Estudo gera subsídios para zoneamento ambiental em área de proteção de Rio Claro, no Rio
Estudo gera subsídios para zoneamento ambiental em área de proteção de Rio Claro, no Rio
Construir um zoneamento ambiental é algo complexo e que envolve a consulta a diversos setores e atores interessados. Para facilitar o desenvolvimento desse processo na Área de Proteção Ambeintal (APA) Alto Piraí, no município fluminense de Rio Claro, o pesquisador da Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ) Luiz Fernando Duarte de Moraes conduziu um estudo junto com a bióloga Bárbara Costa Lima, do Programa de Pós-Graduação Profissional da Escola Nacional de Botânica Tropical, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que trouxe alguns resultados interessantes para subsidiar a ação.
O projeto ainda está em andamento e é financiado pela pela Agência da Bacia do Rio Paraíba do Sul (Agevap), e também teve a participação da professora Monika Richter, da Universidade Federal Fluminense, especialista em sensoriamento remoto e análise ambiental, que coorientou o estudo. “Ao contrário de parques nacionais ou reservas biológicas, as APAs são áreas de conservação consideradas de uso sustentável, o que é menos restritivo do que as áreas de proteção integral. Então a proposta foi gerar subsídios para um zoneamento, ou seja, uma ferramenta para orientar a gestão da Unidade mostrando que tipo de intervenção pode ser feita na APA, onde e de que forma”, sintetiza Luiz Fernando.
A intenção é que o plano de manejo da APA Alto Piraí contemple esse zoneamento e indique as zonas mais frágeis ambientalmente, aquelas que necessitam de mais atenção, controle e fiscalização e também as que oferecem oportunidades diversas. “De forma bastante resumida, até o momento foram feitos dois estudos, por meio de ferramentas de sensoriamento remoto, uso de imagens, cartografia e geotecnologias: um para atualização do mapa de uso e ocupação do solo, e outro para análise SWOT – sigla em inglês para forças, fraquezas, oportunidades e ameaças”, explica o pesquisador.
No que se refere à atualização do mapa de uso e ocupação do solo, foram considerados os mais diversos tipos de uso – agricultura, pastagem, floresta, solo exposto, entre outros – e o percentual ocupado por cada um desses usos. “Usamos também uma ferramenta chamada MapBiomas, que traz uma sequência de imagens temporais desde 1985 e, com isso, foi possível ver como foram as mudanças de uso do solo ao longo do tempo, se houve ganhou ou perda de florestas, aumento ou diminuição de áreas de pastagem. Adicionado a isso, foi feita uma proposta de setorização da APA em 13 setores e, a partir daí, foram identificados os setores em que as florestas foram mais conservadas, onde foram desmatadas e, o mais interessante, que atividades foram as maiores responsáveis pelo desmatamento”, pontua Luiz Fernando.
Já no que se refere à análise SWOT, foram identificadas as influências do ambiente interno (forças e fraquezas) e do ambiente externo (oportunidades e ameaças) – a exemplo de fatores como economia, políticas públicas, legislação, entre outros. “No final fizemos a sugestão de usos para cada setor, apontando onde há necessidade de esforços de conservação e onde é preciso atuar para a restauração de áreas degradadas. Todo o estudo, aliás, incluiu nesse mapeamento quais as áreas que devem ser recompostas de acordo com a legislação vigente (Novo Código Florestal brasileiro).
Luiz Fernando diz que a pesquisa ainda tem continuidade. “Após o encerramento dessa fase de diagnóstico, aprofundaremos a análise sobre as mudanças e a caracterização do território para identificar oportunidades e aptidões para o território. Por exemplo: o mapeamento mostrou que, em aproximadamente 35 mil hectares, que é a área da APA, menos de 2% da área é usada para agricultura”, afirma. Ele acrescenta: “Vamos investir no desenvolvimento de instrumentos de gestão a partir dos resultados obtidos, para colaborar com os gestores da unidade de conservação, e, nas áreas em que foi apontada a necessidade de restauração, vamos avaliar o potencial de regeneração natural para verificar se há ou não a necessidade de plantios de árvores nativas, por exemplo.”
Liliane Bello (MTb 01766/GO)
Embrapa Agrobiologia
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