Embrapa apresenta experiências para produção animal sustentável na COP26
Embrapa apresenta experiências para produção animal sustentável na COP26
Foto: Adilson Nóbrega
Marco Bomfim destacou experiências para produção animal sustentável na Caatinga em painel na COP 26
Resultados de pesquisas e políticas públicas brasileiras para produção animal sustentável foram apresentados pela Embrapa em painel on-line promovido pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) nesta quarta-feira (3), na programação da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26).
O pesquisador Marco Bomfim, chefe-geral da Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral, CE), apresentou experiência de mitigação do impacto da produção animal sobre o meio-ambiente, com destaque para sistemas integrados de produção e recuperação de áreas degradadas na Caatinga e alternativas para compensação de emissão de gases, como a Carne Carbono Neutro.
A convite do FIDA, Bomfim apresentou estas experiências no painel “Criação de uma base de evidências para apoiar o desenvolvimento de pecuária resiliente e de baixa emissão”, como proposta de solução para uma produção animal com essas características. O debate, que reuniu outros especialistas da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), FIDA, Plataforma Global de Laticínios (Global Dairy Platform) e do governo da República do Quirguistão, trouxe relatos de casos de sucesso e apontamentos para enfrentar desafios e subsidiar políticas públicas voltadas para a produção sustentável.
De acordo com o pesquisador, será fundamental uma aproximação entre as organizações de pesquisa e o setor produtivo, para incrementar o desenvolvimento e a adoção de soluções tecnológicas para uma pecuária de base sustentável. “Isso significa mais financiamento, mais formação de competências, mais conhecimento compartilhado, para que os agricultores também entrem nessa transição”, destacou ele.
Na apresentação, Marco apresentou resultados de pesquisas da Embrapa em contribuição ao Plano ABC e à Política Nacional de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Ele ressaltou aspectos como o uso sustentável de florestas aliado à produção animal, que permite benefícios como o bem-estar animal, a produção pecuária com baixa emissão de carbono e a diversificação de atividades nos sistemas, em que atividades como a exploração sustentável da madeira se soma à produção na lavoura e pecuária.
O pesquisador também apresentou resultados do sistema ILPF adaptado para a Caatinga e das pesquisas para recuperação de áreas degradadas no bioma. Segundo ele, essas alternativas permitem que, em um horizonte de quatro anos, se possa recuperar áreas degradadas e ter uma nova realidade, com potencialidade para produção de carne e leite. “Em quatro anos, uma área pode estar restaurada e com solo apto para produção de forragem para produção animal”, ressaltou Bomfim.
A experiência do sistema ILPF Caatinga, baseada em um novo desenho para sistemas integrados de produção no bioma, começa a ser implementada em propriedades rurais em três territórios do Semiárido brasileiro – Vale do Itaim (PI), Sertão dos Inhamuns (CE) e Cariri Paraibano.
A ação é desenvolvida pela Embrapa em parceria com o Projeto Dom Hélder Câmara e financiamento do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), no âmbito do programa AgroNordeste, coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Bomfim também apresentou a experiência da Carne Carbono Neutro (CCN), marca-conceito que visa certificar a carne bovina produzida em sistemas de integração do tipo silvipastoril (pecuária-floresta) ou agrossilvipastoril (lavoura-pecuária-floresta), por meio de protocolos específicos.
O objetivo é garantir que os animais que deram origem ao produto tiveram as emissões de metano entérico compensadas durante o processo de produção pelo crescimento de árvores no sistema. Em 2020, a empresa Marfrig lançou, em parceria com a Embrapa, a linha de carnes Viva, baseada no conceito de Carne Carbono Neutro, com produtos provenientes de animais inseridos em um sistema de produção pecuária-floresta.
No debate após as apresentações, participantes como a pesquisadora Anne Mottet, da FAO, elencaram aspectos que consideram interessantes nas experiências brasileiras apresentadas pela Embrapa. “Vimos na apresentação de Marco o que é necessário para pensar em pecuária de baixa emissão de carbono. Os animais emitem gases de efeito estufa de qualquer maneira, é um processo natural. Mas podemos reduzir a quantidade de gás produzida por quilo de carne ou de leite produzido e também compensar as emissões”, afirmou ela.
O debate do painel foi transmitido ao vivo pelo canal do FIDA no YouTube, em língua inglesa e pode ser acessado pelo link: https://youtu.be/pwFoLjgo02g. A programação completa dos painéis promovidos pelo Fundo na COP26 pode ser acompanhada em https://www.ifad.org/en/web/events/cop26.
Adilson Nóbrega (MTB/CE 01269 JP)
Embrapa Caprinos e Ovinos
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