O ano em que a Embrapa Uva e Vinho completou 45 anos foi marcado por uma crise mundial representada pelo Novo Coronavírus. Um ano atípico, em que tudo foi diferente, exigindo que os gestores da Embrapa Uva e Vinho promovessem as adequações necessárias para manter as entregas da Empresa de Pesquisa para a sociedade brasileira. Confira a seguir como foi o ano na Embrapa Uva e Vinho: O ano de 2020, antes mesmo do aparecimento do Coronavírus, já era um ano desafiador, segundo o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, José Fernando da Silva Protas. Depois da confirmação do atual presidente Celso Moretti, no final de 2019, havia uma grande expectativa por parte das unidades descentralizadas, tanto no processo de mudanças da Diretoria, como nas mudanças estruturais previstas. “Havia muitas possibilidades e incertezas com os rumos da Empresa”, pontua ele. O ano começou e com ele a implantação do sistema integrado de gestão ERP (Enterprise Resource Planning), por meio do projeto Conecta, que está promovendo a integração de 170 processos internos,com o objetivo de oferecer mais agilidade, eficiência e segurança às informações administrativas de todas as Unidades da Embrapa. E quando este processo estava iniciando, no mês de março, Protas comenta que surgiu a pandemia e com ela as deliberações sobre o novo regime de trabalho. “Como medida preventiva para evitar a disseminação do Coronavírus, os profissionais da Embrapa Uva e Vinho passaram a atuar em teletrabalho ou em sistema de revezamento, para garantir ações essenciais de administração, pesquisa, transferência de tecnologia e o atendimento ao público”, complementa. Na sua visão, essa etapa de definição e enquadramento de cada funcionário no novo regime também foi desafiadora, pois era necessário preservar os empregados e conciliar os interesses da Empresa, sem comprometer as rotinas necessárias para a manutenção dos serviços essenciais. Com essa nova realidade teve início uma alteração nas rotinas de Gestão de Pessoas, Gestão Financeira e de Compras, derivadas do ERP, que na sua avaliação não foram bem internalizadas considerando todos os fatores envolvidos. “É muito complexo estabelecer novas rotinas, com parte da equipe em revezamento e outra em teletrabalho. Nessas situações, a presença física da equipe de apoio aos gestores é fundamental e fez bastante falta neste momento delicado”, avaliou. A capacidade de adaptação e a utilização de novas tecnologias, que foram facilitadas pela adoção do G Suite (Gmail e aplicativos do Google Cloud) na Empresa, possibilitaram a realização de reuniões virtuais e o compartilhamento de documentos e agendas, sendo decisivos para o sucesso das realizações no ano. “Essas tecnologias com certeza vieram para ficar”, avaliou Protas. O pesquisador Joelsio Lazzarotto assumiu a Chefia de Administração em agosto. Segundo Protas, aproveitou o início da sua gestão para fazer uma revisão de protocolos e de processos administrativos, visando racionalizar recursos humanos e financeiros, e melhorar a eficiência dos processos. “No mês de outubro, passamos por um outro desafio, com a retirada de todo o orçamento de todas as empresas vinculadas ao Governo Federal. Ficamos sem recursos até para pagar as despesas essenciais, como a água e luz”, pontua Protas. Ele complementa que no final de novembro o recurso voltou para a Unidade, e dessa vez o desafio foi executar todo o orçamento em apenas 15 dias. “Foi um verdadeiro sufoco, pois todo o processo deveria ser realizado no ERP, que ainda estava sendo aprendido pela equipe”. Mesmo com todas as dificuldades, ele celebra que a missão foi concluída com sucesso, graças ao apoio de diversos profissionais de outras áreas da Unidade, que se uniram numa verdadeira força-tarefa para dar conta de todas as demandas. O ano exigiu uma grande organização por parte da equipe técnica liderada pelo chefe de Pesquisa e Desenvolvimento, Adeliano Cargnin, para a manutenção das atividades fundamentais para que os projetos de pesquisa continuassem em execução nos campos experimentais, casas de vegetação e laboratórios, mesmo com toda a mudança de rotina imposta pelo teletrabalho e revezamento. Já na área de Transferência de Tecnologia e de Comunicação, na avaliação do chefe Marcos Botton, o ano foi de desafios e aprendizados, com a implantação de ferramentas de trabalho digitais, que possibilitaram novas formas de conduzir as atividades diárias, seja realizando negociações virtuais com parceiros, assinaturas digitais, eventos virtuais, que resultaram em economia de tempo e recursos. “O ano de 2020 foi um ano de grandes desafios, mas a nossa capacidade de adaptação e superação das dificuldades apresentadas foi superior. Tivemos um ano de aprendizado, no qual nossa equipe demonstrou comprometimento e responsabilidade com a empresa, se reinventando e fazendo o que foi possível para dar continuidade às suas atividades junto aos setores produtivos com os quais atua”, avaliou o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, José Fernando da Silva Protas. E para 2021, o grupo de gestores já elenca uma série de boas notícias, dentre elas lançamentos de tecnologias em parceria com o setor privado previstos para o primeiro semestre destacam-se: o Sistema de Previsão de ocorrência do Míldio para uvas labruscas, uma nova cultivar de macieira, sistema de cultivo da ‘BRS Melodia’ para o Semiárido Brasileiro e o lançamento da sidra saborizada Borkh. Mas também novos desafios, como a troca da Chefia da Unidade, o retorno à normalidade das atividades após a chegada da vacina e a implementação de protocolos de segurança, o fortalecimento das parcerias entre as Unidades da Embrapa, foco na geração de ativos tecnológicos relevantes ao setor produtivo e ampliação do relacionamento com os stakeholders e principais players da iniciativa privada. “Estou certo que seremos capazes de superar os obstáculos e levar a programação da Embrapa Uva e Vinho de uma forma, senão plena, muito satisfatória dentro daquilo que é nossa missão durante 2021”, finalizou Protas.