Projetos de REDD no bioma Amazônia são apresentados em evento da Embrapa
Projetos de REDD no bioma Amazônia são apresentados em evento da Embrapa
Aplicações de projetos de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD) marcaram o último dia do seminário virtual “Experiências em Serviços Ecossistêmicos - Amazônia”, organizado pela Embrapa. O REDD é um mecanismo que visa promover o manejo sustentável e a conservação das florestas e o aumento do estoque de carbono florestal. A mesa-redonda do dia 26 de março trouxe para o debate Pedro Soares (Idesam), Carlos Gallego (Biofílica Investimento Ambientais) e Fabio Vailatti e Gicarlos de Lima (Projeto Carbono Reca). O evento compõe uma das atividades do projeto ASEAM.
A floresta amazônica, como observaram os debatedores, possui um enorme potencial para gerar ganhos econômicos por meio da conservação florestal. Algumas das iniciativas de parcerias em projetos de REDD foram apresentadas pela Biofílica Investimento Ambientais. A empresa prospecta áreas sob pressão por desmatamentos no bioma Amazônia e investe em atividades com foco na gestão e conservação das florestas. Os créditos de carbono são gerados após uma auditoria externa sobre as atividades de conservação. Atualmente, a empresa coordena seis projetos na região amazônica.
Segundo Carlos Gallego, gestor de projetos da Biofílica, os projetos de REDD desenvolvidos pela empresa e por parceiros resultaram na redução da emissão de mais de 1.40 milhão de toneladas de gás carbônico ao ano, em média. Em termos de desmatamento, alcançou-se a redução do desmatamento em uma área de cerca de 60 mil ha. Esses números foram convertidos em créditos de carbono.
O projeto Carbono Reca foi outra experiência bem-sucedida apresentada durante o seminário. Fábio Vailatti, vice-presidente, e o pesquisador Gicarlos de Lima, contaram um pouco da história e explicaram a estrutura do projeto. Segundo Gicarlos, o produtor recebe um recurso financeiro pela prática de conservação. Esse recurso vai para um fundo coletivo gerido pela associação e pela diretoria do Reca. Uma parte retorna para o agricultor na forma dinheiro, o qual ele pode investir em Sistema Agroflorestal (SAF). Outra parte é retornada na forma de projetos para beneficiá-lo. Gicarlos exemplificou o projeto de reutilização dos resíduos sólidos oriundos da agroindústria. Após uma compostagem, esses resíduos podem ser reutilizados pelo agricultor como insumos nos SAFs.
As oportunidades geradas pelos mercados de carbono na Amazônia são promissoras. No entanto, essas iniciativas não podem ser vistas como solução única e nem como uma transferência de responsabilidade. É o que colocou Pedro Soares, gerente de Mudanças Climáticas e Serviços Ambientais do Idesam. “Os projetos estão fazendo a sua parte, mas o controle da região de fronteiras, exige uma ordem, um combate à ilegalidade”, ressaltou.
Ele destacou os números do desmatamento da floresta amazônica no último ano e alertou que não se gera créditos de carbono com o desmatamento em alta. “Em 2020, tivemos a maior taxa e isso compromete. Qualquer sistema de pagamentos por resultados, pressupõe que tenhamos resultado. Neste caso, a redução da pressão do desmatamento”, afirmou.
O vídeo completo da mesa-redonda está disponível no canal da Embrapa no Youtube.
Alan Rodrigues (MTb 2625 CE)
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