Em programa apresentado pelo ex-ministro Roberto Rodrigues, o presidente da Embrapa explicou os avanços na área de pesquisa e desafios para os próximos anos. No dia 12 de abril, o presidente da Embrapa, Celso Moretti, participou de uma entrevista ao programa República Agro, do grupo Band, apresentado pelo ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, para falar sobre sustentabilidade, ciência e a transferência de conhecimento para os produtores. Moretti começou falando sobre a evolução da produção agropecuária no Brasil, que passou de um país importador, dependente de produtos de outros países, para o que ele definiu como “uma potencia agroambiental” ao longo das últimas cinco décadas, passando por três fases muito claras: a expansão da área agrícola, o aumento da competitividade e a sustentabilidade. O presidente também colocou a Embrapa na posição de uma “casa de soluções”, ajudando a resolver os problemas reais do agro brasileiro. Sobre a agropecuária sustentável, Moretti falou sobre o projeto Carne Carbono Neutro, desenvolvido num ambiente de integração lavoura, pecuária e floresta, onde as emissões de gases pelos animais são neutralizadas pelo componente florestal. Além disso, citou a parceria com empresas privadas na produção do leite de baixo carbono, no qual se está desenvolvendo uma calculadora para que se possa demonstrar que de fato o leite é de baixo carbono, considerando-se pastagens, trânsito de máquinas etc. Quando perguntado sobre bioeconomia, o presidente citou o Biomaphos, um bioinsumo desenvolvido pela Embrapa que funciona à base de duas bactérias, uma atuando diretamente na planta, e outra atuando sobre o fósforo no solo, deixando-o disponível para a planta. Foi citado o milho como um bom exemplo do funcionamento desse insumo, aumentando em 10% a produtividade do produto nas mais de 400 áreas testes do Biomaphos. Moretti também explicou como o conhecimento da Embrapa é transferido aos produtores. Segundo ele, os órgãos de ATER (assistência técnica e extensão rural) são os principais responsáveis por passar essas tecnologias aos produtores. Porém, com a desarticulação da Embrater no país, alguns estados foram prejudicados, e por isso foram estabelecidas parcerias com as secretarias de agriculturas estaduais e municipais, citando como exemplo a secretaria de Valinhos-SP, onde se possui uma grande importância na produção do figo. Além disso, também há parcerias com as federações de agricultura, com o SENAR , com a OCB, e com a ANATER, que está sendo reorganizada sob a coordenação da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina. Tudo isso para poder transferir o conhecimento aos produtores. O presidente também destacou o trabalho de maior aproximação da Embrapa com o setor privado, que, segundo ele, foi uma missão repassada por Tereza Cristina quando ele assumiu a Presidência da Embrapa. Como resultado dessa aproximação, Moretti anunciou que nos últimos dois anos triplicou o número de projetos em parceria com o setor, principalmente com o privado. Finalizando a entrevista, Celso Moretti foi perguntado sobre como estava a questão orçamentária da Embrapa. “Sou um otimista realista. Acho que nós já tivemos, obviamente em outros momentos, um orçamento que atendesse de forma mais completa as nossas necessidades. Agora, é fato e todos nós sabemos que o mundo passa por uma pandemia e que o Brasil precisa fazer uma série de ajustes, inclusive o ajuste fiscal. Então tendo em vista toda essa realidade, eu vejo que a ministra Tereza Cristina e o Ministério da Economia tem tido uma sensibilidade para tratar esse assunto. Neste ano ainda não temos a palavra final sobre o orçamento federal, mas tivemos até uma ligeira melhoria do nosso orçamento para 2021, e eu espero que seja suficiente para fazermos o que precisa ser feito”. Clique aqui para assistir à entrevista completa com o presidente Celso Moretti no programa República Agro.