19/04/21 |   Agricultura familiar  Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação  Transferência de Tecnologia  ILPF

Sessão especial comemora 46 anos da Embrapa Algodão na Paraíba

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Foto: Dalmo Oliveira

Dalmo Oliveira - Print de tela durante evento

Print de tela durante evento

Três deputados da atual legislatura na Assembleia Legislativa da Paraíba têm suas vidas profissionais vinculadas à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Rubens Germano Costa (PSB), mais conhecido como Buba Germano, que é engenheiro agrônomo, mestre em Recursos Hídricos, pela UFPB, e especialista em irrigação, pela Universidade de Utah, nos Estados Unidos. Ele atuou como pesquisador no antigo Centro de Pesquisa do Coco, em Aracaju e também na Unidade de Petrolina (CPATSA). Pollyanna Dutra (PSB), que é médica veterinária e durante a vida acadêmica fez estágios e pesquisas na Embrapa Suínos e Aves de Concórdia (SC). Melchior Naelson Batista da Silva, mais conhecido como Chió, que continua pesquisador da Embrapa Algodão. 

Com essa verdadeira minibancada embrapiana, ocorreu na última sexta-feira, 16, uma Sessão Especial em comemoração aos 46 anos de fundação da Embrapa Algodão. Transmitido pela internet e pela TV Assembleia, o evento reuniu também diversas lideranças do agro paraibano.

Para a deputada Pollyana, a cultura do algodão era considerada a moeda do sertanejo. “Atualmente, falta política pública para substituir o ‘ouro branco’ na região sertaneja”. Ela destacou a importância das instituições de pesquisa na atualidade. 

Já o deputado Buba Germano lembrou que foi pesador de algodão na juventude. O pai dele foi grande fornecedor de algodão para a famosa fábrica da Sanbra. Ele revelou que a Assembleia vai analisar nos próximos dias o Marco Legal de C&T e convidou os presentes para outra sessão especial que vai ocorrer dia 28 em comemoração ao Dia Nacional da Caatinga.
 
O diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Guy de Capdeville, também participou do evento, em transmissão direta de Brasília. Ele destacou como a Embrapa foi decisiva em mudar a perspectiva da cotonicultura a partir da década de 70, ao desenvolver tecnologias que fizeram aumentar incrivelmente a produtividade, em áreas cultivadas cada vez menores. “A Embrapa ajudou a consolidar uma rede de pesquisa, que envolve universidade, outros institutos, os serviços de extensão rural e outros órgãos”.

Capdeville ressaltou também que o Brasil ainda dispõe de cerca de 60 milhões de hectares, em terras degradadas, que podem ser recuperadas para novas áreas de cultivo e o algodão é forte candidato a ocupar boa parte disso. Ele ainda destacou as ações da estatal junto à Agricultura Familiar, difundindo modelos como o da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). O executivo também aposta na expansão de agroindústrias para fortalecer diversos setores produtivos do Agro nos próximos anos. Disse que o apoio dos parlamentares com aprovação de emendas para a Embrapa tem sido decisivo para que a empresa continue prestando os excelentes serviços que tem entregado à sociedade brasileira.

Orgânico

O pesquisador Marenilson Batista, que já foi secretário de Agricultura da Paraíba e atualmente responde pela área de transferência de tecnologias da Embrapa Algodão, afirmou que “(...) a História da Embrapa se confunde com história de Campina Grande e da Paraíba". Ele informou que o centro de pesquisas da Paraíba tem interesse em promover outra cultura importante para a região, o Sisal, que possui 8 mil hectares em terras paraibanas.

Batista, que é irmão do deputado Chió, aproveitou o momento para solicitar aos deputados a realização de audiência pública sobre as potencialidades do cultivo do algodão orgânico, tanto das variedades coloridas criadas pela Embrapa, quanto das cultivares brancas. “Trata-se de uma oportunidade imperdível que temos para apoiar a geração renda no nosso meio rural”, assegura. 

Alciene, representante da Empaer, reforçou a fala de Marenilson, destacando o programa “Algodão Paraíba”, que na última safara viabilizou a produção de 250 toneladas de algodão orgânico, beneficiando 327 famílias rurais. Destacou que as metodologias que a Embrapa desenvolveu para o cultivo do algodão em consorciamento com culturas agroalimentares têm se mostrado bastante promissoras. 

Para Jonildo Cavalcanti, Secretário Estadual de Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido (SEAFDS), o algodão orgânico é demandado fortemente. “Tem mercado e nós vamos aproveitar essa demanda crescente”, ressaltou. Ele adiantou que o Projeto Cooperar vai implementar em breve programa-piloto para cadeia do algodão. “Essa é uma das prioridades do Governo do Estado”, grantiu.

Renato Gadelha, Secretário de Agricultura do Município de Campina Grande, foi outro que fez questão de parabenizar a Embrapa. “Nos anos 60, alguns empresários estrangeiros que visitaram o Brasil e fizeram prognóstico ruim sobre as potencialidades do nosso Cerrado. Mas a criação da Embrapa mostrou que eles estavam equivocados”, lembrou. Ele disse que a prefeitura da "Rainha da Borborema" deve iniciar uma série de convênios com a Embrapa Algodão nos próximos meses. Liderança política também da cidade de Sousa, no Alto Sertão da Paraíba, Gadelha informou que naquela região, ano passado, foram produzidas 2 milhões de toneladas e que a tendência é ampliar a área cultivada e a produção.

Embrapa fashion

Maysa Gadelha, empresária pioneira na confecção de tecidos a partir das variedades naturalmente coloridas da Embrapa, também fez uso da palavra durante a Sessão Especial. Ela parabenizou a estatal pela nomeação do atual chefe geral, Alderi Emído de Araújo. Maysa disse que nos últimos 20 anos, participou de mais de 100 feiras, nacionais e internacionais, divulgando a inovação na cotonicultura. 

Maysa também comemora a obtenção do selo de Indicação Geográfica do algodão colorido na Paraíba. “O programa do Algodão Orgânico já é uma realidade em 54 municípios paraibanos e beneficia, pelo menos, 327 famílias de agricultores familiares, tendo produzido na última safra quase 300 toneladas de algodão em rama. Hoje posso dizer, sem medo de errar, que somos o maior produtor de algodão orgânico na América Latina”, assevera a empresária, que chama essa iniciativa de “algodão do bem”.

À frente da Embrapa Algodão desde outubro do ano passado, Alderi Emídio fez uma breve prestação de contas de seus primeiros meses como chefe geral da Unidade paraibana. Ele fez um panorama sobre a cadeia produtiva do algodão no Brasil e no mundo. Disse que a Embrapa vai reforçar o foco também para os produtores da Agricultura Familiar e que está reforçando seu time técnico no Centro-Oeste.

“Estamos também avançando em ampliar parcerias com outros centros de pesquisas da Embrapa, a exemplo da Embrapa Caprinos que estará instalando em breve aqui nas nossas dependências em Campina Grande mais um laboratório”, informou em primeira mão. Alderi também destacou a importância em reconhecer o potencial dos servidores lotados na Embrapa Algodão. “Temos uma equipe muito talentosa e comprometida e queremos reforçar em cada um dos servidores a importância deles para a sustentabilidade e o sucesso desse trabalho que já realizamos há quase 50 anos”, acrescentou.

O deputado Chió, autor da propositura do evento, disse que, desde os anos iniciais de sua graduação em Agronomia, no campus de Areia da UFPB, que alimentava o grande sonho de ingressar na Embrapa, conseguindo seu intento aos 25 anos de idade. “A Embrapa Algodão é uma referência mundial na agricultura tropical. Campina Grande cresceu com a força do algodão. O trabalho que a Embrapa desenvolve há 46 anos com a cotonicultura potencializou a Paraíba, especialmente com o surgimento do algodão colorido. O papel deste centro de pesquisas no desenvolvimento do Cerrado brasileiro é inegável”, disse.

“Há quase meio século a Embrapa Algodão tem a missão de coordenar, planejar e executar pesquisas com algodão em todo o Brasil. A instituição contribui significativamente para que a Paraíba, por exemplo, seja referência na produção de algodão colorido agroecológico, permitindo que agricultores exportem o produto para Europa e outros países. É um centro de grande importância para o Brasil, por ampliar os conhecimentos sobre várias culturas agrícolas e ajudar a solucionar problemas que surgem em nossas lavouras”, destacou Chió.

O deputado aproveitou o evento para homenagear também os fundadores da Embrapa Algodão, especialmente José Alencar, Napoleão Beltrão e Eleusio Curvelo. Lembrou que Alderi Araújo também é pioneiro das pesquisas da Unidade, tendo dado grandes contribuições para as pesquisas que possibilitaram a expansão da cotonicultura no Cerrado do Brasil.
 
Outras lideranças que participaram do evento on-line foram: Mônica Tejo, do Instituto do Semiárido (INSA), Maria Valtenira, da empresa francesa Veert Veja, Laryssa Almeida, Secretaria de C&T de Campina Grande, e Diógenes Fernandes, da importadora  espanhola Organic Cotton Color, do representante da ONG ASPTA, José Edson; do presidente do Assentamento Juá (em Taperoá) e presidente do CMDRS, José Luiz de Araújo.

Para assistir a íntegra da Sessão Especial na íntegra, clique aqui

DALMO OLIVEIRA (0859 (MTE-PB))
Embrapa Algodão

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Telefone: (83) 988971340

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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