17/03/22 |   Transferência de Tecnologia

Publicação destaca ações da Embrapa no Juruá

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Resultados de ações de pesquisa e transferência de tecnologia da Embrapa Acre estão reunidos na publicação "Atuação da Embrapa no contexto da produção agropecuária no oeste do Acre: principais resultados do Setor de Gestão de Transferência de Tecnologias no Juruá". O documento traz uma síntese do trabalho realizado pela Empresa, em mais de três décadas de atividades na região, envolvendo a execução  de projetos estratégicos e a formalização de parcerias com instituições públicas, entidades privadas  e agricultores familiares, com foco na produção agropecuária sustentável.

 

As primeiras ações da Embrapa no Juruá começaram em 1984, com a implantação de uma base física na sede do Projeto de Assentamento Dirigido Santa Luzia (PAD Santa Luzia), em Cruzeiro do Sul, em parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).  “Nesse momento inicial foram testadas e validadas na região variedades de feijão-caupi, guaraná, café e pimenta do reino. De lá para cá, nossas ações se fortaleceram com o apoio de diversos atores, especialmente os produtores rurais", conta o técnico Manoel Delson Campos,  que atua na região desde 1985.

 

Em 2001, com o apoio de emenda parlamentar, a Empresa inaugurou seu escritório em Cruzeiro do Sul e criou o Setor de Gestão de Transferência de Tecnologias no Juruá (STJ), base de apoio também para o trabalho de pesquisa. De acordo com a publicação, entre os resultados gerados destacam-se a introdução e manejo de frutíferas, manejo integrado do mandarová-da-mandioca, melhoria dos processos produtivos da farinha de mandioca, apoio ao processo de concessão do da Indicação Geográfica da farinha de Cruzeiro do Sul, desenvolvimento de um sistema de produção agrícola conservacionista,  identificação e valorização de cultivares crioulas de feijão cultivadas no Juruá, e recomendação de variedades de café Robustas Amazônicos.

 

Outro ponto de destaque da publicação, são as ações de projetos executados em Terras Indígenas, entre 2011 e 2018. Por meio de oficinas de intercâmbio e troca de saberes, foi possível aliar conhecimento tradicional e técnico-científico, com foco na melhoria e diversificação da produção desses povos tradicionais.

 

Para o pesquisador Eufran Amaral, que foi chefe-geral da Embrapa Acre no período de 2013 a 2021, um dos autores do livro,  a instituição tem um papel essencial na geração e transferência de tecnologias e de métodos sustentáveis de produção agropecuária. "Ao sistematizar  as ações realizadas no Juruá, percebemos a importância da pesquisa para o desenvolvimento social, econômico e ambiental  não só nessa região, mas também em diversas localidades da Amazônia, especialmente aquelas mais isoladas”, destaca.

 

Parcerias e resultados práticos 

 

O engenheiro agrônomo Francisco Romoaldo da Silva, ex- secretário de Produção Familiar de Mâncio Lima (AC),  concorda  que o trabalho no Juruá trouxe resultados relevantes para a região. "Um exemplo prático que sempre gosto de destacar são as ações para fortalecimento do  programa da cafeicultura da região, iniciativa que se tornou referência para todo o estado do Acre. Só temos a agradecer", diz Silva, que atualmente é proprietário do viveiro Vô Raimundo e por meio de parceria com a Embrapa está se credenciando para atuar na multiplicação dos clones de café Robustas Amazônicos, desenvolvidos pela Embrapa Rondônia e recomendados para o Acre.  "Graças a esse apoio, a partir de agosto deste ano, poderemos oferecer aos produtores acreanos material clonal de excelente qualidade", acrescenta.

 

De acordo com o analista Daniel Lambertucci, o Juruá  está em processo de  expansão de novas práticas agrícolas, incluindo o manejo conservacionista do solo. Resultados práticos gerados por meio de diversos projetos de pesquisa,  desenvolvidos pela Embrapa, têm possibilitado a adoção  dessa alternativa sustentável de produção por agricultores familiares de Mâncio Lima e outros municípios da região. Entre outras vantagens, essa tecnologia permite recuperar e manter a fertilidade do solo, diversificar a produção em áreas antes abandonadas e  evita a prática de derruba e queima da floresta para formação dos roçados, fatores que contribuem para maior geração de renda na propriedade e reduzem a pressão ambiental resultante da agricultura convencional”, reforça.

 

Murielly Nóbrega, técnica do Sebrae/AC, acrescenta que há mais de cinco anos, o Sebrae/AC realiza uma série de ações, em parceria com a Embrapa, visando principalmente ao desenvolvimento territorial da Regional do Juruá.  "Ao longo dos anos, esse trabalho conjunto tem contribuído de forma significativa para transformar conhecimento em ações efetivas, como o projeto "Fortalecimento da indicação geográfica em Cruzeiro do Sul", que  beneficia  produtores de farinha de mandioca, cooperativas e também a rede de comércio e  o turismo locais, nichos mercadológicos que também estão ligados à indicação geográfica Cruzeiro do Sul", diz. 

 

Como estratégia para aumentar o alcance de suas ações no Juruá, a Empresa também firmou Acordos de Cooperação Técnica com diversas prefeituras da região. “Além de fortalecer a produção agrícola de cada município,  as ações em parceria possibilitaram a realização de estudos para geração de dados detalhados sobre os tipos de solos, hidrografia, relevo, vegetação e ocupação da terra. Esses conhecimentos são essenciais para a gestão territorial e tomada de decisão por gestores públicos e pelos produtores rurais sobre onde plantar e o que cultivar para melhorar a renda familiar e movimentar a economia local”, ressalta Eufran Amaral. 

Com uma linguagem acessível, o leitor também pode conferir na publicação gráficos, tabelas e imagens  que demonstram o esforço contínuo da Embrapa Acre e de outras instituições para a geração de conhecimentos tecnológicos, a fim de promover a melhoria das condições de vida das populações rurais e urbanas do Juruá. 

Mauricilia Silva (MTb 429/AC)
Embrapa Acre

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Diva Gonçalves (MTb 0148/AC)
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Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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