Ganhos de eficiência, redução dos custos de produção, rentabilidade e expansão da área agrícola são alguns dos resultados gerados pela Embrapa Trigo em quase cinco décadas de existência. A Embrapa Trigo foi criada em 28 de outubro de 1974, em Passo Fundo, RS. Nestes 47 anos, as pesquisas voltadas à intensificação do uso da terra e à sustentabilidade da produção de cereais de inverno fizeram a história da agropecuária na Região Sul, avançando para novas fronteiras agrícolas. A criação da Embrapa Trigo na década de 1970 revolucionou a paisagem rural na Região Sul, com a gradual substituição dos campos de pecuária extensiva, em solos ácidos e cobertos por capim "barba de bode", pelas lavouras de grãos e cultivo de pastagens para suprir a pecuária. Com a missão de viabilizar soluções tecnológicas para o desenvolvimento sustentável do agronegócio de trigo e de outros cereais de inverno no Brasil, a Embrapa Trigo dedicou-se inicialmente ao aumento da produtividade na triticultura, evoluindo para a racionalização de recursos, competitividade da agropecuária e geração de renda. Hoje, as pesquisas estão alinhadas às novas tendências de consumo, preservação da saúde e do meio ambiente. O programa de melhoramento genético de cereais de inverno conduzido pela Embrapa Trigo tem sido determinante para o crescimento dos cultivos de inverno nos mais diversos ambientes do País. Até 2021, a Embrapa Trigo já registrou 200 cultivares sendo 125 de trigo, 23 de cevada, 18 de triticale, 4 de aveia, 3 de centeio, 21 de soja, 3 de milho, 2 de feijão e 1 ervilha forrageira. No trigo, foram desenvolvidas cultivares para os mais diferentes usos, como fabricação de pães, massas, bolachas e biscoitos, além de trigos para alimentação animal em forma de grãos ou forragem conservada. Atualmente, de cada dez cultivares de trigo que estão no mercado, sete contam com germoplasma da Embrapa. Com a contribuição da pesquisa, a média de produtividade em trigo na safra atual varia de 3 mil kg/ha (cultivo de sequeiro) a 9 mil kg/ha (irrigado), resultado do desenvolvimento de cultivares com ampla adaptação, estabilidade no rendimento e resistência a doenças, possibilitando a consolidação e expansão dos cultivos de cereais de inverno no País, bem como a redução no uso de defensivos e aumento na rentabilidade do produtor. Ações voltadas à redução de erosão pela cobertura do solo durante o período de inverno e efeitos auxiliares na recuperação de ecossistemas também são contribuições de tecnologias como o sistema plantio direto e a integração lavoura-pecuária, que têm sido desenvolvidas com expressiva participação da Embrapa Trigo. A aproximação com a indústria, a extensão rural e a assistência técnica está resultando em novos arranjos no complexo agroindustrial dos cereais de inverno, com reflexos na movimentação econômica no campo e na cidade a partir da otimização do uso da terra no inverno. Hoje a Embrapa Trigo conta com uma equipe de 200 profissionais, onde 44 são pesquisadores, 37 são analistas e 119 são técnicos e assistentes atuando na sede em Passo Fundo, RS; na unidade de Coxilha, RS; na Embrapa Cerrados e no Núcleo Avançado de Trigo Tropical, em Uberaba, MG. Assista aqui a mensagem de Jorge Lemainski, chefe-geral da Embrapa Trigo sobre os 47 anos da unidade de pesquisa.