Profissionais compartilham conhecimentos sobre bambu no Brasil e Equador
Profissionais compartilham conhecimentos sobre bambu no Brasil e Equador
Resultados de pesquisas sobre a cultura do bambu e os avanços tecnológicos promovidos nessa cadeia produtiva movimentam dois grandes eventos, esta semana. Pesquisadores, técnicos, lideranças políticas e empresariais de diversos países participam do Seminário "O Bambu na economia, na moradia e na paisagem", no período de 26 a 31 de outubro, em Quito, no Equador. No âmbito brasileiro acontece o Seminário Nacional do Bambu, evento que reúne, em Goiânia (GO), entre os dias 26 e 30, profissionais do campo científico e acadêmicos de diversas áreas.
Na capital equatoriana o encontro é realizado pela Rede Internacional de Bambu e Ratã (Inbar), organização que apoia iniciativas voltadas para a ampliação dos usos desses materiais pelo mundo. O objetivo principal do evento é promover o compartilhamento de conhecimentos científicos e tecnológicos e ampliar o acesso a informações sobre mecanismos de adaptação às mudanças climáticas e alternativas econômicas desenvolvidas no Equador, Peru e Colômbia. Serão oferecidas palestras, mesas redondas e oficinas sobre práticas de construção em bambu, além de exposição de produtos industriais e artesanais elaborados com essa matéria prima. Também está previsto uma visita a campo para conhecer experiências práticas com a cultura e iniciativas que vêm contribuindo para o desenvolvimento dessa cadeia produtiva no Equador.
A troca de experiências e a transferência de conhecimentos tecnológicos são ações previstas no Memorando de Entendimento firmado entre os governos do Brasil e China para a cooperação bilateral em tecnologia e inovação, com foco no desenvolvimento da cultura do bambu nos dois países. De acordo com o pesquisador Elias Miranda, responsável pelos estudos com essa cultura na Embrapa Acre, o compartilhamento é uma estratégia eficiente para ampliar conhecimentos. "O evento será uma oportunidade para conhecer novos modelos tecnológicos envolvendo o manejo e processamento do bambu", afirma.
Segundo Márcio Bayma, analista da área de socioeconomia da empresa, nesses países existe uma cadeia constituída e um vasto mercado em torno do bambu e o Brasil pode se inspirar em iniciativas de sucesso para se inserir mais efetivamente nesse contexto mercadológico. O economista, que também participa do encontro, vem atuando em estudos voltados para a geração dedados sobre custo e rentabilidade de produtos, processos e serviços para subsidiar a formação de um arranjo sobre bambu, em fase de estruturação na Embrapa. "A interação com profissionais de outros países permitirá identificar possíveis demandas mercadológicas com o objetivo de direcionar o trabalho em comunidades rurais locais como forma de contribuir para o aproveitamento dessa matéria prima e para inserção dos agricultores nesse mercado", diz.
A Inbar é uma Rede intergovernamental sediada na China, que investe no desenvolvimento de projetos sustentáveis com uso do bambu e ratã na construção civil, em empreendimentos comerciais e preservação ambiental. A inciativa conta com a participação de 41 países, entre eles Peru, Vietnã, Gana, Quênia, Equador e Colômbia. O Brasil ainda não é integrante, mas um projeto de Lei em tramitação no Congresso Nacional prevê a sua inclusão como membro. Em julho deste ano foi aprovado pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.
Evento nacional
O Seminário Nacional do Bambu é considerado um importante fórum de difusão do conhecimento técnico científico e de práticas inovadoras na aplicação da planta. A terceira edição do evento discutirá os avanços e entraves no desenvolvimento de pesquisas e da cadeia produtiva do bambu no Brasil em quatro sessões temáticas abrangendo Agronomia, Botânica, Engenharia Florestal, Arquitetura, Engenharia Civil, Energia e Design entre outras áreas relacionadas.
Com o tema "Bambu, Meio Ambiente e Tecnologia: Desafios e Perspectivas", o evento é uma promoção do governo federal, por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Embrapa, Fundação de Apoio à Pesquisa (Funape) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg). A execução do evento é de responsabilidade da Universidade Estadual de Goiás (UEG), por meio do seu Núcleo de Pesquisa em Materiais Sustentáveis e Fibras Naturais (Vittata Bambu/UEG), Universidade Federal de Goiás (UFG), Pontíficia Universidade Católica (PUC) de Goiás e Universidade de Brasília (UnB).
Um dos participantes, o pesquisador Eufran Amaral, chefe-geral da Embrapa Acre, contribuirá com as discussões apresentando resultados de pesquisas por meio do artigo "Manejo e uso do bambu nativo no estado do Acre: oferta de matéria-prima e desafios de acessibilidade para implantação e uma indústria". Durante o seminário também serão discutidas estratégias de implantação da Política Nacional do Bambu, criada em 2011.
"Teremos a possibilidade de reunir um grupo de pessoas com objetivos comuns no sentido de criar condições para o uso efetivo do bambu no Brasil, com foco no aproveitamento de umas das maiores reservas naturais do mundo e no cultivo da espécie. Estes dois direcionamentos podem ocorrer de maneira paralela e permitir que a cadeia produtiva do bambu se desenvolva e possa ser mais significativa na economia do país", destaca Amaral.
Diva Gonçalves (Mtb-0148/AC)
Embrapa Acre
Contatos para a imprensa
acre.imprensa@embrapa.br
Telefone: (68) 3212-3250
Colaboração: Ana Flávia Soares
Embrapa Acre
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/