08/09/21 |   Comunicação

Ex-chefe-geral da Embrapa Clima Temperado recebe prêmio O Futuro da Terra

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Foto: Paulo Lanzetta

Paulo Lanzetta - Bonifácio Nakasu recebe o prêmio O Futuro da Terra, na categoria Prêmio Especial

Bonifácio Nakasu recebe o prêmio O Futuro da Terra, na categoria Prêmio Especial

O pesquisador aposentado e ex-chefe-geral da Embrapa Clima Temperado Bonifácio Nakasu será um dos homenageados na 25ª edição do prêmio “O Futuro da Terra”, na categoria principal “Prêmio Especial”, por sua trajetória profissional. A solenidade de entrega será realizada em formato híbrido no dia 9 de setembro, às 15h, na casa da Assembleia Legislativa durante a 44ª edição da Expointer. A lista oficial com todos os premiados pode ser conferida neste link.

“Eu me sinto honrado, é um reconhecimento. Mas esse reconhecimento não é só para mim, é para a Embrapa. Nós temos gente espetacular lá dentro”, diz Bonifácio. Ele fez questão de destacar as contribuições da Empresa na oferta de grãos, frutas, hortaliças e legumes, bem como de produtos da pecuária, como a carne e o leite.

 

Formação e atuação

Bonifácio possui graduação em agronomia pela Universidade Federal de Pelotas (1968), mestrado em Horticultura e Fruticultura (1973) e doutorado em Horticultura e Melhoramento Genético de Plantas, ambos pela The State University of New Jersey (1977).

Ingressou na Embrapa no mesmo dia que se graduou, em 1968. À época, a estrutura era conhecida como Estação Experimental de Viticultura, Enologia e Frutas de Clima Temperado e estava vinculada ao Ministério da Agricultura. No local, começou a trabalhar na área de fruticultura, com culturas como pêssego, ameixa, maçã e pera, se especializando em melhoramento genético.

No início da década de 1970, quando a estação já havia se transformado em sede do Instituto de Pesquisa e Experimentação Agropecuária do Sul (Ipeas), participou dos esforços para a formação da Embrapa. Diversos pesquisadores foram responsáveis pela articulação, como Edmundo Gastal, que fez parte da primeira diretoria da Empresa, em 1973.

A partir de 1977, após retornar de estudos nos Estados Unidos, Bonifácio reassumiu suas atividades como pesquisador. Ele destaca as pesquisas com o pessegueiro, tanto no melhoramento genético, como no manejo da cultura. “Acho que o trabalho fundamental que se fez foi mais junto aos próprios produtores. Porque a produção era muito pequena e primitiva aqui na região. Então, nós fomos melhorando. Todo o sistema produtivo foi melhorado”, relembra.

Ele também ressalta as inúmeras parcerias com instituições de pesquisa e ensino locais e de diversos países, como Japão, Itália, Chile, Uruguai e Argentina, principalmente. “Isso foi fundamental para dar um impulso nos trabalhos da Embrapa. Não apenas pela troca de experiência de pesquisa, mas pela troca de material genético das frutíferas temperadas e até de outras espécies, como hortaliças”, diz.

Dentre seus últimos trabalhos como pesquisador, está a articulação com o Uruguai para importação de materiais de citros de mesa da Espanha para o Brasil. Mas, mesmo após se aposentar, em 2003, Bonifácio ainda contribuiu indiretamente com a cadeia produtiva do pêssego. Por iniciativa da pesquisadora Maria do Carmo Raseira, deu nome, em 2007, a uma nova variedade da fruta, a Bonão, que se destaca por suas características de adaptação climática.

Experiência em gestão e contribuições externas

Na segunda metade da década de 1980, foi chefe-adjunto da estação, então Centro Nacional de Pesquisa de Fruteiras de Clima Temperado (CNPFT). Após a fusão das estruturas de pesquisa locais e a fundação da Embrapa Clima Temperado, em 1993, foi chefe-geral do centro, de 1997 a 2001. Na sequência, assumiu o cargo de diretor-executivo da Embrapa.

Nos três anos em Brasília, coordenou trabalhos de pesquisa em nível nacional, principalmente no Norte e Nordeste - regiões que, segundo ele, precisavam de um impulso por parte da Embrapa. “Como eu tinha experiência na área de pesquisa, assumi essa função de diretor-executivo técnico. Mas, na época, não existia essa função específica”, explica.

Além da Embrapa, Nakasu também foi presidente da Sociedade Brasileira de Fruticultura (SBF) em 1993 e 1994. Nesse período, destaca a realização do Congresso Brasileiro de Fruticultura em Pelotas, responsável por trazer pesquisadores de todo o Brasil para a região. “Esses eventos eram muito importantes para ativar e dar uma alma à produção de frutas no Brasil”, explica.

Na área acadêmica, participou da criação do curso de pós-graduação em Fruticultura de Clima Temperado, hoje ligado ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Criado em 1973, foi o primeiro na área do País e teve suas primeiras aulas ministradas nas estruturas da Embrapa.

Embrapa Clima Temperado na premiação

Da Embrapa Clima Temperado, já receberam o prêmio “O Futuro da Terra” a pesquisadora Rosa Lia Barbieri, em 2011, na categoria “Novas alternativas agrícolas”; o pesquisador aposentado Algenor da Silva Gomes, em 2012, na categoria “Prêmio especial”; os pesquisadores Arione Pereira e Irajá Antunes, em 2013, nas categorias "Cadeias de Produção Agricola" e "Preservação Ambiental", respectivamente; o pesquisador aposentado Jamir Luís Silva da Silva, em 2016, na categoria “Cadeias de Produção e Alternativas Agropecuárias”; e a pesquisadora Maria do Carmo Raseira, em 2017, na categoria “Inovação, Tecnologia Rural e Empreendedorismo.”
 

Para o chefe-geral da UD, Roberto Pedroso de Oliveira, o reconhecimento de mais um pesquisador é uma honra para o centro de pesquisa. Ele também destaca a trajetória do atual homenageado. “Como pesquisador, Bonifácio fez a diferença na persicultura e na citricultura. Como chefe-geral da Unidade, coordenou atividades de pesquisa e de transferência de tecnologia nas mais diversas áreas da agropecuária. E, como diretor da Embrapa, em Brasília, fomentou os mais diferentes cultivos por todo o Brasil, contribuindo para a segurança alimentar mundial. Assim, sem dúvida alguma, fez jus ao prêmio ‘O Futuro da Terra’”, completa.

Prêmio O Futuro da Terra

Criado em 1997, “O Futuro da Terra” é uma promoção do Jornal do Comércio em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs). O prêmio reconhece pesquisadores, agricultores e entidades por suas contribuições para o desenvolvimento do agronegócio gaúcho e a preservação do meio ambiente de forma inovadora e sustentável.

Ao todo, são 13 premiados, em cinco categorias: Prêmio Especial; Preservação Ambiental; Startup do Agro; Cadeia de Produção e Alternativas Agrícolas; e Inovação e Tecnologia Rural. A seleção é feita pelo Comitê das Ciências Agrárias da Fapergs e por agentes do agronegócio.

Tradicionalmente, os premiados participam de cerimônia no Parque de Exposições Assis Brasil, durante a Expointer. Mas, desde 2020, o evento está sendo realizado de forma híbrida e transmitido virtualmente em função da pandemia.

Francisco Lima (13696 - DRT/RS)
Embrapa Clima Temperado

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Mais informações sobre o tema
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