Pesquisadores desenvolvem novas estratégias de manejo para combate ao begomovírus em tomateiro
Pesquisadores desenvolvem novas estratégias de manejo para combate ao begomovírus em tomateiro
Reduzir os prejuízos causados pelo Begomovírus Tomato Severe Rugose Vírus (ToSRV), transmitido pela mosca-branca à cultura do tomateiro, e que pode provocar perdas de até 100% da lavoura, é o principal foco dos experimentos que vêm sendo conduzidos por pesquisadores da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) em áreas de produção em Goiás, e que envolvem avaliações periódicas sobre o comportamento do vírus ante as medidas preventivas adotadas.
As avaliações fazem parte das atividades previstas no projeto temático “Begomovírus e Crinivírus em solanáceas: epidemiologia molecular regional e alternativas sustentáveis de manejo”, coordenado pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), vigente desde 2018. Conforme a descrição do título, além do Begomovírus o projeto também desenvolve estudos com o Crinivírus, também importante para o tomate e demais culturas da família das solanáceas, como batata, pimentas e pimentões, além da berinjela, jiló e tabaco.
O trabalho conjunto contempla diversas áreas, dentro das estratégias de combate ao inseto vetor (mosca-branca), a exemplo do trabalho que o pesquisador Carlos Ragassi, da área de Fitotecnia, vem implementando em experimentos de tomate em Luziânia e Cristalina (GO) e que implica no atraso da exposição das plantas jovens ao inseto vetor com o uso de mudas mais bem desenvolvidas para o plantio no campo.
Os estudos que vêm sendo realizados avaliam o efeito da qualidade da muda de tomate indústria produzida em diferentes volumes de célula (recipiente) e com diferentes idades sobre a severidade da virose causada por ToSRV e sobre parâmetros de produtividade e de qualidade industrial dos frutos.
“Esse manejo é interessante porque quanto mais tempo a muda permanece dentro de um viveiro livre da mosca-branca, mais tempo ela ficará protegida contra o vírus”, explica o pesquisador. “Consequentemente, a eventual contaminação com o vírus somente ocorrerá quando a planta estiver mais bem desenvolvida, e isso, em tese, pode atenuar a severidade dos sintomas”, acrescenta.
Resultados
De acordo com Ragassi, os resultados obtidos até o momento não demonstraram que a severidade dos sintomas da virose foi amenizada pelos fatores da produção das mudas em nenhum dos experimentos, mas por outro lado comprovaram que a metodologia aplicada influenciou no quesito da produtividade e também grande parte dos parâmetros de importância para a indústria de processamento, como consistência da polpa, pH e índice de coloração.
Ele destaca que o trabalho prossegue em 2021, com dois novos experimentos semelhantes instalados em dois pivôs na propriedade do produtor parceiro (AgroSorgatto) em Luziânia, “de forma que possamos continuar obtendo dados para futuras recomendações”.
Anelise Macedo (MTB 2.749/DF)
Embrapa Hortaliças
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