Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia vai pleitear reconhecimento como IDA
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia vai pleitear reconhecimento como IDA
A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília, DF) impulsiona práticas de captação de recursos por meio de parcerias com a iniciativa privada e se prepara para um grande salto: se tornar uma Autoridade Depositária Internacional (IDA, sigla em inglês para International Depositary Authority). Isso significa que esse centro de pesquisa deverá receber no Banco Genético da Embrapa (BGE), para depósito, microrganismos de empresas privadas.
Segundo o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Unidade, Rafael Vivian, esse centro da Empresa reúne todas as condições para receber a IDA e, com isso, prestar serviços a terceiros. Não se trata de analisar materiais genéticos, mas sim de manter conservados no BGE, por meio de contrato com custo ainda em estudo, os micro-organismos recebidos de terceiros. Ele lembra que o BGE tem reconhecimento internacional e capacidade para abrigar mais de um milhão de amostras nos diferentes métodos de armazenamento para os recursos genéticos vegetal, animal e microbiano.
Segundo Rafael Vivian, essa iniciativa depende de trâmites burocráticos, especialmente do avanço das negociações quanto ao ingresso do Brasil como signatário do Tratado de Budapeste - ou Tratado de Budapeste sobre o Reconhecimento Internacional do Depósito de Microrganismos para Efeitos do Procedimento em Matéria de Patentes, em discussão no Congresso Nacional. Porém, isso não impede que os primeiros passos para a Unidade receber a IDA comecem. Para ele esta é uma das maneiras de inovar os negócios realizados pela Unidade.
Além disso, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia seria a única empresa pública a obter a IDA no Brasil. “Essa é uma realidade em diversos países”, comenta Vivian. Dos países sul americanos, apenas o Chile já tem IDA, recebendo Bactérias (não patogênicas), Fungos (não patogênicos), Moldes, Plasmídeos (em hospedeiros) e Leveduras (não patogênicas). Outros, como a Austrália, têm duas diferentes instituições com um total de cinco tipos de materiais genéticos: a Lady Mary Fairfax CellBank Australia (CBA), que recebe Culturas de células animais Hibridomas de culturas de células humanas; e o Instituto Nacional de Mediação, que conserva Bactérias (não patogênicas), Fungos (não patogênicas) e Leveduras (não patogênicas).
A expectativa do chefe de TT é de que a partir de 2022 seja possível concretizar os primeiros movimentos para receber micro-organismos para depósito no BGE.
“Isso colocaria o Brasil e a Embrapa em um novo cenário biotecnológico. Além disso, facilitaria os trâmites, bem como a redução de custos de depósito de patentes, por exemplo, que envolvem material biológico a partir do momento em que o Brasil passe a ser um estado membro do Tratado e a Unidade uma IDA”, diz Rafael Vivian.
Outros caminhos já impulsionam os negócios na Unidade
O reconhecimento para obter a IDA é um dos caminhos percorridos pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia para colocar em prática a oferta de serviços de tecnologia de ponta a cadeias produtivas. Outro exemplo disso são os serviços de tecnologia de ponta disponibilizados à cadeia produtiva da aquicultura com vistas a dar suporte à melhoria dos criatórios de tambaqui e camarão - só para citar dois produtos da Plataforma AquaPlus.
Somente no caso que se refere a serviços voltados para soluções simples, práticas e inovadoras para a qualificação, manejo e melhoramento genético de espécies aquícolas (disponíveis na AquaPlus) esta Unidade da Empresa poderá ter complemento financeiro significativo com a realização de um dos testes da Plataforma, como o TambaPlus Pureza 1.0 e o TambaPlus Parentesco 1.0.
“Em contrato de cinco anos, o retorno estimado é de pelo menos R$ 3 milhões”, diz o chefe Adjunto de TTT. Segundo Rafael Vivian, apesar de a Unidade já trabalhar com modelos de prestação de serviço a empresas e produtores, a expectativa é aperfeiçoar o uso e aplicação dos recursos para avanços técnicos e científicos à Unidade, com a segurança jurídica necessária.
São mudanças como essa que entusiasmam a equipe de Transferência de Tecnologia a fomentar novas parcerias com empresas, seja para a inserção de ativos (soluções tecnológicas) ou para o desenvolvimento de novas pesquisas que tomam como base o conhecimento e a experiência técnica já consagrados e disponíveis na Unidade.
Um outro exemplo nesse sentido é o que ocorre com o interesse das empresas agropecuárias pelo controle biológico. Detentora de uma importante coleção de bactérias e fungos entomopatogênicos, com pelo menos 3 mil acessos, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia atua fortemente no mercado de bioinsumos para o controle e prevenção de pragas e doenças nas lavouras - seja para o desenvolvimento de novos produtos e/ou o treinamento e capacitação técnica na área. Isso significa não só promover o desenvolvimento de novas tecnologias por meio de parcerias, mas também avançar em um dos mercados que mais cresce no mundo: o de biodefensivos.
Segundo dados da Dunham Trimmer Internacional Bio Intelligence divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), até 2025 o mercado mundial para produtos biológicos destinados ao setor agrícola deve chegar a US $11 bilhões. Os números do Mapa demonstram que houve um crescimento do uso de biodefensivos no Brasil de 70% entre 2019 e 2020.
Deva Heberlê (MTb/RS 5297)
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
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