Tarde de campo apresenta projeto Duas Safras para produtores
Tarde de campo apresenta projeto Duas Safras para produtores
Foto: Paulo Lanzetta
Experiências de produtores foram compartilhadas com outros produtores. Projeto sinaliza positivamente a instalação de culturas de inverno na Metade Sul do RS.
No dia 1° de outubro, das 13h às 17h, foi realizada uma Tarde de Campo do Projeto Duas Safras, para apresentar os resultados desenvolvidos com cereais de inverno em terras baixas na área experimental da Estação Experimental Terras Baixas (ETB) da Embrapa, localizada no município de Capão do Leão.
Um grupo de produtores da região e técnicos de empresas parceiras participaram das três estações programadas para conhecer o desempenho dos cereais de inverno no sulco-camalhão e os cereais de inverno e ILP.
Foram apresentadas aos participantes a área de cultivo de cereais de inverno em sistemas de terras baixas com avaliação de manejo de animais sob pastoreio de forma alternada e a área de avaliação dos cereais de inverno, especificamente, utilizando o trigo e o triticale, utilizando a tecnologia de uso do sulco-camalhão; parcela para avaliação do uso de triticale, trigo, aveia e azevém com o uso da tecnologia de camalhões de base larga. .
As estações foram apresentadas pelos pesquisadores André Andres, Giovani Theisen, Jorge Schafhauser e Walkyria Scivittaro, com os bolsistas de graduação e pós-graduação da UFPel. O pesquisador Danilo Santanna da Embrapa Pecuária Sul veio de Bagé para mostrar também o que tem se conquistado na área de pastoreio alternado e o pesquisador Giovani Fayé, da Embrapa Trigo, de Passo Fundo, avaliou o novo estágio de desenvolvimento das culturas, já que os dados preliminares foram observados em meados de agosto deste ano.
Experiências compartilhadas
O produtor Celso Nunes da Silveira, do Agronegócio Eckert, do município de Tapes/RS, apresentou os resultados obtidos com cereais de inverno na sua propriedade, compartilhando com os demais produtores participantes da atividade. Ele possui uma lavoura de 20 hectares de trigo, 10 hectares de centeio, 10 hectares de pastagem de estilosante campo grande e 85 hectares de aveia em sistema de área. “Sem medo de errar, digo que o RS tem um potencial não explorado, por que as terras são boas, e estamos no ambiente privilegiado, aqui na Metade Sul, pois temos condições de bom desempenho para o cultivo de cereais e para o feijão”, lembrou. Durante esta conversa para exemplificar casos de produtores, foi lembrado o trabalho feito na propriedade do Ivandro, onde está sendo experimentado o triticale que é um híbrido de centeio e trigo com maior produção de biomassa - conquistando 6.500kg de matéria seca para fazer silagem para vacas de leite.
Quanto ao cultivo de cereais de inverno em sulco camalhão, foi prospectado que cerca de 10% dos produtores gaúchos irão adotar esta tecnologia pelas vantagens proporcionadas pela suavização e drenagem dos solos. Na área de experimentação dos cereais de inverno com uso de pastoreio e camalhões de base larga, houve um ganho de 1kg/dia/animal. Estão sendo usados animais Angus e Charolês. Há indicativos que o Projeto Duas Safras faça o Estado aumentar sua produção agrícola, alcançando cerca de 12 milhões/ano/safra.
O supervisor da Gestão de Transferência de Tecnologias da Embrapa Pecuária Sul, pesquisador Daniel Montardo, que teve contato pela primeira vez com o Projeto, destacou o uso da tecnologia sulco-camalhão como um avanço no trabalho do produtor rural. “Tira o homem rural da sua escravidão, melhorando muito as ferramentas para uso nas lavouras, além é claro, de modificar o conceito que em várzea, somente se consegue plantar arroz”, disse. Ele destacou que o uso de cereais de inverno em terras baixas vai proporcionar também uma recuperação da fertilidade do solo, como também viabiliza uma maior diversidade de culturas na propriedade, garantido a sustentabilidade.
O Projeto permite o aproveitamento das terras baixas para diversificação de culturas em estações pouco exploradas, como o inverno, na região sul do RS. Os dados iniciais indicam um rendimento de dez mil reais por hectare com o cultivo de cereais de inverno em sistemas de produção em terras baixas.
Participaram da programação representantes da Agropecuária Canoa Mirim, Cotriba, Emater/RS-Ascar, Fronteira Agro, IRGA, Senar/RS, UFPel e produtores de Jaguarão, Pelotas e Tapes.
Cristiane Betemps (MTb 7418/RS)
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