Tecnologias ambientalmente sustentáveis da Embrapa são destaques no Reino Unido
Tecnologias ambientalmente sustentáveis da Embrapa são destaques no Reino Unido
Embrapa participa de seminário internacional promovido pela Embaixada do Brasil no Reino Unido. Na foto (da esq. para dir.): Vinícius Guimarães (Labex Europa), Celso Moretti e Alexandre Amaral
Presidente Celso Moretti falou para uma plateia de empresários, parlamentares e autoridades britânicas, durante evento promovido pela Embaixada do Brasil em Londres
A transformação da agricultura brasileira dos últimos 50 anos e o conjunto de tecnologias da Embrapa que visa a descarbonização da agricultura foram temas de um conjunto de eventos de que o presidente da Embrapa Celso Moretti participou esta semana em Londres, Inglaterra. “É possível alimentar o mundo e proteger o meio ambiente, com políticas públicas e uma agricultura de baixo carbono”, destacou durante sua apresentação no seminário “Agricultura Sustentável: o que já está funcionando?”, que aconteceu na quarta-feira (9), na Embaixada do Brasil no Reino Unido, em Londres.
A Embrapa e suas tecnologias de baixo carbono foram destaques durante o seminário que contou com duas participações da Empresa: Celso Moretti e o assessor da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento, pesquisador Alexandre Amaral. Também acompanhou a comitiva o coordenador da Embrapa Labex Europa, Vinícius Guimarães.
Moretti demonstrou para o público, composto por CEOs de empresas privadas e organizações não governamentais, parlamentares e autoridades britânicas e brasileiras, que o Brasil alimenta o mundo ao mesmo tempo que protege o meio ambiente. “Nosso país tem 66.3% do seu território preservado, somos responsáveis por alimentar mais de 800 milhões de pessoas ao redor do mundo e exportamos para mais de 200 países”, destacou Moretti, citando dados de estudos estratégicos da Embrapa, do Ministério do Meio Ambiente, do IBGE e do Terraclass.
De acordo com Moretti, o território brasileiro é composto por 33,2% de áreas destinadas à preservação da vegetação nativa no Brasil, 9,4% de unidades de conservação integral, 13,8% de terras indígenas, 9,9% de vegetação nativa em áreas militares e terras devolutas, o que totalizam 66,3% de áreas preservadas. Lavouras e pastagens somam 7,8% e 21,2% respectivamente.
Entre as políticas públicas que dão suporte à descarbonização da agricultura, Moretti destacou o Código Florestal brasileiro, o Renovabio, o Plano ABC de Agricultura de Baixo Carbono e o Pronasolos. No âmbito do Plano ABC, lembrou que atualmente o governo brasileiro implementa o ABC+, intensificando o financiamento e estímulo ao setor rural para a implementação de tecnologias desenvolvidas pela Embrapa como a Fixação Biológica do Nitrogênio, a recuperação de pastagens degradadas, o plantio de florestas, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e o manejo sustentável da produção.
Alexandre Amaral falou sobre as tecnologias de baixo carbono, com ênfase aos ganhos do agronegócio com a adoção da Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN) na cultura da soja brasileira, que permitiu que, na safra 2020/2021, o país economizasse 17 bilhões de dólares, ao deixar de comprar compostos nitrogenados e substituí-los pela incorporação natural do nitrogênio disponível na atmosfera.
Foram 38,5 milhões de hectares de áreas cultivadas com o uso do FBN. Amaral também falou sobre a adoção do sistema ILPF no campo, que alcançou, em 2020, 17 milhões de hectares e tem como meta chegar a 2030 com 30 milhões de hectares incorporados. Os protocolos desenvolvidos pela Embrapa para obtenção de carne de baixo carbono, soja, café e leite de baixo carbono também chamaram atenção do público.
“Nossa participação no seminário foi de grande relevância e gerou um forte impacto aos participantes. Tivemos a oportunidade de apresentar as políticas públicas para a sustentabilidade da agricultura brasileira e as tecnologias para a descarbonização. Pude falar sobre as diversas políticas públicas que temos no país e as tecnologias da Embrapa que se inserem nessas políticas. Os números de preservação do território brasileiro também chamaram positivamente a atenção das autoridades presentes”, afirmou o presidente da Embrapa.
Ao término do evento, o embaixador do Brasil no Reino Unido, Fred Arruda, enfatizou a importância histórica da Embrapa para o avanço da agricultura brasileira.
Neste mesmo dia (9), pela manhã, o presidente se reuniu, em Londres, com a diretora do Global Panel on Agriculture and Food Systems for Nutrition, professora Sandy Thomas. Na ocasião, discutiram vários aspectos relevantes da produção agrícola sustentável e da agenda de descarbonização da agricultura com reflexos no foco da iniciativa: a nutrição humana. O Presidente citou alguns exemplos da carteira de projetos da Embrapa no tema da qualidade dos alimentos e alimentação humana e o engajamento da empresa nestas temáticas.
Novos acordo de cooperação
No dia 7/02, o presidente da Embrapa também participou de reuniões com diretores da multinacional Indiana UPL, que tem escritório em Londres. Na pauta, a construção de novos acordos de cooperação nas áreas de mudanças climáticas, agricultura de baixo carbono e desenvolvimento de novos produtos no âmbito do conjunto de projetos da Embrapa em bioinsumos.
Atualmente, a Embrapa já possui um acordo de cooperação com a UPL visando principalmente a exportação de pulses e grão de bico para o país asiático. E mais recentemente, um acordo de cooperação para a produção de canola. A reunião contou com a presença do vice-presidente de operações da UPL e outros representantes internacionais.
No dia 8/02, Moretti participou de um almoço oferecido pela embaixada brasileira que reuniu mais de 10 empresários britânicos. “Foi uma excelente oportunidade. Tive a chance de explicar a história do desenvolvimento da agricultura, o que aconteceu nas últimas 5 décadas, respondemos, inclusive, perguntas sobre tecnologias de descarbonização, e questões sobre o desmatamento ilegal”, acrescentou o presidente.
Junto com o coordenador do Labex Europa e o assessor da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento, visitaram uma Fazenda Zero Carbono, localizada em Londres, que funciona em local construído para servir de abrigo antiaéreo na segunda guerra mundial (foto ao lado). No espaço são produzidas hortaliças em sistema hidropônico. “Observamos que as nossas tecnologias para a produção de hortaliças em pequenos espaços, cultivos protegidos e fazendas verticais utilizam tecnologias tão boas ou até melhores. Importante destacar que empesas paulistas (Empresa 100% Livre) estão no mesmo padrão”, finalizou o presidente.
Emirados Árabes e Egito
Nesta sexta-feira (11), Moretti inicia agenda de compromissos junto aos Emirados Árabes e ao Egito. Em Dubai, em um primeiro compromisso, participa da inauguração do Pavilhão Brasil na GulFood – Food For Future, que reunirá mais de 120 países e 4 mil empresas no ramo alimentício. Também estão previstas reuniões bilaterais com ministérios e uma série de compromissos com empresários, investidores e autoridades governamentais de Dubai, Abu Dhabi e Egito, com a presença de representantes do Mapa e da Apex Brasil.
Maria Clara Guaraldo (MTb 5027/MG)
Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire)
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