A pesquisadora Laurimar Gonçalves Vendrusculo tomou posse na última quarta-feira, dia 6, como chefe-geral da Embrapa Agrossilvipastoril (Sinop-MT). A cerimônia ocorreu no auditório da Unidade e contou com a participação de empregados, colaboradores e convidados. Alguns parceiros acompanharam pelo canal da Embrapa no Youtube e o diretor Guy de Capdeville participou de forma remota. A transmissão do cargo já havia ocorrido de forma oficial em 30 de dezembro do ano passado, quando Laurimar foi nomeada para assumir a função exercida desde 2015 pelo pesquisador Austeclínio Lopes de Farias Neto. Porém, em função do período do ano e do avanço da pandemia de Covid-19, a cerimônia de posse foi postergada. Também fazem parte da nova gestão Rafael Major Pitta, como chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento, Flávio Jesus Wruck como chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia, e Antônio Marcos dos Santos, chefe-adjunto de Administração. Em seu discurso, a nova chefe-geral agradeceu aos empregados e à diretoria da empresa pela confiança e aos familiares pelo apoio. Destacou pontos de seu plano de trabalho. De acordo com ela, as ações serão regidas por indicadores como eficácia, eficiência e efetividade. No âmbito da pesquisa, serão empreendidas ações estratégicas visando garantir a sustentabilidade e competitividade de sistemas integrados de produção agropecuária, como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), contribuindo para políticas públicas como o Plano ABC +. Serão priorizados resultados de pesquisa que estimulem a aquisição de produtos que sejam produzidos em sistemas de baixa emissão de carbono, tais como Carne Carbono Neutro ou Carne de Baixo Carbono, no contexto nacional e visando agregação de valor em processos de exportação. Ela também destacou ações de pesquisa e transferência de tecnologia ligadas ao enfrentamento da mudança do clima, com incentivo às tecnologias que envolvam florestas plantadas, por exemplo, e continuidade dos trabalhos ligados ao zoneamento agrícola de risco climático (ZARC). Laurimar mencionou também os desafios, tendo em vista o reduzido quadro de pessoal da Embrapa Agrossilvipastoril. Este tema também foi abordado pelo diretor Guy de Capdeville. Ao parabenizar e agradecer à dedicação da nova chefe-geral, ele garantiu que a diretoria está trabalhando para que a reposição de pessoal possa ocorrer nos próximos anos. “Quero parabenizar a equipe da Unidade. Eu sei que vem passando dificuldades pelo volume de demandas que temos e pela pouca quantidade de pessoal. Temos ciência que a diretoria da empresa está focada em solucionar esse problema e tão logo nós tenhamos a capacidade de realizarmos um concurso essa Unidade será contemplada com fortalecimento da equipe, com o número de pesquisadores, até porque essa região demanda muita ação da Embrapa e nós estaremos aqui garantindo e suportando o trabalho de vocês para que continuemos entregando para a sociedade brasileira e a sociedade de Mato Grosso as soluções que são necessárias e são demandadas para essa força que nosso país tem que é o agronegócio nacional”, disse o diretor. Inaugurada em 2012 com 110 empregados, sendo 20 deles alocados por outras Unidades da Embrapa, a Embrapa Agrossilvipastoril conta atualmente com 73 empregados, sendo 64 do quadro próprio e nove removidos de outras Unidades. A nova chefe-geral finalizou seu discurso parafraseando o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama: “Os desafios que enfrentamos são reais. Eles são sérios e eles são muitos. Eles não serão atendidos facilmente ou em um curto espaço de tempo. Mas, conhecendo Brasil e a Embrapa, eles serão resolvidos”, disse. Quem é a nova chefe-geral Laurimar Gonçalves Vendrusculo é Graduada em Engenharia Elétrica, tem mestrado em Engenharia Agrícola pela Unicamp e doutorado com dupla formação em Agricultura e Engenharia de Biossistemas pela Universidade do Estado de Iowa, nos Estados Unidos. Fez sua carreira na Embrapa Informática Agropecuária, hoje chamada Embrapa Agricultura Digital, onde ingressou em 1994. Em 2014 se mudou para Sinop, atuando como pesquisadora removida na Embrapa Agrossilvipastoril. Ao longo de sua carreira trabalhou com banco de dados agropecuários, datamining, geoestatística, aplicações web, tecnologias de informação, variabilidade espacial, sensoriamento remoto, agricultura de precisão e zoneamento agrícola de risco climático. Chefia anterior Na cerimônia de posse da nova chefia, o pesquisador Auster Farias, que deixou o cargo em dezembro, falou sobre resultados colhidos nos seis anos anteriores, frutos da continuidade do planejamento feito desde a criação do centro de pesquisa. Ele elencou resultados de pesquisa e entregas para a sociedade, como informações técnicas sobre sistemas ILPF, recomendações de manejo, validação de tecnologias para Mato Grosso, entre outros. Apesar das restrições orçamentárias do período, foi possível realizar melhorias na infraestrutura, com construção de barracões no campo, gerecamp, laboratórios e uma usina fotovoltaica. Também destacou o aumento da captação de recursos externos, passando de R$ 600 mil em 2015 para 3,8 milhões em 2020 e 1,5 milhão em 2021. Parte desse recurso oriundo de emendas parlamentares destinadas pela bancada de Mato Grosso. Auster ainda ressaltou o fortalecimento de relacionamento com instituições de Mato Grosso e com o setor produtivo. “Estou certo de que estamos deixando o terreno fértil em termos de direcionamento da Unidade e principalmente um capital de relacionamento muito interessante para a próxima gestão. Acho que isso é muito importante. A grande moeda da Embrapa é seu trabalho e o seu prestígio”, disse. O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Guy de Capdeville, agradeceu e parabenizou Auster Farias pela condução do centro de pesquisa e destacou os resultados entregues pela Embrapa Agrossilvipastoril nos últimos anos. Destacou o avanço na adoção de sistemas integrados e de tecnologias de intensificação sustentável.