09/12/21 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação  Agricultura de Baixo Carbono

Presidente da Embrapa debate desenvolvimento tecnológico para futuro sustentável

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Foto: reprodução internet

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O futuro está direcionado para a sustentabilidade em todas as suas dimensões e não existe nem um setor da economia que não terá que se descarbonizar. A bioeconomia vai ter um papel muito importante e vai continuar crescendo, exemplo do ano passado, quando a indústria de bionsumos superou a marca de 50%.

As afirmações foram feitas pelo presidente da Embrapa, Celso Moretti, durante o painel sobre o agro, na tarde do dia 8, durante o Zero Summit,  primeira conferência latino-americana focada tecnologias e relacionadas à mitigação das emissões de carbono. O evento, transmitido ao vivo on-line, a partir da Casa Fares, em São Paulo, reuniu especialistas do setor para discutir estratégias de compatibilizar desenvolvimento econômico e sustentabilidade ambiental.

“Foi dada a largada para a busca de uma economia neutra em carbono e, a partir da experiência da COP 26, em que esteve clara a disposição dos países que demonstraram reconhecer a importância e a necessidade do envolvimento global nesse cenário de futuro”, disse Moretti. “A nossa agricultura é baseada em ciência e contra dados e fatos não há argumentos”, completou.

Segundo ele, enquanto o mundo ainda traça estratégias, o Brasil já trabalha a partir de plataformas de agricultura sustentável há três décadas. “Temos carne carbono neutro, soja baixo carbono e estamos a caminho do leite carbono neutro e ainda tem muito mais contribuições por vir”, comentou.  

Sobre biocombustíveis, o presidente da Embrapa disse que “o Brasil dá um show”.  Falou sobre o potencial competitivo e a eficiência da cana de açúcar, do ponto de vista de álcool e etanol para veículos. “Não  há nada tão competitivo do que a produção da cana de açúcar, uma vez que o milho já demonstrou ter produtividade mais baixa e custo mais elevado”, comenta. “Por isso, o Brasil é hoje o segundo maior produtor mundial de biodiesel, com 7 bilhões de litros no ano passado, atrás apenas dos Estados Unidos”, completa, destacando os trabalhos em desenvolvimento na área da produção do bioquerosene aeronáutico.

 

Ciência e tecnologia

O presidente comentou a utilização dos recursos do sensoriamento remoto em benefício da sustentabilidade do agro brasileiro e o potencial de desenvolvimento com a chegada do 5G. “No lançamento dessa tecnologia, na Embrapa Soja, em Londrina, fizemos testes para a identificação da ferrugem asiática, com sucesso”, anima-se, referindo-se às contribuições da ciência ao longo dos últimos anos e à quantidade de informações que ainda está por vir.

“Graças a tecnologia também temos colocado bionsumos para disponibilizar fósforo armazenado no solo e ajudar as plantas a conviverem com a seca”, cita ele. “A biologia sintética dá mais resiliência e a agricultura digital contribui com mais sustentabilidade ao agro”, disse.

Moretti abordou ainda os avanços nos contatos entre a pesquisa brasileira e norte-americana durante a visita que fez às Universidades da Flórida e da Califórnia, na última semana. “Entre inúmeras áreas de potencial parceria, conversamos muito sobre inteligência artificial, que está na pauta de prioridades dos pesquisadores”, lembra.

“A questão dos sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta – que já representa 17 milhões de hectares – também foi abordada e reforçamos a meta de chegar a 2030, com 30 milhões de hectares implantados”, afirma. “Hoje notadamente é o ILPF e seu componente florestal que vai nos ajudar muito com o compromisso de metano, do qual o Brasil é signatário”, destaca.

Moretti lembrou ainda o desenvolvimento de forrageiras com características de melhor digestibilidade, que reduzem as emissões de metano e o melhoramento genético vegetal e animal, áreas importantes no portfólio de pesquisa da Embrapa. “Também estamos acompanhando estudos voltados ao uso de óleos essenciais e de algas, que têm um potencial enorme para reduzir metano e, em outra frente, a compensação a partir do sequestro de nitrogênio pela planta”, comentou, ressaltando ainda o recente lançamento do mapa de solos do Brasil, que hoje representa 5% do carbono orgânico do mundo.

Ao final da participação, Moretti disse que todo o esforço da pesquisa precisa ser melhor comunicado para a sociedade, em especial o público urbano, que se deve estar conectado ao que tem sido feito pelo agro. “Muitas vezes falamos só para o agro, quando temos tecnologias que estão aí e devem ser levadas não só para o Brasil todo, mas para o mundo, que precisa conhecer o trabalho desenvolvido em benefício de uma agricultura mais competitiva e sustentável”, completa.

O painel sobre o Agronegócio, mediado por Carlos Pelicer, cofundador do Zero Summit e COO Global da empresa de soluções agrícolas UPL, também contou com a participação de Jai Shroff, CEO Global da UPL, de Rodrigo Junqueira, diretor da AGCO, de Guilherme Nastari, diretor do Datagro, de Marcos Jank, coordenador do centro “Insper Agro Global”, e de Rogério Castro, CEO da UPL Brasil. O evento, realizado nos dias 8 e 9, incluiu painéis sobre Consumíveis, Mobilidade, Resíduos, Esportes e Sustentabilidade, Cidades inteligentes,  Futuro do trabalho, Energias renováveis e Finanças verdes

 

Sobre o Zero Summit

A proposta do evento surgiu no final de 2019, idealizada pelo ex-campeão mundial de Fórmula-E e embaixador da sustentabilidade da ONU, Lucas Di Grassi , e pelos empresários Rodrigo Pedroso e Carlos Pellicer, durante um MBA em Harvard. O conceito da iniciativa surgiu a partir da necessidade de transformação do mundo em um ambiente focado em tecnologias sustentáveis.

Após 4 meses, Zero Summit foi lançado para mais de 750 convidados e jornalistas do Brasil e do mundo como o primeiro evento na América Latina, onde os líderes se reuniam para discutir o futuro com Carbono Zero. Mais de 500 ipês amarelos foram distribuídos para compensar as emissões geradas pelo evento de lançamento.

A primeira edição do Zero Summit ocorreu em novembro de 2020, com a presença de  especialistas, líderes, empresários, influenciadores, marcas e parceiros, e transmissão ao vivo, on-line, do Parque do Ibirapuera, em São Paulo. 

Kátia Marsicano (MTb DF 3645)
Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire)

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