Embrapa testa futuras cultivares de algodoeiro no Paraná e em São Paulo
Embrapa testa futuras cultivares de algodoeiro no Paraná e em São Paulo
A Embrapa Algodão está testando novas linhagens e cultivares de algodoeiro no Paraná e em São Paulo, com o objetivo de apoiar os produtores desses estados no aprimoramento e na ampliação do cultivo. Os materiais em teste fazem parte dos ensaios de valor de cultivo e uso (VCU), que estão sendo realizados nesses estados em parceria com a Associação dos Cotonicultores do Paraná - Acopar e a Associação Paulista dos Produtores de Algodão – APPA.
Na segunda semana de março, os pesquisadores Camilo Morello e Nelson Suassuna, da Embrapa Algodão, que atuam no programa de melhoramento do algodoeiro da Embrapa, estiveram nos dois estados acompanhando os experimentos. No Paraná, os estudos estão sendo conduzidos na estação experimental do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IDR, em Cambará.
“Dos 36 genótipos em teste no Paraná, nessa primeira avaliação, 13 linhagens foram identificadas com excelente adaptação ao ambiente, apresentando bom desenvolvimento das plantas e elevada formação de estruturas reprodutivas”, relata Camilo Morello.
“Especificamente nesse local, a avaliação das linhagens e cultivares proporciona a obtenção de uma informação relevante, devido ao fato de a área possuir infestação com o nematoide reniforme (Rotylenchulus reniformis), o que permite identificar genótipos de algodoeiro com algum nível de resistência ou tolerância a esse patógeno”, acrescenta Nelson Suassuna.
Também acompanharam os experimentos os pesquisadores aposentados do IDR, Wilson Paes e Rui Yamaoka; o diretor da Acopar, Otaviano Lelis e os produtores José Gonzales Cenizo, Fernando Rodrigues e Rodrigo Cenizo.
Em São Paulo, os ensaios de VCU estão sendo conduzidos na área dos produtores Jacobus Derks e Thomas Derk, no distrito de Holambra II, município de Paranapanema. “Essa condição de produção e avaliação dos materiais se diferencia com ótimas condições para a produção, sem restrição hídrica (irrigação sob pivô), disponibilidade de nutrientes, ausência de nematoides, mancha de ramulária (Ramulariopsis pseudoglycines), em um sistema de rotação envolvendo soja, trigo e algodão”, conta Morello.
Lá estão sendo testados também 36 materiais, com destaque para cinco linhagens com crescimento mais determinado e melhor ajuste à “janela de cultivo”. As avaliações foram acompanhadas pelo diretor da APPA Thiago Pijnenburg e pelo técnico Alexandre Keller.
Segundo os pesquisadores, um tema recorrente nas avaliações em ambos os locais foi o avanço genético para a melhoria da qualidade de fibra, para padrão superior ao que está atualmente em produção. “Os parceiros mostraram-se interessados em conhecer as vantagens dessa característica que está sendo trabalhada com afinco pelo programa ao longo dos últimos 15 anos, e que pode ser um diferencial para a produção de fibra nesses estados”, diz Camilo Morello.
Os ensaios buscam identificar genótipos de melhor adaptação quanto a produtividade, sanidade e qualidade da fibra. “Os dados gerados permitem que futuras cultivares também tenham suas indicações de uso para esses estados, contribuindo para a conquista de avanços na produção”, explica.
São Paulo e Paraná já foram os maiores produtores de algodão do Brasil entre meados da década de 1970 e meados da década de 1990. Em seguida, a produção entrou em declínio e migrou para o Cerrado.
Edna Santos (MTB/CE 1700)
Embrapa Algodão
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