Descarbonização e pecuária 4.0 integram agenda sustentável da Embrapa Pecuária Sudeste
Descarbonização e pecuária 4.0 integram agenda sustentável da Embrapa Pecuária Sudeste
Foto: Gisele Rosso
Sistemas de integração são sustentáveis e proporcionam bem-estar animal e descarbonização
Embrapa Pecuária Sudeste completa 46 anos focada no desenvolvimento de tecnologias para uma pecuária mais intensiva e sustentável
Criada na década de 1970 com a missão de aumentar a produção e produtividade, contribuindo com a segurança alimentar da população, a Embrapa Pecuária Sudeste comemora 46 anos, nesta quinta-feira (26), avançando na agenda da sustentabilidade, por exemplo, em práticas de descarbonização da agropecuária brasileira. De acordo com o chefe-geral Rui Machado, “hoje, nossas pesquisas estão focadas no desenvolvimento de tecnologias e produtos para atender as demandas da sociedade de forma sustentável e alimentar uma população com projeção de crescimento nas próximas décadas. A ciência precisa antecipar tendências para produzir hoje o que terá impacto na vida da população amanhã. Atuamos com uma agenda forte de pesquisa para atender aos objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS).”
A instituição incorporou há alguns anos o conceito de sustentabilidade na sua agenda, com pesquisas em torno de sistemas integrados, uso eficiente da água e mitigação de gases de efeito estufa. “Agora, também associamos a isso, modernas ferramentas de agricultura e pecuária de precisão, bem como pecuária 4.0, uso racional de insumos e bem-estar animal para ganhos cada vez maiores de eficiência”, explica Alexandre Berndt, chefe de Pesquisa & Desenvolvimento.
Atuação em redes internacionais
Desde 2020, a Embrapa Pecuária Sudeste faz parte da Global Farm Platform – um programa mundial de soluções para produção sustentável de bovinos e ovinos. A iniciativa busca otimizar a produção pecuária e contribuir para a segurança alimentar, sustentabilidade e redução da pobreza no mundo. Essa rede internacional é formada por universidades e instituições de pesquisa de todos os continentes.
O poder das parcerias
Para inovar é fundamental manter a conexão entre a pesquisa, a extensão rural e a cadeia produtiva. Ao longo destes anos, a Embrapa Pecuária Sudeste acredita no poder nas parcerias como uma estratégia eficaz para o desenvolvimento sustentável da pecuária brasileira. Em fevereiro deste ano, a Embrapa e a Nestlé firmaram parceria para desenvolver um protocolo de produção de leite de baixo carbono. Além da redução das emissões, está previsto o aumento da remoção dos gases de efeito estufa nas propriedades produtoras de leite.
Para André Novo, chefe de transferência de tecnologia, a parceria público-privada é o caminho para levar inovação ao campo. “Não acredito que a pesquisa possa ter impacto e chegar com a inovação no produtor se não tiver uma parceria público-privada muito sólida e de longo prazo. Precisamos cada vez mais atuar juntos pelo bem comum, para criarmos conhecimento que efetivamente leve na prática o conhecimento e inovação para todos”, ressaltou Novo.
Pecuária de Precisão
No que diz respeito às pesquisas em pecuária de precisão e pecuária 4.0, elas também são essenciais no desenvolvimento de sistemas de produção sustentáveis e de uma pecuária mais competitiva.
Utilizando tecnologias de pecuária de precisão e internet das coisas (IoT), o Centro de Pesquisa abriga o primeiro sistema desenvolvido e instalado a campo para monitoramento de gado de corte em áreas abertas e a primeira ordenha robotizada instalada em sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta no país.
Com sensores que monitoram os animais em tempo real, as pesquisas buscam eficiência na produção de carne e leite de qualidade, com bem-estar animal e menor impacto ambiental. Os dados trazem indicadores produtivos, comportamentais e fisiológicos em benefício da saúde, produtividade e bem-estar dos animais.
Para o chefe-geral, é uma exigência produzir cada vez mais e com qualidade, utilizando menos insumos, menos água, emitindo menos e sequestrando mais carbono. “Hoje já temos tecnologias que caminham para isso, como a integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), por exemplo”, conta Rui Machado.
História
A sede da Embrapa Pecuária Sudeste era uma propriedade de café até 1930, quando entrou em decadência com a crise mundial de 1929.
Os primeiros trabalhos de pesquisa começaram em 1935. Nesse período a fazenda já estava sob a responsabilidade do Ministério da Agricultura e funcionava como uma estação experimental. Segundo Rui Machado, a estação fomentava a criação de suínos e equinos, mas se dedicava, especialmente, a estudos de melhoramento genético de bovinos, sendo responsável pelo desenvolvimento da raça Canchim.
Em 1975, a Embrapa incorporou a fazenda, que se transformou em um centro de pesquisa da instituição.
Da criação de uma raça bovina a tecnologias sustentáveis para descarbonização da pecuária. 46 anos olhando para o futuro, porque inovar está no DNA da Embrapa Pecuária Sudeste.
Gisele Rosso (Mtb 3091/PR)
Embrapa Pecuária Sudeste
Contatos para a imprensa
pecuaria-sudeste.imprensa@embrapa.br
colaboração: Cristiane Fragalle
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