Embrapa recebe parceiros produtores de sementes de feijão em Stº Antônio de Goiás
Embrapa recebe parceiros produtores de sementes de feijão em Stº Antônio de Goiás
Como forma de dar sustentabilidade à estratégia de se aproximar cada dia mais do setor produtivo, a Embrapa Arroz e Feijão recebeu, no dia 19 de agosto, em sua sede na Fazenda Capivara, em Santo Antônio de Goiás, os Sementeiros Parceiros do Programa de Melhoramento de Feijão da Unidade. O grupo de produtores visitou a infraestrutura do Centro de Pesquisa, e tomou conhecimento dos experimentos que estão sendo desenvolvidos em campo e nos laboratórios. Estiveram presentes integrantes da Sementes Aliança, BJ Sementes, Sementes Campolina, Coprossel, Di Solo Sementes, Sementes JHS, Sementes Lagoa Bonita, Sementes Marambaia, Sementes Orient e Shancap Sementes.
Os Sementeiros foram recebidos na Embrapa Arroz e Feijão pelos Chefes Geral e de P&D da Unidade, Elcio Guimarães e Thiago Lívio, respectivamente; pelo representante na Unidade da Secretaria de Inovação e Negócios (SIN) da Embrapa, Bernardo Mendes; pelos coordenadores das pesquisas de Melhoramento de Feijão, Leonardo Cunha Melo e Helton Santos Pereira; pelo supervisor de Transferência de Tecnologia (TT), Newton Noronha; e pelos analistas de TT, Luciene Camarano e Pedro Sarmento.
O EVENTO
Antes de entrarem no assunto (feijão), o analista de TT Rodrigo Sérgio, um dos responsáveis na Unidade pelas ações com arroz, fez uma explanação de como já estão colhendo bons frutos desta mesma parceria, promovida entre Embrapa e Sementeiros dessa outra cultura. Rodrigo abordou, também, a importância da inserção do arroz em sistema de rotação em pivô, para controle das doenças de solo. "É uma rotação muito saudável, a do arroz com o feijão. E, agora, temos uma cultivar de arroz específica para pivô central, a BRS-A502, ideal para ambientes de alta fertilidade”, afirmou o analista.
O Objetivo do encontro foi avançar nas tratativas de uma Parceria Público-Privada, (PPP), por meio da qual os experimentos realizados para o desenvolvimento de cultivares, em especial, nesse momento, de Grão Carioca, sejam conduzidos em conjunto, pela Embrapa e Sementeiros, também em suas áreas por todo o Brasil. Desta forma, abrindo o programa de melhoramento e com o envolvimento dessas empresas, que já são parceiras e contam com o reconhecimento e chancela para produção e comércio de sementes, espera-se resolver questões que interferem negativamente na expansão da adoção das Cultivares BRS, como a restrição a determinadas Regiões, em função das diferenças edafoclimáticas (relativas ao clima e às características do solo), naturais em um país com dimensões continentais.
Explicando um pouco mais, a Embrapa lança suas cultivares para que tenham o melhor desempenho em todo o território nacional. Contudo, existem diversidades de características climáticas que, por vezes, impedem que o objetivo de produtividade seja atingido. Por exemplo: algumas linhagens desenvolvidas pela Empresa apresentam grande destaque em aspectos como qualidade de grãos e resistência a doenças e vão muito bem na Região Sul. Contudo, deixam de ser lançadas, pois não apresentam desempenho diferenciado no Centro-Oeste do País. Com essa PPP, os produtores de sementes, extremamente conhecedores do mercado regional no qual atuam, serão, agora, co-desenvolvedores, ao lado dos pesquisadores e analistas da Embrapa. Desta forma, dividirão a responsabilidade na seleção final e posicionamento das novas cultivares desenvolvidas no âmbito dessa parceria, aproveitando, de forma mais eficiente e mais bem distribuída, as especificidades existentes nas diferentes regiões produtoras de feijão no Brasil.
OS SEMENTEIROS
Sobre a Parceria, o Sementeiro Elias Hill, da JHS, disse que estão todos muito otimistas e têm o objetivo de disponibilizar ao mercado, nos próximos cinco anos, novas opções de variedades de feijão, permitindo ao produtor escolher a melhor para o seu plantio, observando as características de seu solo e sua região. "O produtor de semente deseja uma cultivar que atenda a demanda do seu cliente. Hoje, nossas possibilidades são muito reduzidas, se observarmos o que ocorre com a soja, por exemplo, que tem 'N' variedades e novas surgem no mercado, a cada ano. Isso é dar opção!”, afirma Elias.
Para o produtor, essa parceria será essencial e a Embrapa já tem promovido algo muito positivo: a união entre os sementeiros. "Estamos conseguindo uma sintonia entre nós. Hoje nós somos 11, mas esperamos que venha novo projeto, com um quadro de muitos mais participantes, o ideal é que todos estejam”, diz ele, e completa: "se nós não investirmos em melhoramento de sementes, a tendência é que a cada ano seja pior. O sementeiro está enxergando isso e acredito que isso é o futuro da cadeia produtiva do feijão no Brasil".
Por essa iniciativa, além da quantidade de cultivares de feijão desenvolvidas pela Embrapa disponíveis para o mercado, espera-se o aumento do uso de sementes, maior organização do setor sementeiro, épocas de semeadura e sistema de produção, com o consequente aumento de produtividade e da sustentabilidade do feijão no agronegócio brasileiro.
Com a capacidade da Embrapa para conduzir pesquisas com excelência, tanto pela qualidade de sua estrutura, quanto pelo conhecimento elevado de seus pesquisadores no desenvolvimento de novas tecnologias, somada aos desafios e às experiências específicas, que os Sementeiros conhecem em detalhes, essa parceria vislumbra grandes resultados, para toda a cadeia produtiva, da produção à gôndola dos mercados. Assim, a pesquisa da Embrapa e seus parceiros continuarão contribuindo para fazer chegar à mesa do cidadão brasileiro um alimento barato, seguro e de qualidade.
Henrique de Oliveira (MTb/GO 1.960)
Embrapa Arroz e Feijão
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