Embrapa vai lançar chamada pública para empresas parceiras do AgNest, primeiro farm lab de inovação do Brasil
Embrapa vai lançar chamada pública para empresas parceiras do AgNest, primeiro farm lab de inovação do Brasil
O edital é direcionado a empresas de tecnologia da informação e telecomunicação e indústria agropecuária
Ambiente vai funcionar como um laboratório vivo de soluções digitais e sustentáveis para a agricultura
A Embrapa lança na próxima segunda-feira, 20 de dezembro, às 14h, o chamamento público para seleção de empresas parceiras do AgNest, iniciativa para promoção da inovação aberta e do empreendedorismo com foco na geração de soluções digitais e sustentáveis para a agricultura.
O laboratório vivo, localizado em Jaguariúna (SP), vai oferecer infraestrutura para startups que atuam no agronegócio (agtechs e foodtechs) realizarem a experimentação, validação e demonstração de novas tecnologias, num ambiente que também possibilitará a conexão com instituições de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), corporações e investidores.
Neste chamamento, as empresas interessadas em serem parceiras do AgNest, quando selecionadas, vão assumir o papel de parceiras fundadoras e compor o Conselho Gestor, seguindo um modelo de governança público-privada que tem a Embrapa como instituição âncora em PD&I. O edital ficará aberto por 60 dias e é direcionado a empresas de tecnologia da informação e telecomunicação e representantes da indústria agropecuária com atuação em áreas como biotecnologia, máquinas e implementos, agricultura de precisão e alimentos.
O lançamento do chamamento público será transmitido ao vivo no canal da Embrapa no YouTube. A solenidade contará com a presença do presidente da Embrapa, Celso Moretti, da diretora-executiva de Inovação e Tecnologia da Empresa, Adriana Regina Martin, do secretário-adjunto de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Cléber Soares, e do secretário de Empreendedorismo e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Paulo Alvim.
Após o lançamento, o chamamento público estará disponível para consulta no Portal Embrapa e no website do AgNest. A iniciativa é liderada pela Embrapa Meio Ambiente e Embrapa Agricultura Digital, com o apoio da Secretaria de Inovação e Negócios da Embrapa.
Para a sua concepção, o projeto recebeu financiamento do MCTI, que aportou recursos para o aprimoramento da infraestrutura local para instalação de modernas ferramentas de conectividade, sensores, máquinas e equipamentos. A ideia é criar um ambiente com condições de apoiar as startups desde as fases de ideação até a atuação comercial, fomentando o desenvolvimento de serviços e produtos que potencializem a agricultura digital e sustentável.
Para Marcelo Morandi, chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, fortalecer este ecossistema de inovação aberta é fundamental para enfrentar os desafios globais de atender à demanda crescente por alimentos, fibras e energia.
“O Brasil possui capacidade técnico-científica, produtores rurais que entendem e sabem fazer agricultura, tecnologia disponível e uma riqueza de recursos naturais. São elementos que colocam o País em condições de se posicionar como grande condutor desse futuro, autossuficiente em tecnologia e líder em agricultura sustentável”, afirma.
A expectativa é impulsionar a geração de soluções baseadas, por exemplo, em internet das coisas, big data, inteligência artificial e automação, que busquem o aumento de eficiência e de produtividade dos sistemas de produção agropecuária.
“As tecnologias digitais têm potencial para agregar valor em todos os elos da cadeia produtiva, apoiando a tomada de decisão, reduzindo custos, otimizando o uso de recursos naturais e outros insumos. A agricultura digital já é uma realidade e o AgNest será uma oportunidade de trazer para perto estes atores do ecossistema de inovação para que o setor siga avançando”, ressalta Silvia Massruhá, chefe-geral da Embrapa Agricultura Digital.
Como vai funcionar
O AgNest foi desenhado a partir do conceito plug and play, em que as startups e as empresas parceiras, isoladas ou conjuntamente, poderão acessar este ambiente de laboratório vivo para testes e experimentações. A proposta é disponibilizar toda a estrutura necessária para as startups e corporações se conectarem, e com isso acelerar o desenvolvimento de novas tecnologias, com custos menores e que alcancem mais rapidamente o mercado e os usuários.
Paula Packer, chefe-adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Meio Ambiente, explica que diferentes parceiros poderão testar suas soluções numa escala menor. O AgNest é uma fazenda operacional, mas de menor porte, por isso um laboratório vivo. A startup se conectará ao ambiente e executará um plano de trabalho para desenvolver ou aprimorar seu produto até colocá-lo no mercado. “Será um ambiente que vai agregar, num modelo inovador, a expertise da Embrapa em pesquisa agropecuária e das corporações, com a visão de mercado, ao perfil ágil e flexível das startups”, completa.
O empreendimento vai ocupar um campo experimental situado na Embrapa Meio Ambiente, com aproximadamente 60 hectares, metade deles destinados a atividades agrícolas. Utilizada tradicionalmente para a pesquisa, a área tem histórico de implantação de culturas perenes, semi-perenes, é apta para cultivos anuais de verão, como grãos e fibras, e também comporta a implantação de sistemas de irrigação, o que permite o cultivo de culturas de inverno, como trigo, cevada e aveia.
Outra característica de destaque do AgNest é a sua localização, a 10 minutos de Campinas (SP), considerado um importante polo de ciência, tecnologia e inovação, com a presença de universidades e institutos de pesquisa, e uma concentração considerável de empresas privadas, aceleradoras, incubadoras e investidores.
Além disso, estará a apenas 1h30 de São Paulo, cidade com maior número de agtechs do Brasil. Para o pesquisador Vitor Mondo, da área de negócios da Embrapa Agricultura Digital, esse conjunto de fatores permite um amplo leque de possibilidades de atuação das startups. “O objetivo do AgNest é facilitar a interação dentro desse ecossistema de inovação e empreendedorismo, propiciando novas soluções e benefícios para todo setor e sustentando a posição do Brasil como referência em agricultura tropical no mundo”, conclui.
Graziella Galinari (MTb 3863/PR)
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