Jouko Leinonen, embaixador da Finlândia no Brasil, e uma delegação formada por instituições diplomáticas e comerciais finlandesas, estiveram em visita à Embrapa Territorial, no dia 4 de abril. O interesse da visita era conhecer os métodos desenvolvidos e aplicados pela Embrapa Territorial para a compreensão da dinâmica espaço-temporal da agropecuária brasileira, além de identificar sinergias de trabalhos com empresas finlandesas de inovação. A delegação de Suomi (nome oficial do país) era composta pela Embaixada, pelo Consulado Geral da Finlândia em São Paulo, pelo Business Finland (agência de promoção de exportações, investimento e financiamento à inovação) e pela Câmara de Comércio Brasil-Finlândia (FinnCham Brazil). O grupo foi recebido pelo chefe-geral, Gustavo Spadotti, pelos chefes-adjuntos Lucíola Magalhães (Pesquisa e Desenvolvimento) e José Gilberto Jardine (Transferência de Tecnologia), e pelo analista de geoprocessamento Carlos Alberto de Carvalho. As análises feitas pelo centro de pesquisa da Embrapa envolvem o uso da inteligência territorial estratégica (ITE). Como explicou o chefe-geral, os estudos e produtos elaborados a partir da ITE procuram qualificar o território segundo cinco quadros: natural, agrário, agrícola, socioeconômico e de infraestrutura. Ao longo de sua história, ele continuou, a Embrapa Territorial aplicou essa metodologia para desenvolver produtos com a finalidade de tornar o agronegócio e a agricultura familiar brasileira mais competitivos e sustentáveis. Dentre os trabalhos realizados nos últimos anos, o gestor destacou aqueles desenvolvidos para o Estado brasileiro - como o estudo que revelou o papel dos produtores brasileiros na preservação ambiental, a partir do geoprocessamento dos dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Censo Agropecuário de 2017 -, os Sistemas de Inteligência Territorial Estratégica (SITEs), exemplificados com o SITE Aquicultura e o SITE M-Log, além do GeoMatopiba. Também foram apresentadas soluções elaboradas com entidades do agro brasileiro, como o aplicativo Monitora Oeste, desenvolvido em parceria com a Associação Baiana dos Produtores de Algodão, dentre outros estudos. Spadotti acredita que o Brasil possui potencial para expandir sua produção e produtividade agropecuária, levando tecnologias ao campo. Ele reforçou que iniciativas vinculadas a empresas finlandesas, como a chegada do 5G e de máquinas agrícolas municiadas com “internet das coisas” (IOT) possibilitará a adoção de melhores práticas pelos produtores rurais, pois, como observou, boa parcela deles ainda está sem acesso a tecnologias de ponta para aplicação no meio rural. A delegação saiu com boas impressões. “Tivemos oportunidade de ver como as análises [feitas pelo centro de pesquisa] são multifacetadas e ficamos impressionados com o nível técnico e de estrutura computacional que vimos”, disse Sérgio Chamone, presidente da FinnCham e cônsul honorário da Finlândia no Brasil. Os representantes da Business Finland, por sua vez, enxergaram oportunidades para empresas finlandesas que trabalham com aquicultura ou com sensoriamento remoto contribuírem com a validação dos dados do SITE Aquicultura. A economia finlandesa é baseada em indústrias de alta tecnologia. Como colocou Chamone, a Finlândia é um país de inovação com atuação em vários nichos de mercado, e as relações comerciais com o Brasil têm se dado, principalmente, no segmento das telecomunicações e de transmissão de dados; na indústria de celulose; na oferta de motores para navios e de tecnologias para hospitais e para a montagem de termelétricas. Além do embaixador e do presidente da FinnCham, também participaram da visita: Heidi Virta e Natália Araujo, respectivamente, diretora sênior da América Latina e assessora de Energia e Sustentabilidade da Business Finland; e Sheila Alves, coordenadora de Assuntos Econômicos e Comerciais do Consulado da Finlândia em São Paulo.