05/11/21 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Agricultores do Mato Grosso pedem apoio para avançar na produção

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Foto: Patrícia Rocha

Patrícia Rocha - Produtores do Mato Grosso pedem mais ações de pesquisa e ativos tecnológicos.

Produtores do Mato Grosso pedem mais ações de pesquisa e ativos tecnológicos.

Proteína mais barata. Esta foi a principal demanda que parte do setor produtivo do centro-oeste trouxe à Embrapa Meio-Norte (Teresina - PI) nesta semana. Leandro Lodea, produtor, Afrânio Migliari, executivo da  Associação dos Produtores de Feijão, Trigo e Irrigantes do Mato Grosso (APROFIR), apresentaram a gestores demandas de pesquisa, desenvolvimento e inovação que aguardam soluções tecnológicas.

“Precisamos avançar nessa demanda por proteína mais barata, a exemplo de feijões do gênero Vigna, como o caupi, produto que a Embrapa Meio-Norte é protagonista nos trabalhos de melhoramento genético”, destacou Afrânio Migliari aos gestores Adão Sá, Adão Cabral, Anísio Lima Neto, Kaesel Damasceno, Paulo Fernando Vieira e Teresa Viola. 

Segundo os produtores, há, ainda, demandas por gergelim e amendoim, que aumentaram devido à divulgação internacional feita recentemente pela ministra Teresa Cristina, da Agriculura Pecuária e Abastecimento, em viagens ao exterior. De acordo com  Migliari, essa é uma “oportunidade sem precedentes para o mercado dos exportadores de feijão-caupi, que já participa com 40% da pauta de exportações de feijões do Brasil”. 

O representante da APROFIR mostrou o cenário provável apontando em direção à China,  que deve substituir gradativamente feijão por soja, abrindo uma nova agenda para produtores de outros países que vão precisar de variedades melhoradas e informações de manejo de feijões vigna.
Mas não só de variedades vive o mercado, e o pedido à Embrapa não só é por variedades, mas também por manejo, informações ao produtor. "Material genético temos, falta material tecnológico", disse Leandro Lodea. Segundo ele, insumos, defensivos, fertilizantes e melhores técnicas de colheita, são alguns itens da produção que precisam chegar aos produtores.

O produtor destacou ainda a necessidade de uma ampla articulação institucional  para garantir, por exemplo, a certificação das sementes de feijão, trabalho coordenado em nível central pelo Mapa e fiscalizado pelos estados. Segundo ele, a ação coordenada permitiria a organização de toda a cadeia, incluindo o pagamento de royalties para devolver recursos à pesquisa agropecuária. 

" Há o ônus de fazer o material genético de excelência, mas não há o bônus de receber sobre a tecnologia. É preciso pensar soluções para retroalimentar a pesquisa. O setor precisa blindar isso", explicou Lodea. 

Para começar os projetos entre as instituições, buscando atender demandas externas que devem chegar, será construído um termo de cooperação técnica por meio de uma fundação de apoio. Esta ação dará uma acelerada nas pesquisas e nos resultados, provavelmente um contrato tipo III. Essa modalidade contratual é prevista no arcabouço normativo da Embrapa para atender demandas especificas do setor produtivo. 

Segundo Teresa Viola, a ideia é começar com um plano de trabalho prevendo co-desenvolvimento de mais ativo tecnológico para o manejo de caupi, do tipo processo tecnológico. Outra diretriz apontada no encontro foi a ideia de estender as tecnologias à agricultura familiar, beneficiando os pequenos produtores. Para entender a representatividade do feijão-caupi, basta acompanhar os dados de 2016 a 2021, em que houve um salto de 10 mil hectares plantados para 150 mil, somente no estado de  Mato Grosso.
 


 
 

Fernando Sinimbu ( com informações de Patrícia Rocha ) (654 MTb/PI)
Embrapa Meio-Norte

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