Os experimentos conduzidos no âmbito do projeto “Controle biológico e manejo integrado de Sclerotium cepivorum em cebola e alho no Brasil: abordagem baseada na caracterização de populações do patógeno e seus agentes de controle” apresentaram resultados animadores de controle da podridão branca, doença provocada por um fungo e cujos efeitos são devastadores, resultando na maioria dos casos em perda total da produção. Foram observados, por exemplo, nos ensaios conduzidos entre 2017 e 2018 na estação experimental da Cooperativa Agropecuária do Alto Parnaíba, em Alto Parnaíba (MG), a redução na incidência da podridão branca em alho e cebola com a aplicação localizada de fungicidas, e também a menor presença da doença em plantios de cebola com menor densidade de plantas, além de genótipos de alho com menos suscetibilidade ao patógeno. Os trabalhos de pesquisa prosseguem representados por um novo projeto que inclui outras linhas de abordagem contra a ação do Sclerotium cepivorum. “Desenvolvimento de estratégias sustentáveis no manejo da podridão branca em alho e cebola” é o título do projeto que dá prosseguimento às ações desenvolvidas no trabalho anterior e contempla novas linhas de pesquisa, como explica o pesquisador da Embrapa Hortaliças Valdir Lourenço Júnior, coordenador das ações relacionadas à proposta. “Nesse novo projeto estamos dando continuidade aos trabalhos anteriores baseados no controle biológico, digestão anaeróbica do solo (aplicação de compostos orgânicos), uso de indutores de germinação de escleródios de Sclerotium cepivorum e ampliando as configurações”. “Um método que vem sendo considerado promissor e em processo de avaliação refere-se à identificação de solos potencialmente supressivos à doença para isolamento de micro-organismos que podem atuar no controle biológico”, assinala Lourenço. Ele acrescenta que a atividade está sob a coordenação da pesquisadora Mariana Fontenelle, e inclui a avaliação de micro-organismos do Hortbio no biocontrole de S.Cepivorum. “Por enquanto, esses experimentos estão sendo realizados em laboratório e em casa de vegetação”, sublinha. De acordo com o pesquisador, para a condução dos trabalhos foram estabelecidas cooperações técnico-científicas com a Universidade Federal de Viçosa e a Coopadap, e estão sendo empreendidas tratativas com outras instituições. “Os experimentos de campo continuam sendo conduzidos no município mineiro de Rio Parnaíba (MG), e em processo de discussão encontra-se a possibilidade de instalar experimentos de campo em Gouveia, também em Minas”, informa. Publicações A partir dos resultados observados durante a vigência do primeiro projeto voltado ao controle da podridão branca, diversos títulos foram produzidos com informações sobre as respostas obtidas com as ações de prevenção. Assim, encontram-se disponíveis para consulta as publicações “Efeito de agentes de biocontrole, extrato de planta e fungicidas no manejo da podridão branca em cebola”, “Efeito de agentes de biocontrole, extrato de planta e fungicidas no progresso da podridão branca em alho” e “Avaliação de impactos ex-ante do projeto de pesquisa do controle da podridão-branca em alho e cebola no Brasil”, entre outras.