Este programa foi ao ar no dia 23 de outubro de 2015.

O Dia de Campo na TV vai falar sobre os cuidados necessários com os restos culturais do algodoeiro, a destruição química ou mecânica. O algodão é uma cultura que continua a se desenvolver no campo mesmo após a colheita, e os restos culturais, a chamada soqueira, servem de alimento para diversas pragas como lagartas, pulgões, cochonilhas e principalmente o bicudo, que tem causado perda anual estimada em 1,7 bilhão de reais aos produtores brasileiros.

A destruição dos restos culturais é fundamental para eliminar a chamada "ponte verde", responsável por fornecer alimento e abrigo aos insetos-praga no período que antecede a safra seguinte. A prática também controla doenças como a ramulose, mancha angular e doença azul, que ocorrem na cultura do algodão.

Uma das medidas para o controle de pragas no algodoeiro é a implantação do vazio sanitário, período de no mínimo 60 dias em que é proibida a presença de plantas vivas nas áreas agricultáveis, após a colheita e a completa destruição dos restos culturais. Na maioria dos estados produtores de algodão, existem leis que regulamentam a obrigatoriedade desta prática. O produtor que não destruir os restos culturais do algodoeiro após a colheita poderá sofrer penalidades como multa e isenção de incentivos fiscais durante a comercialização da fibra.

A destruição química com o uso de herbicidas é a forma mais utilizada pelos produtores pela praticidade do manejo. A aplicação deve ocorrer quando as plantas tiverem rebrotado, para que o herbicida seja absorvido pelas folhas. Com o surgimento de cultivares transgênicas resistentes aos herbicidas glifosato e glufosinato de amônia visando facilitar o manejo de plantas daninhas tornou-se mais difícil destruir os restos culturais com uso de destes produtos. Outro fator que limita a eficiência dos herbicidas é a falta de umidade no solo no período da entressafra, que diminui a rebrota e a eficiência dos herbicidas.

A destruição mecânica é outra alternativa para eliminar as soqueiras. Diversos equipamentos estão disponíveis no mercado com esta finalidade, sendo os trituradores de restos culturais os mais adequados. Mas a trituração da parte aérea não é suficiente para impedir a sobrevivência das pragas uma vez que podem ocorrer rebrotes das plantas garantindo alimento às pragas."Em algumas situações, para obter eficiência na destruição dos restos culturais é necessário combinar a destruição com uso de equipamentos e o uso de herbicidas nas plantas que rebrotarem após seu arranquio", orienta o pesquisador Valdinei Sofiatti da Embrapa Algodão.

O Dia de Campo na TV Técnicas de destruição dos restos culturais do algodoeiro foi produzido pela Embrapa Informação Tecnológica (Brasília/DF), em parceria com Embrapa Algodão (Campina Grande/PB), Unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculadas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

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