22/10/15 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação  Segurança alimentar, nutrição e saúde

Empresas brasileiras apostam no mercado de defensivos ao usar agentes biológicos

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Foto: Paulo Lanzetta

Paulo Lanzetta - ACBIO mostra dados em 7% de crescimento médio anual no mercado de proteção de plantas, confirmou Danilo Pedrazzoli.

ACBIO mostra dados em 7% de crescimento médio anual no mercado de proteção de plantas, confirmou Danilo Pedrazzoli.

 
Durante VII Cobradan, em Pelotas,RS foi feita a projeção de estudos econômicos em que os biopesticidas vão ocupar 10% do mercado na proteção de plantas nos próximos 10 anos.
 
Nesta quarta-feira (21/10), no segundo dia do VII Congresso de Defensivos Agrícolas Naturais - VII Cobradan, promovido pela Embrapa e Universidade Federal de Pelotas, no município de Pelotas,RS a temática se concentrou na existência de legislação, de produtos e o comportamento do mercado brasileiro de agentes de controle biológico. O evento encerra nesta quinta-feira (22/10), reunindo cerca de 280 participantes, 22 palestrantes e mais de 130 trabalhos técnico-científicos apresentados durante o evento. A ideia é proporcionar um espaço para discussão a fim de provocar o crescimento na área de controle biológico.
 
Foi realizada uma mesa redonda, que trouxe a participação da coordenadora de Agroecologia, Tereza Cristina de Oliveira Saminêz, através do  Serviço de Estudos Normativos da Produção Orgânica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a qual apresentou algunas normativas e como se dá o processo de registro de fitossanitários. Ela mostrou quais são os 39 produtos registrados como fitossanitários com uso aprovado para a agricultura orgânica, sendo que há 255 produtos brasileiros para análise. 
 
A representante da Anvisa, Daniela Macêdo Jorge, falou que a demanda por produtos de origem biológica, seja para utilização na agricultura convencional, seja na agricultura orgânica, tem aumentado nos últimos anos. "O número de pleitos de registro de produtos dessas categorias  mais que  triplicou entre 2009 e 2015", avaliou Daniela. Ela mostrou alguns fatores que contribuem para a demanda por produtos biológicos no país. Além disso, listou também avanços no setor como a retirada da indicação de cultura e da caveira presente em rótulo e bula para semioquímicos, agentes biológicos de controle e micro-organismos. Daniela Macedo Jorge confirmou a existência de 39 produtos com uso aprovados para a agricultura orgânica e mais de 136 convencionais entre semioquímicos, agentes de controle biológico e microbiológico e alguns bioquímicos (derivados vegetais). "Isso representa que temos 58 ingredientes ativos, e que temos também registro de agrotóxicos para 137 culturas no Agrofit e que os biológicos podem ser usados em todas elas, na qual se tenha o alvo biológico", explicou. Ainda ela divulgou entre os avanços a triplicação da equipe de técnicos, a atualização de monografias de produtos biológicos com informações essenciais, a elaboração de um guia de orientação para o registro de produtos de origem biológica e o início de uma discussão na casa sobre a implementação de formas de registro mais diferenciadas para estes produtos. "Todos nós devemos contribuir para a melhoria da comunicação sobre o uso e aplicação desses produtos para todos os setores da sociedade de forma a contribuir para a expansão de uma agricultura saudável para quem consome e para quem produz", defendeu ao finalizar sua fala no Congresso.
 
Em nome da Associação Brasileira de Controle Biológico (ABCBIO), Danilo Scalossi Pedrazzoli, que também é da empresa Koppert, de São Paulo, falou sobre a visão da Associação sobre os agentes de biocontrole liberados para uso no Brasil quanto ao processo de importação, regulamentação, perspectivas e mercado consumidor. Ele apresentou à plateia quais são as grandes culturas que são "carro-chefe" no mercado por produtos biológicos:  mercado de grãos (soja, milho e algodão) e a cana-de-açúcar, e também ressaltou como as pragas estão mudando o conceito do Manejo Integrado de Pragas, o MIP, frente aos agricultores. "Precisamos construir uma nova mentalidade", afirmou. Ao final, o palestrante refletiu junto ao grupo do VII Cobradan como será o mercado futuro. "O mercado atual de proteção de plantas tem envolvido 12 bilhões de dólares no Brasil, tendo 7% de crescimento médio anual , nos últimos 10 anos. Cerca de 1% do mercado atual se destina aos biopesticidas e se espera que nos proximos 10 anos, eles vão representar 10% no mercado de proteção de plantas. Em 2023, se projeta um retorno de 2, 2 bilhões de dólares para economia brasileira com estes produtos", prospectou. 
 
ABCBio  foi fundada em 2007, com a missão de congregar as empresas de controle biológico e fortalecer a representação do setor. Ao encerrar a manhã, as empresas Koppert, Bayer e Ballagro  Agro Tecnologia Ltda. deram suas posições de como as empresas brasileiras estão atuando no mercado de agentes biológicos.  
 
Também foram apresentadas neste dia as palestras de Uso de microorganismos e plantas na biorremediação de solo contaminado com agrotóxicos pela pesquisadora da PROMI/Conicet, de Tucuman, Argentina, Analía Alvarez e a de Prospecção de moléculas e princípios ativos para o controle de insetos-praga e doenças, com o professor da Universidade Federal de São Carlos,SP João B. Fernandes. 
 
A tarde do evento foi reservada para um tour cultural pela cidade de Pelotas, incluindo os principais pontos turísticos, com parada final na Charqueada Boa Vista para um jantar típico gaúcho.
 
 

Cristiane Betemps (MTb 7418-RS)
Embrapa Clima Temperado

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