Painel discute políticas públicas para erva-mate no Paraná
Painel discute políticas públicas para erva-mate no Paraná
No dia 17/12, foi realizado o último painel do evento on-line “Erva-mate XXI: Inovação e Tecnologias para o Setor Ervateiro”. A Embrapa Florestas encerrou a série de palestras com o tema relacionado à legislação e políticas públicas para a erva-mate. Este evento on-line foi organizado pela Embrapa Florestas e contou com a parceria do IDR-Paraná, Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
José Tarciso Fialho, Chefe do Departamento de Florestas Plantadas da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, tratou o assunto “Políticas públicas para erva-mate no Paraná”, falando sobre a importância social, econômica e ambiental da erva-mate para o Estado do Paraná e para o Brasil. “A erva-mate é o sistema agroflorestal mais rentável do Brasil, totalmente agroecológico. Ela se insere em uma condição que permite ser plantada concomitantemente com araucária, formando um binômio de sustentabilidade bastante importante”, diz.
Os ganhos sociais e econômicos advindos com a erva-mate também foram citados. “No aspecto social, a erva-mate se concentra na agricultura familiar e proporciona as condições favoráveis para a sucessão familiar. É possível ter uma rentabilidade 1,5x maior do que com soja, em um erval nativo bem manejado, e sem desmatar ou sem emitir carbono. Por ela ser uma planta nativa, permite ser explorada sem perder a sustentabilidade”, afirma.
“A erva-mate é o principal produto florestal não madeireiro, característico da agricultura familiar, gera emprego, renda e tributos e permite a sustentabilidade quando plantada com araucária”, enfatiza Fialho. A produção de erva-mate, no Paraná, envolve 136 municípios, gerando 532 mil toneladas, e um Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 590 milhões ao estado. Os 10 municípios maiores produtores, espalhados no centro sul do Estado, representam quase 75% da produção paranaense. 59% da produção é de ervais nativos, “que proporcionam mais qualidade e mais valor agregado” e 44% (o somatório passa de 100%!!) da produção provém de ervais plantados.
Fialho também citou os principais desafios do setor, que envolvem o aumento da qualidade dos produtos, redução dos custos, agregação de valor, capacitação na cadeia produtiva, intensificação de pesquisa aplicada, maior qualidade de vida aos produtores, dentre outros aspectos. Foram citadas várias áreas que vêm recebendo investimentos: a pesquisa científica, redes de suprimentos, tecnologias de industrialização, boas práticas de produção agrícola, créditos, implantação de Unidades de Referência, capacitações e novas formas de assistência técnica e extensão rural (ATERs). “Enfim, tudo que pudermos fazer para melhorar a qualidade do nosso erval”, enfatiza.
Também moderando a última edição do painel, estava a pesquisadora Edina Moresco, que comentou sobre a importância da política estadual de erva-mate, instituída recentemente. “O Paraná teve sua política estadual de erva-mate instituída em 2018, mas foi precursor na discussão e implementação da política nacional de erva-mate, de 2016. Isso porque este é o principal produto não madeireiro do Paraná e do Sul do Brasil e essa política é uma bandeira do senado e do estado”, relembra a pesquisadora.
O Painel completo está disponível no Canal da Embrapa no Youtube.
Manuela Bergamin (MTb 1951/ES)
Embrapa Florestas
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