Embrapa Instrumentação faz 37 anos e fortalece parcerias com o setor privado
Embrapa Instrumentação faz 37 anos e fortalece parcerias com o setor privado
Foto: Renan Alcântara - novembro de 2015
O incentivo às parcerias com a iniciativa privada esteve presente nas gestões dos sete chefes da Embrapa Instrumentação, desde Sergio Mascarenhas (5º, da esquerda para a direita), em 1984, que faleceu em maio deste ano, até João Naime (1º da esquerda para a direita), que está encerrando o mandato
Criada em 18 de dezembro de 1984 para integrar o conhecimento da física e das engenharias ao setor agropecuário, a Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP) chega aos 37 anos fortalecendo as parcerias com o setor privado, especialmente, no desenvolvimento de projetos de pesquisa no modelo de inovação aberta, no qual a empresa participa desde o início.
Em 2021 foram assinados 19 contratos de cooperação, cujos resultados impactam em cadeias e setores produtivos tais como algodão, milho, trigo, celulose, em temas como automação, agricultura de precisão, matéria orgânica de solos, gases de efeito estufa, proteína animal, sensores e equipamentos, dentre outros.
Além dos novos desenvolvimentos, o Centro de Pesquisa também licenciou uma tecnologia de revestimento para conservação pós-colheita da batata, que deverá receber aperfeiçoamentos, em parceria com uma empresa, até chegar ao mercado. Já o processo para determinar textura de solos com uso de Laser”, licenciado e adotado pela iniciativa privada, recebeu, neste ano, carta-patente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial.
Soluções para os alimentos
O INPI também reconheceu durante o ano, como patente de invenção, a cabeça de medição aplicável a um espectrômetro, que também é motivo de cooperação com a iniciativa privada no desenvolvimento de uma solução para avaliação da qualidade do leite, para atender aos produtores, cooperativas e consumidores.
A aprovação do Laboratório Nacional de Agro-Fotônica (LANAF), em 2021, para integrar o Sistema Nacional de Laboratórios de Fotônica (Sisfóton) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), é outro fator que deve alavancar novas parcerias com o setor privado, em pesquisas voltadas para a segurança alimentar e segurança do alimento.
Prestes a deixar o cargo depois de seis anos, o chefe-geral da Embrapa Instrumentação, João Naime, avalia que “a presença da iniciativa privada nos projetos com nosso Centro de Pesquisa tem feito a diferença, com o compartilhamento de estruturas de nossos laboratórios multiusuários e também a formação de talentos, permitindo gerar soluções a partir de necessidades do setor produtivo de forma mais ágil e assertiva”.
Ciência, tecnologia e educação
As novas parcerias são possíveis em função das conexões científicas estabelecidas, principalmente, com as universidades. Em 2021 os pesquisadores da Embrapa Instrumentação contribuíram com 19 participações em 11 programas de pós-graduação na USP, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Federal de Lavras (UFLA) e na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp).
As ações que promovem a sinergia entre a educação e a pesquisa também ganharam destaque em 2021 com a 7ª edição do Curso de Tecnologia Pós-Colheita em Frutas e Hortaliças. Depois de dez anos, por causa da pandemia da Covid-19, o treinamento migrou do formato presencial para o virtual e já atraiu, em um mês, mais de 1.500 inscritos de todos os Estados do Brasil e alguns países da América do Sul.
Efeito similar ocorreu no Programa Embrapa & Escola em São Carlos, realizado em parceria com a Embrapa Pecuária Sudeste, Diretoria de Ensino a Secretaria Municipal de Educação e a Câmara Municipal. As lives sobre a importância da ciência para o desenvolvimento da humanidade e ciência e sustentabilidade mobilizaram em torno de 3.000 estudantes, inclusive de municípios da região.
“A pandemia trouxe muitos desafios, mas também oportunidades de utilizar a tecnologia disponível para levar o conhecimento gerado por nossa equipe e parceiros a muito mais pessoas, independentemente da idade ou segmento de atuação”, argumenta Naime, que a partir de janeiro voltará a integrar o grupo de pesquisa – o novo chefe-geral será o pesquisador José Manoel Marconcini.
“Essa rota da ciência ao mercado é um dos legados deixados pelo professor Sergio Mascarenhas, o criador da Embrapa Instrumentação, que faleceu em 2021. Ele sempre procurou nos apontar os caminhos para a produção científica em alto nível, inclusive internacional, para a inovação ou, como gostava de falar, para sermos a história em construção do futuro”, finaliza Naime.
Edilson Fragalle (MTB 21.837/SP)
Embrapa Instrumentação
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