Encontro discute o uso do fungo Trichoderma no controle de doenças de plantas
Encontro discute o uso do fungo Trichoderma no controle de doenças de plantas
Atualmente a área tratada com o fungo é superior a 10 milhões de ha
Especialistas em Trichoderma da Universidade de Salamanca, da Espanha, estarão em encontro em 13 de dezembro, por aqui, organizado pela Embrapa Meio Ambiente. O professor da Universidade de Salamanca Enrique Monte irá abordar o tema Trichoderma como agente de controle biológico de doenças de plantas e a professora María Eugenia Morán Diez irá falar sobre os mecanismos de ação de Trichoderma para controle de doenças de plantas, isto é, como o Trichoderma atua sobre o patógeno e sobre a planta.
No Brasil, um dos principais agentes de controle biológico de doenças de plantas é o fungo Trichoderma, pela sua ampla adaptação às condições ambientais do País e pela grande variabilidade e especificidade de controle a determinados patógenos, especialmente os patógenos habitantes do solo, como Sclerotinia sclerotiorum, agente causal do mofo branco da soja e outras culturas de importância econômica.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente e organizador do encontro, Wagner Bettiol, o Trichoderma mudou completamente o cenário do controle biológico de doenças de plantas no Brasil. “O primeiro produto disponibilizado no mercado para uso no Brasil, à base de Trichoderma, foi em 1987. Entretanto, o aumento da produção e uso de Trichoderma ocorreu após o ano 2000 e o primeiro registro de produto comercial foi em 2006. Em 2008, produtos à base de Trichoderma foram aplicados em aproximadamente 600 mil ha de soja para o controle do mofo branco. Contudo, atualmente a área tratada é superior a 10 milhões de ha", explica Bettiol.
“Analisando os biofungicidas à base de Trichoderma, em 2019, o número total de produtos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), à base de espécies deste bioagente, foi de 21. Destes, 66% deles são à base de Trichoderma harzianum, 24% à base de Trichoderma asperellum, 5% à base de Trichoderma koningiopsis e 5% à base de Trichoderma stromaticum, o que mostra a importância desse fungo para a agricultura brasileira", destaca Bettiol. Contudo, é preciso considerar que esse número aumentou nos últimos dois anos.
Cristina Tordin (MTb 28.499/SP)
Embrapa Meio Ambiente
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