25/01/21 |   Gestão ambiental e territorial

Parceria com o Censipam vai atualizar os dados do projeto TerraClass Amazônia

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Foto: Júlio Esquerdo/Embrapa

Júlio Esquerdo/Embrapa - Serão gerados novos mapas de uso e cobertura da terra nas áreas desflorestadas da região

Serão gerados novos mapas de uso e cobertura da terra nas áreas desflorestadas da região

Uma parceria entre a Embrapa e o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) vai possibilitar a retomada do projeto TerraClass Amazônia, com a atualização dos mapeamentos de uso e cobertura da terra nas áreas desflorestadas da região. Pelo acordo, firmado em novembro passado, o Censipam deve apoiar a geração de novos mapeamentos e a evolução tecnológica da plataforma digital para disponibilização e análise pública dos resultados.

Executado em conjunto pela Embrapa Informática Agropecuária, Embrapa Amazônia Oriental e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o projeto foi estruturado em 2010 para qualificar os desmatamentos ocorridos na região a partir da produção de mapas sobre o uso e cobertura da terra em todas as áreas desflorestadas identificadas pelo Programa de Monitoramento do Desflorestamento da Amazônia por Satélite (Prodes). Os resultados ajudam a melhorar o entendimento sobre os fatores condicionantes e determinantes dos processos de desflorestamento.

Segundo o diretor-geral do Censipam, Rafael Costa, o acordo dará continuidade ao processo de monitoramento sistemático da Amazônia, visando apoiar políticas públicas voltadas ao desenvolvimento sustentável e subsidiar ações de preservação da biodiversidade nacional. “O conhecimento qualificado sobre o uso e cobertura da terra representa uma ferramenta primordial para a compreensão das dinâmicas sociais envolvidas na questão amazônica e permite planejar ações de forma mais efetiva para promover a proteção ambiental", afirma.

Mapeamentos

Um dos coordenadores do projeto, o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária Júlio Esquerdo explica que os mapas são produzidos a partir de um conjunto de metodologias baseadas em classificação e interpretação de imagens de satélites e trazem a identificação de diversas classes de uso e cobertura da terra estabelecidas nas áreas desflorestadas, entre vegetação secundária, culturas agrícolas, pastagens, áreas urbanas, entre outras. “A partir da série histórica de mapeamentos, é possível analisar as transições ocorridas ao longo do tempo, bem como identificar as principais modalidades de uso da terra estabelecidas após o desflorestamento”, completa.

Atualmente, estão disponíveis os mapas dos anos de 2004, 2008, 2010, 2012 e 2014. Com o novo acordo, serão gerados quatro novos mapeamentos, referentes aos anos-base 2018, 2020, 2021 e 2022. O primeiro mapa a ser produzido será do ano de 2020, com previsão de entrega até dezembro deste ano. De acordo com o coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia e demais Biomas do Inpe, Cláudio Almeida, o aporte de recursos pelo Censipam vai permitir a continuidade deste trabalho ampliando a série histórica, possibilitando novas análises e também análises de uma série mais longa, o que traz ainda mais segurança aos resultados. “A entrada do Censipam como um novo parceiro do projeto consolida ainda mais a vocação do TerraClass de ser o dado oficial do Estado Brasileiro sobre informações de Uso e Cobertura da Terra na Amazônia, garantindo que a sociedade terá a sua disposição informações de alta confiabilidade”, afirma.

Para o pesquisador Adriano Venturieri, chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, com a parceria do Censipam, o TerraClass deixa de ser um projeto da Embrapa e do Inpe e passa a ser da sociedade brasileira. “O TerraClass foi o primeiro projeto no mundo que gerou dados regionais sobre a vegetação secundária na Amazônia, mostrando que essa vegetação ocupa 20% das áreas de floresta da região. É o tipo de informação fundamental para estudos de mudanças climáticas”, exemplifica. Os resultados, segundo o cientista, são utilizados em diversos níveis para o planejamento do desenvolvimento sustentável da Amazônia e também para responder a questões internacionais sobre a ocupação na região.

Plataforma digital

O acordo com o Censipam também vai possibilitar o investimento na melhoria da infraestrutura computacional necessária para a organização, o processamento e a disponibilização dos dados gerados pelo projeto. “A rápida transformação na área de tecnologia da informação e comunicação, com novas ferramentas e funcionalidades, impõe a necessidade de atualização dessas plataformas digitais que são fundamentais para a disponibilização da informação e a gestão estratégica. A parceria com o Censipam será importante também para nos prepararmos para essa evolução tecnológica”, destaca a chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária, Silvia Massruhá.

Hoje, os mapas produzidos pelo projeto podem ser acessados por meio do GeoPortal TerraClass, uma plataforma digital na Internet que oferece ainda um WebGIS com ferramentas para análises interativas. A partir do acordo, a plataforma será atualizada e modernizada, visando o desenvolvimento de um sistema de gestão territorial para o bioma Amazônia. A parceria prevê ainda a realização de treinamentos para técnicos do Censipam sobre o uso e desenvolvimento de ferramentas de monitoramento, sobre tecnologias em sistemas e governança de dados.

 

Graziella Galinari (MTb 3863/PR)
Embrapa Informática Agropecuária

Contatos para a imprensa

Ana Laura Lima (MTb 1268/PA)
Embrapa Amazônia Oriental

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