Entre os dias 26 a 28 de outubro, o espaço da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) foi ocupado por convidados interessados e curiosos acerca das novidades que estavam sendo oferecidas na IV edição da feira de Ciência e Tecnologia “Pesquisadores do Futuro: Inclusão de Crianças e Jovens do Distrito Federal e Entorno”, realizada com o apoio do CNPq e do Ministério da Ciência e Tecnologia. Com o tema “Transversalidade da CT&I na busca por uma alimentação saudável e sustentável”, a feira contou com diversas atrações onde a ciência por trás dos alimentos era apresentada de forma lúdica e interativa. A programação contemplou palestras de pesquisadores (que destacaram o papel da ciência para a produção de alimentos saudáveis), visitas a laboratórios (onde os alunos conheceram as ferramentas utilizadas, por exemplo, pelas áreas de nematologia e fitopatologia para identificar doenças nas plantas), e apresentação de tecnologias que ajudam a tornar a agricultura mais sustentável, a exemplo do protótipo da Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), importante para a economia de água na irrigação, e também a estação de compostagem, processo que transforma matéria orgânica em adubo, com a consequente economia de insumos. Nas oficinas de reciclagem e de produção de hortas em pequenos espaços os visitantes tiveram uma ativa participação. Observadores e atentos, fizeram perguntas e discutiram a importância de não descartar de modo aleatório materiais que levam tempo para se decompor na natureza, com impactos no meio ambiente, e que podem ser reutilizados, como na fabricação de brinquedos e jogos para crianças, como os expostos na feira – o jogo de damas feito com copos descartáveis foi uma das atrações. Igual interesse pelas hortas, e pelas “aulas ao vivo”, onde tiraram dúvidas sobre quais hortaliças podem ser plantadas em pequenos espaços e como aproveitar esse conhecimento para produzir o próprio alimento. E aproveitaram também para desconstruir alguns conceitos, como o de que as “cenouras crescem em árvores”. Além das atividades oferecidas, os alunos receberam sacolas com mini cenouras e um kit de publicações - revistas “Horta&Liça” e o último número de “Espantalho”, que ensina como fazer uma pequena horta, e pode ser baixada em PDF. Aprendizagem A importância da feira para trazer a ciência para o cotidiano das crianças e jovens foi destacada pela professora Lúcia Hipólito, que dá aulas para alunos do quinto ano da Escola-Classe 415. “Considero muito importantes iniciativas como essa porque quando a gente trata da ciência e do papel do cientista parece algo muito distante da nossa realidade, quando na verdade essa questão está presente em todos os aspectos do cotidiano, principalmente quando conhecemos, como é o caso desse evento, os agentes que trabalham para que tenhamos uma vida mais saudável”, avalia a professora, para quem os alunos “estão absorvendo conhecimentos que vão valer para toda a vida”. A iniciativa de realização da feira também mereceu os parabéns da professora Cláudia Oliveira, da Escola Fernando Sabino, em Santo Antônio do Descoberto, que apontou a oficina de reciclagem como um dos pontos altos da programação. Segundo ela, “todas essas informações vão reforçar a bagagem dessas crianças com relação à valorização dos cuidados com o meio ambiente, e crescer com essa consciência ambiental será de grande valia para garantir os cuidados com o nosso ecossistema no futuro”. “Quando uma criança cuida de uma sementinha está cuidando de uma futura árvore”, compara Oliveira.