Diretor da Bayer estreita parceria de pesquisa da Embrapa em plantas daninhas
Diretor da Bayer estreita parceria de pesquisa da Embrapa em plantas daninhas
Foto: Divulgação
Pesquisa propõe e avalia estratégias para rotação de culturas que favoreçam o desenvolvimento de plantas daninhas resistentes a herbicidas.
O diretor mundial da Bayer, o alemão Harry Streck, realizou uma visita à Unidade de Pesquisas em Pelotas, no dia 17 março, para estreitar a parceria existente entre as duas instituições ao desenvolverem o projeto que trata da resistência de plantas daninhas a herbicidas sob a liderança do pesquisador Décio Karam, da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas,MG), que também esteve presencialmente no encontro. O trabalho com execução para cinco anos, alcança em 2022, o quarto ano de estudo, envolvendo nove localidades no país, sendo que no Estado gaúcho há ainda a experimentação desta proposta na Embrapa Trigo, em Passo Fundo, conta com a colaboração da Embrapa Pecuária Sul, em Bagé.
Este estudo desenvolve estratégias para os programas de rotação de culturas e avalia se estas estratégias usadas, e/ou outras que a Empresa poderia sugerir, favorecem o desenvolvimento de plantas daninhas resistentes a herbicidas. “ Aqui dentro da Estação Experimental Terras Baixas (ETB) nós usamos a sucessão de soja no verão, que é ponto obrigatório do Projeto; e no inverno, adotamos uma pastagem, a BRS Ponteio, com animais de corte em parceria com a Embrapa Pecuária Sul, onde no primeiro ano foram usados animais Brangus, e no segundo e terceiro ano terneiras da raça Charolês. Neste ano, estamos avaliando qual a raça de animais a ser utilizada pela equipe do Projeto”, disse o coordenador técnico da Estação e integrante do projeto, André Andres. O trabalho tem o envolvimento dos pesquisadores Giovani Theisen, Germani Concenço e Jorge Schafhauser e pela Unidade de Bagé, do pesquisador Danilo Sant’Anna. O encontro aconteceu nas dependências da ETB.
“Este Projeto tem demonstrado que quanto às plantas daninhas, dependendo da estratégia ao utilizar apenas uma ferramenta química, há o aparecimento de plantas daninhas resistentes”, observou. Ele também destacou que a pesquisa registrou o ganho de peso dos animais no inverno, convertendo ganhos de peso vivo em soja, ou seja, uma produção de 31 sacos, num período de 98 dias de pastagem dos animais. “São ganhos de peso acima de 400 kg de peso vivo/ha”, falou.
O pesquisador Décio Karam comentou que esta é a estratégia que apresenta grande importância para o Projeto por que existem outras rotações no centro do país que envolvem soja, milho, algodão, trigo entre outras culturas, mas todas elas ainda precisam demonstrar como resultado, a ser publicado em documentos técnicos futuros, o custo do produto gerado (soja ou pecuária), ou seja, o produtor irá adotar a tecnologia se ela gerar resultado financeiro positivo. “Precisa-se convencer o produtor rural pelo bolso, onde ele é mais sensível, mostrando que ele pode ganhar mais dinheiro”, disse o alemão Streck.
Durante a visita houve a apresentação dos primeiros três anos da pesquisa pelo doutorando da UFPel, Matheus Bastos Martins, foi realizada uma discussão sobre a presença de plantas daninhas em terras baixas na Metade Sul do RS, em função da cobertura de solo, uso da pecuária e aplicação estratégica de controle químico. Além disso, foi discutido o avanço da soja em terras baixas, evidenciando o potencial de uso da tecnologia sulco-camalhão para produzir mais alimentos. O encerramento se deu após a visita a campo, nas áreas de soja, que encontra-se no período de enchimento de grãos.
Cristiane Betemps (MTb 7418/RS)
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