Oficina discute reúso da água na agricultura
Oficina discute reúso da água na agricultura
Com a temática "Uso racional e reúso de água no setor agrícola", a Câmara Técnica de Ciência e Tecnologia (CTCT) do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) promoveu no dia 27 de outubro uma oficina de trabalho para discutir a necessidade da adoção de normas para o aproveitamento do potencial de reúso agrícola.
Realizada em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a oficina apontou ao público presente, formado por representantes de instituições ligadas à área de recursos hídricos, de pesquisa e de ensino, as dificuldades, os desafios e as oportunidades para a implantação de uma normatização referente ao reaproveitamento da água na agricultura e, ao mesmo tempo, buscar avanços na discussão sobre o estabelecimento de diretrizes e critérios para atingir esse objetivo.
Em meio a abordagens de temas como a conceituação para "água bruta" e "água de reúso", por exemplo, presente em resoluções do CNRH, destaque para a apresentação do livro "Reúso de água na agricultura", que vem sendo comercializado pela livraria da Embrapa desde o ano passado. Com a editoria técnica dos pesquisadores da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) Marcos Braga e Carlos Eduardo Pacheco, o livro reúne coletânea de textos produzidos por especialistas em temas relacionados aos recursos hídricos.
Para Braga, que durante o evento proferiu palestra intitulada "Reúso da água na produção de alimentos", a publicação continua cada vez mais inserida no contexto, em razão do aprofundamento da escassez dos recursos hídricos. Segundo ele, o livro trata de um problema já instalado, envolvendo a questão da qualidade da água usada na agricultura, principalmente no cultivo de hortaliças. "Os nossos mananciais nas áreas urbanas e periurbanas estão, em sua maioria, contaminados por microrganismos patogênicos, agentes de doenças como rotavírus, hepatite e verminoses, e que não costumam ser associadas à agua que infectou o alimento", detalha o pesquisador.
Em meio a esse cenário de necessidade crescente de reúso da água e os riscos advindos do uso de fontes contaminadas na irrigação de hortaliças, principalmente folhosas, quais seriam as alternativas? Para Braga, o reúso seria um caminho a seguir, "mas dentro de normas baseadas em tecnologias baratas e de acordo com a nossa realidade". "Se misturar uma água residual com água boa, na base de 50% cada uma, haverá uma redução da carga biológica e pode até ser utilizada para dessedentação humana e animal", exemplifica.
"O mérito dessa publicação é levar à discussão um problema já existente, alertar para os riscos da falta de uma legislação mais específica e contribuir para que haja um aproveitamento as questões levantadas possam ser aproveitadas de maneira mais técnica".
Anelise Macedo (MTB 2.749/DF)
Embrapa Hortaliças
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