30/10/15 |   Produção vegetal  Transferência de Tecnologia

Mexicanos recebem treinamento em palma de óleo

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Foto: Drulla Brandão

Drulla Brandão -

Engenheiros agrônomos, biólogos e produtores do México participaram no Pará da segunda etapa do curso "Tecnologias da cadeia produtiva da palma de óleo", que teve início na última segunda-feira (26) em Belém. O programa incluiu aulas teóricas e práticas, com viagens nos dias 28 a 30 aos municípios produtores onde se localizam as empresas Marborges, Agropalma e Biopalma.

A palma de óleo (dendê) é cultivada no México desde 1949 e até hoje somente para consumo interno na alimentação, havendo lei que não permite produção para biodiesel, contou Alfredo Sandoval Esquivez, pesquisador chefe do Instituto Nacional de Investigaciones Forestales, Agrícolas y Pecuárias - Inifap e coordenador do grupo capacitado.

Segundo Esquivez, em meados dos anos 1990 teve início no México o projeto nacional de pesquisa da palma de óleo, o que contribuiu para a expansão dos 5 mil hectares plantados naquela época para os atuais 90 mil. "A meta é alcançarmos 250 mil hectares dentro de dez a 15 anos, conforme taxa atual de crescimento", previu.

O produtor Galileo Komukai, que cultiva 80 hectares de palma de óleo no sul do México na costa do Pacífico, comentou que no México não existe o Amarelecimento Fatal (AF) como aqui no Brasil, onde é a principal doença da cultura. "Mesmo assim, pretendemos começar a usar o híbrido como medida preventiva, pois nossas sementes vêm da Costa Rica, onde há AF", disse ele. O híbrido (BRS Manicoré), resistente ao AF, foi desenvolvido pela Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM) a partir do cruzamento entre a espécie de origem africana Elaeis guineensis e o dendezeiro da região amazônica Elaeis oleifera, conhecido como caiaué.

Se doenças e pragas do dendê não são problemas para os mexicanos , o produtor lembrou que a dificuldade está em obter financiamento, pois "os bancos privados dão aos agricultores um ano de carência para início do pagamento do empréstimo, enquanto que no Brasil são sete anos". Komukai citou mais uma dificuldade, a cultural: "a maioria dos produtores de palma de ólea mexicanos (cerca de 90% deles são pequenos produtores) ainda não vêm o cultivo como negócio, como empreendimento a longo prazo". 

Cooperação internacional

A primeira etapa do treinamento para o grupo de mexicanos aconteceu em Manaus, coordenada pela Embrapa Amazônia Ocidental, de 20 a 23 de outubro. "O objetivo do curso foi formar técnicos especializados, líderes no conhecimento de novas tecnologias que tenham impacto na região tropical úmida do México, para o aumento da produtividade e competitividade da palma africana", destacou o coordenador do evento em Belém, pesquisador Rui Alberto Gomes Junior.

O programa de melhoramento genético da palma de óleo é liderado pela Embrapa Amazônia Ocidental, onde há conservação dos Bancos de Germoplama (BAG) e matrizes. "A parceria conosco, da Embrapa Amazônia Oriental, no Pará, consiste em realizarmos avaliações e testes, além de estabelecer e manter as parcerias de pesquisa com as empresas do ramo da palma de óleo estabelecidas no Estado", informou o pesquisador. 

O curso internacional contou com o apoio do Departamento de Transferência de Tecnologia (DTT) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Mapa. O treinamento foi resultado do acordo de cooperação técnica firmado em agosto último entre Embrapa, Inifap, Agência Brasileira de Cooperação - ABC e Agencia Mexicana de Cooperación Internacional para el Desarrollo (Amexid), viabilizado por meio do projeto "Formação de técnicos especializados em agricultura, pecuária e silvicultura tropical para o desenvolvimento das zonas tropicais do México: tecnologia de produção e certificação de plantas para viveiros tropicais".

Izabel Drulla Brandão (MTb 1084/PR)
Embrapa Amazônia Oriental

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