Substratos isentos de contaminantes resultam em mudas com alto padrão sanitário e fisiológico
Substratos isentos de contaminantes resultam em mudas com alto padrão sanitário e fisiológico
Após figurar em diversas publicações da série Embrapa – livros, boletins de P&D, comunicados técnicos, folders, entre outros -, o tema recebeu uma nova versão atualizada e encontra-se disponível na série Documentos com o título “Informações técnicas sobre substratos utilizados na produção de mudas de hortaliças”.
Na nova versão, as informações técnicas seguem uma linha de abordagem numa linguagem acessível sobre substratos para a produção de mudas de hortaliças em bandejas multicelulares, mais especificamente sobre os tipos de materiais utilizados nas formulações, suas características e recomendações de uso.
Apontado como principal meio de produção de mudas utilizadas na olericultura, os substratos estão diretamente relacionados à qualidade desse material, daí a importância da escolha adequada dessa base para o desenvolvimento sadio das plantas.
“Substratos que sejam isentos de contaminantes, principalmente patógenos e sementes de plantas daninhas, e que sejam irrigados com água de boa qualidade e/ou tratada por filtragem e cloração, habitualmente resultam em mudas com elevado padrão sanitário e fisiológico”, atesta Raphael Melo, pesquisador da área de Fitotecnia da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), que divide a assinatura da publicação com os pesquisadores Marçal Jorge, Francisco Vilela, Ítalo Guedes e o professor Edilson Costa, da Universidade do Estado do Mato Grosso do Sul (Cassilândia).
Melo acrescenta que, a partir desses cuidados, essas mudas após transplantadas facilitam o estabelecimento de uma população de plantas sem falhas, com maior possibilidade de resistência a estresses bióticos (doenças e pragas) e abióticos (calor e seca, por exemplo).
Em resumo, a publicação destaca a importância da utilização de substratos formulados com base em critérios técnicos para a produção de mudas em quantidade, qualidade e praticidade, principalmente se for considerado que a atividade tem atraído cada vez mais produtores que passam a fornecer para olericultores mudas de alto padrão produzidas em seus viveiros.
Nesse sentido, o pesquisador chama a atenção para o fato de que a maioria dos agricultores nas principais regiões de produção de hortaliças do País prefere adquirir mudas de viveiros especializados, mas por outro lado em alguns locais, em razão da logística de transporte e custos, o acesso a substratos comerciais é restrito.
“Dessa forma, diversos resíduos orgânicos são aproveitados para formulação de substratos ‘regionais’ que permitem produzir hortaliças ao longo do ano”, pontua Melo. Como exemplos, ele aponta o Norte e o Nordeste do Brasil onde são utilizados resíduos de troncos de árvores, como o do Cedrinho, no Amazonas, e de palmeiras, como o Buriti, no Piauí. “Esses resíduos após entrarem em decomposição são enriquecidos com esterco e outros compostos orgânicos, resultando nos substratos conhecidos como páus”.
Produção orgânica de substratos
A publicação também contempla uma abordagem sobre a produção de substratos e mudas de hortaliças no sistema orgânico, ao destacar as principais normas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – (MAPA) referentes ao tema, sobretudo o que consta na Instrução Normativa (IR) nº 17, de 18 de junho de 2014, e a exigência do documento certificador por um Organismo da Avaliação da Conformidade Orgânica (OAC) credenciado junto ao MAPA.
Anelise Macedo (MTB 2.749/DF)
Embrapa Hortaliças
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