Tecnologia no canavial: benefícios do uso de drone na aplicação da cotesia
Tecnologia no canavial: benefícios do uso de drone na aplicação da cotesia
Após estudo de viabilidade, usina Rio Amambai Agroenergia, de Naviraí (MS), colhe resultados positivos com controle biológico de praga via drone
Logística, custo da operação e controle de informação são as principais vantagens apontadas por João Adalberto Palucci, gerente técnico da Usina Rio Amambai Agroenergia, no uso de drone para aplicação de "cotesia" em cana-de-açúcar. O tema foi apresentado durante o primeiro encontro do 6º Ciclo de Seminários Agrícolas Cana MS 2021, que aconteceu na última quinta-feira (24/06), no formato virtual. A cotesia é uma vespa utilizada como controle biológico da broca, inseto considerado vilão dos canaviais por consumir sistematicamente o interior da cana, comprometendo estrutura e rendimento da gramínea.
Na usina Rio Amambai Agroenergia, localizada às margens da BR-163 em Naviraí (MS), até 2018 a aplicação de cotesia era feita manualmente. “Tínhamos uma van, kombi e ônibus com equipe treinada que abria o copinho a cada ponto de liberação”, explicou o gerente técnico na sua apresentação.
Em 2019 a unidade passou a estudar a viabilidade de mudança do manejo para o uso da tecnologia de drone em toda área de cana. Segundo Palocci, o resultado apontou diversas vantagens como a segurança e garantia de aplicação, geração de mapas georreferenciados, aplicação mais rápida e eficiente, redução do risco de acidente de trabalho, diminuição do volume de material a ser manejado e facilidade de logística.
Entre os benefícios apontados pelo estudo, o que mais chamou a atenção foi a redução do custo do manejo. De acordo com o levantamento da unidade, o custo da aplicação via drone era de R$ 31,94 por hectare, até 7% menor que o método manual, diferença em torno de R$ 2,50. “Tínhamos os benefícios de melhoria na qualidade da aplicação, a segurança empresarial de que seria aplicado e também, naquele momento, faríamos uma redução de custo”, contou.
Outro ponto positivo, para Palucci, foi o aproveitamento da redução do custo na empresa. “Esse recurso foi realocado dentro do próprio setor, por exemplo, não desligamos pessoas. Remanejamos pessoal e intensificamos amostragem de cigarrinha, de coleta de solo, ou seja, reaproveitamos essa mão-de-obra”, destacou.
Pontos de atenção
Apesar de todos os benefícios apresentados, Palucci também chamou a atenção para alguns cuidados. “É importante buscar informações. Antes de tomar a decisão de mudança buscamos conversar com várias usinas, parceiros e prestadores de serviços”, alertou.
Outro detalhe importante, sugerido pelo gerente, é buscar prestadores de serviços com registros atualizados. “A empresa precisa seguir alguns padrões, o drone precisa ser registrado, é preciso ter o registro de radiocomunicação na Anatel e o piloto precisa ser certificado para operação do drone”, explicou.
Além disso, cumprir o planejamento de geração de informação é fundamental. “Assim que fazemos o armadilhamento e tem a isca de controle, já mandamos os shapes dos talhões e enviamos para o departamento de T.I. do nosso parceiro, que gera todo o plano de voo e devolve para os pilotos. Tudo isso via nuvem”, reforça o gerente dando destaque para a agilidade na troca de informações. “Isso não pode falhar, porque quando optamos por mudar o manejo entendemos que o mais importante era o timing das informações”, completou.
Eliana dos Santos
Biosul
Colaboração: Sílvia Zoche Borges (DRT-MG 08223)
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