Pesquisadores e agricultores da Amazônia discutem acesso a tecnologias e alternativas para reduzir penosidade do trabalho rural
Pesquisadores e agricultores da Amazônia discutem acesso a tecnologias e alternativas para reduzir penosidade do trabalho rural
Foto: Lindomar Silva
Penosidade no trabalho rural é um dos temas em discussão, em busca de alternativas
A dificuldade de acesso à mecanização e tecnologias, além da penosidade no trabalho rural, o envelhecimento da população no campo e dificuldades em conseguir mão de obra para o trabalho agrícola são características presentes na agricultura familiar do Amazonas.
Diante deste cenário, um grupo de pesquisadores, professores, extensionistas e agricultores familiares vem discutindo alternativas para facilitar o acesso dos agricultores a tecnologias sociais desenvolvidas por instituições de pesquisa, ensino e extensão, além de meios para estimular que agricultores criem inovações e equipamentos que possam reduzir essa penosidade do trabalho e ao mesmo tempo aumentar a produtividade.
Algumas dessas ações foram discutidas no III Workshop Pesquisa e Agricultura Familiar, e fazem parte dos encaminhamentos de ações propostas para serem conduzidas após o evento. Tendo como tema central a Inovação e sustentabilidade para o desenvolvimento agropecuário da Amazônia, o workshop reuniu agricultores, representantes de movimentos sociais rurais, pesquisadores de instituições e de universidades discutindo várias experiências de acesso à inovação, tanto pelo viés produtivo e tecnológico quanto pelo aspecto social . Além de permitir a discussão desses temas e apresentar experiências desenvolvidas na Amazônia, os eventos foram também oportunidade de prospecção do Núcleo de Socioeconomia da Embrapa Amazônia Ocidental para balizar a pesquisa relacionada a soluções tecnológicas e desenvolvimento de comunidades rurais amazonenses.
Realizado em formato on-line e presencial com base em Manaus, no período de 10 a 12 de novembro, o III Workshop Pesquisa e Agricultura Familiar trouxe na programação também a I Mostra de máquinas, inventos e inovações para a agricultura familiar, onde foram apresentadas mais de 15 tecnologias e sistemas produtivos utilizados na agricultura familiar da região.
O workshop foi uma realização conjunta envolvendo a Embrapa Amazônia Ocidental, Universidade Federal do Amazonas, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Cáritas Arquiodicesana de Manaus, Movimentos dos Pequenos Agricultores (MPA), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
De acordo com o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Lindomar Silva, da equipe de coordenação, as sugestões e informações obtidas durante este III Workshop estão sendo sistematizadas para servirem de apoio no planejamento de ações futuras de pesquisa voltada para a agricultura familiar, inclusive para fortalecer ações de incentivo e apoio a construção de máquinas, equipamentos e inovações voltadas para a realidade do Amazonas, tendo como referência ações que já são feitas em outros estados como mostras, exposições e concursos. “Com o envelhecimento da população do campo e outros fatores, é fundamental pensar em máquinas e estratégias que possam facilitar o trabalho, incentivando que pequenos produtores possam ter acesso a máquinas com baixo custo e também adaptar seus equipamentos para melhorar seu trabalho”, comentou o pesquisador.
Lindomar relaciona uma série de encaminhamentos definidos entre os participantes do workshop, para ações no pós-evento, como estimular a partilha de informações e soluções encontradas pelos agricultores com a realização de eventos anuais com efetiva presença dos agricultores, continuar participando dos fóruns nacionais tais como o Observatório de soluções tecnológicas da agricultura familiar e do Grupo de trabalho ferramentas e equipamentos para agroecologia; contribuir para a realização de uma exposição nacional de máquinas, equipamentos e inovações para agricultura familiar; fortalecer parcerias envolvendo instituições de pesquisa, universidades, escolas família agrícola; incentivar a organização dos agricultores em redes, valorizando a Rede Bragantina, Rede Poranga, Rede de Negócios Sustentáveis do Alto Urupadí , Rede Biribá ,entre outras; Também definiram apoiar a realização de encontros dos pequenos agricultores no Amazonas, com foco na fortalecimento organizativo e incidência em políticas públicas para agricultura; continuar a partilhar teorias, metodologias e resultados de pesquisas entre pesquisadores e professores que se dedicam a estudar a agricultura familiar, com especial atenção aos que contribuem para os agricultores da Amazônia; fortalecer e publicar resultados de pesquisa na Revista Terceira Margem Amazônia; sistematizar experiência exitosa de inovação social no Amazonas; facilitar a troca de informações e experiências bem sucedidas entre os agricultores.
Síglia Souza (MTb 66/AM)
Embrapa Amazônia Ocidental
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