate XXI: inovação e tecnologias para o setor ervateiro" teve seu 3º Painel realizado em 19/11. O tema foi transferência de tecnologia e extensão rural.

Amauri Ferreira Pinto, coordenador estadual de florestas plantadas do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - IDR-PR, apresentou as ações desenvolvidas com erva-mate pela instituição para aumentar a produção e a rentabilidade do produtor. O IDR-PR atua, hoje, com 151 municípios produtores de erva-mate, produzindo cerca de 510 mil toneladas e gerando um Valor Bruto de Produção (VBP) de aproximadamente R$ 600 milhões (dado oficial de 2018).

Com início em 2016, os trabalhos do IDR com erva-mate se concentram nos municípios produtores, localizados na região centro-sul do Paraná, que incluem União da Vitória (maior produtora do estado), Cruz Machado, Irati, Curitiba, Guarapuava, Ponta Grossa e Pato Branco. “As ações atualmente envolvem toda a cadeia produtiva da erva-mate, produtores rurais, indústria, distribuidores, pensando nas alternativas de mercado, e os consumidores e suas reais necessidades para os produtos advindos dela”, explica.

Ferreira Pinto citou uma série de ações necessárias para o trabalho com a erva-mate, que envolvem os eixos ambiental, social e econômico. Na questão ambiental, o IDR optou por trabalhar com o sistema de ervais sombreados, “pois é o sistema agroflorestal mais rentável do Brasil, e que confere uma maior qualidade do produto e, com isso, um mercado mais aberto”, diz.

Já dentro do eixo econômico, Amauri Ferreira Pinto mostrou que, de acordo com dados comparativos, “Um hectare de erval bem manejado pode ser uma vez e meia mais rentável que a cultura da soja, sem desmatamento ou emissão e carbono”. Os benefícios dessa cultura no âmbito social tem sido o baixo êxodo rural e alta sucessão familiar, quando comparado a outros sistemas de produção, já que a erva-mate está concentrada em propriedades de agricultura familiar.

 

Desafios

Um ponto sensível abordado, e que vem sendo trabalhado pelo IDR junto aos produtores de erva-mate, tem sido o enquadramento à legislação ambiental. Isso porque os ervais sombreados ocorrem dentro da mata nativa e, para tanto, necessitam se adequar às Boas Práticas agropecuárias, tanto para proporcionar maior produtividade, quanto para não incorrer em erros de conduta. “A Constituição Federal, o Novo Código Florestal Brasileiro, a Lei da Mata Atlântica e a Lei de Florestas Plantadas, de certa forma, deixam o produtor em dúvida com a questão jurídica da sua atividade. Por isso, o IDR tem trabalhado dentro de cada lei, procurando dar segurança aos produtores, para que eles não fiquem sob risco”, explica.

Na palestra, foram tratados também os principais desafios do IDR, como o aumento da qualidade dos produtos, a redução dos custos de produção e industrialização, agregação de valor, intensificação da pesquisa aplicada, dentre outros aspectos. Segundo Amauri Ferreira Pinto, temas prioritários da cadeia produtiva vêm sendo trabalhados: pesquisa, tecnologias de industrialização, implantação de Unidades de Referência, capacitação, assistência técnica e extensão rural, por meio, também da atuação de entidades não oficiais, como ONGs.

Além disso, o IDR tem apoiado o surgimento de novos produtos e mercado, bem como de modelos de certificação de sustentabilidade. “Uma exigência dos consumidores é saber se aquele produto está degradando o ambiente e se está dando renda para a família”, diz.

Amauri Ferreira Pinto encerrou sua apresentação falando das ações que devem ser implementadas nos próximos anos e das potencialidades do mercado de erva-mate. “São enormes: novos mercados e novos consumidores, possibilidades de criação de novos produtos, devido aos 200 componentes da erva-mate, que podem servir de matéria-prima para outros produtos, alimentos, bebidas, cosméticos, produtos de higiene e saúde. Graças a esse potencial a ser trabalhado, temos uma baixa preocupação com a questão de mercado e preços”, diz.

 O 3º painel completo pode ser visto no Canal da Embrapa no Youtube.

 

Manuela Bergamin (MTb 1951/ES)
Embrapa Florestas

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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