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Pesquisa avalia rota das Serras de Palmeira dos Índios, em Alagoas

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Foto: Raíssa Alencar

Raíssa Alencar - Cristo do Goiti, em Palmeira dos Índios, oferece visão panorâmica da paisagem rural e urbana

Cristo do Goiti, em Palmeira dos Índios, oferece visão panorâmica da paisagem rural e urbana

Uma equipe da Embrapa Alimentos e Territórios (Maceió, AL) viajou em abril até o agreste alagoano, a 135 quilômetros da capital, para realizar o roteiro turístico “Conhecendo as Serras de Palmeira dos Índios”. O objetivo foi fazer uma análise dessa experiência, com o propósito de incluí-la no projeto de pesquisa e desenvolvimento sobre turismo em paisagens alimentares da Região Nordeste.

A proposta, idealizada pela Cooperativa Mista de Produção e Comercialização Camponesa do Estado de Alagoas (Coopcam), tem forte aderência com as iniciativas de valorização da cultura alimentar desenvolvidas pela pesquisa. “Nós estamos analisando grupos de produtores interessados e que já estejam com alguma maturidade de associação, com vistas a desenvolver estratégias de valorização das paisagens alimentares a partir do nexo entre agricultura, gastronomia e turismo”, explica Aluísio Goulart, supervisor do Setor de Inovação e Tecnologia (SIT) da Embrapa.

Fundada em 2011 por meio da união de agricultores de Palmeira dos Índios, a Coopcam tem como objetivo fortalecer a produção local. Os 48 cooperados comercializam, entre outros produtos, derivados da jabuticaba, como compotas, geleias e licores. A colheita das frutas, produzidas de maneira agroecológica, e o preparo artesanal dos derivados, tal como o fermentado, conhecido como “vinho da jabuticaba”, são uma tradição realizada pelas famílias desde a década de 1970.

O roteiro para as serras já foi realizado diversas vezes pelos moradores em suas vivências diárias, mas nunca com um olhar turístico, de acordo com Salete Barbosa de Oliveira, cooperada da Coopcam, que desempenhou o papel de condutora do grupo. “A gente sempre fazia isso, mas não com essa energia que a gente fez, de vir caminhando, parando nos locais, vendo as possibilidades, conversando com as pessoas. Foi bem diferente!”, contou.

Para Salete, esse deve ser um marco para a realidade dos agricultores locais, que começaram a enxergar o turismo como uma nova fonte de renda. “A gente já vem divulgando bastante os produtos que temos, mas enquanto produto turístico é o primeiro momento em que estamos nos envolvendo. Então nossa expectativa é que só venha agregar ao que a gente já faz. Estamos muito felizes!”, reforçou a cooperada.

Essa experiência será submetida à apreciação do comitê gestor do projeto de pesquisa para definição sobre a efetiva inserção da iniciativa nos roteiros planejados.  A equipe da Embrapa Alimentos e Territórios foi composta pelos analistas Aluísio Goulart e Rodolfo Oliveira, coordenadores do projeto, pelo pesquisador João Roberto Correia e pela relações públicas Raíssa Alencar, responsável pelo mapeamento de agentes locais para identificação e apoio à formação de redes colaborativas.

O projeto Potencializando o turismo em paisagens alimentares da Região Nordeste do Brasil é financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e desenvolvido em parceria com diversas instituições. A ideia é implementar cinco roteiros turísticos ligados às cadeias produtivas de frutas nativas, engenho, produtos lácteos, mel e maricultura, e mandioca e seus derivados.

Saiba mais sobre a rota “Conhecendo as Serras de Palmeira dos Índios”:

A visita pode ter início na Casa-Museu Graciliano Ramos, local que, em razão do seu valor histórico e cultural, é tombado pelo patrimônio histórico do Brasil e, portanto, considerado um monumento nacional. O acervo é composto por fotos, roupas, documentos e objetos pessoais do escritor, como a máquina de datilografia usada para escrever “Vidas Secas”, um dos maiores clássicos da literatura brasileira.

Em reforma desde 2017, a restauração da Casa-Museu está prevista para ser concluída no segundo semestre deste ano, conforme explica João Paulo Omena Silva, gerente de Museus da Secretaria Municipal de Cultura de Palmeira dos Índios. “Nossa expectativa é fazer um grande evento durante a semana de Graciliano Ramos, que acontece sempre em outubro.”

O turista poderá visitar ainda o Museu Xucurus de História, Arte e Costumes, que também está em reforma e próximo de ser reaberto. Apesar do nome, o acervo é diversificado e vai muito além de objetos indígenas. “Também tem arte sacra, fósseis de animais pré-históricos, equipamentos de guerra e até um pedaço do muro de Berlim. O museu é muito diverso! E essa diversidade é explicada porque ele foi constituído por objetos doados pela própria população, numa construção colaborativa”, contou o gerente.

A parada seguinte é o Cristo do Goiti, monumento histórico que é um dos atrativos turísticos e culturais mais visitados na cidade. Situado no alto da Serra do Goiti, o local oferece uma visão panorâmica de toda a paisagem urbana e rural da região, sendo um belo miradouro para contemplar o pôr do sol, degustar a comida típica oferecida pelo restaurante e apreciar os artistas da cidade que, aos domingos, apresentam-se ali. Durante a Semana Santa, é possível assistir à tradicional encenação da Paixão de Cristo organizada pela própria comunidade.

Após deslumbrar-se com a paisagem vista do alto, é hora de conhecer a Serra do Goiti de perto. A próxima parada proposta no roteiro é a Fazenda Boa Sorte, localizada próxima à Mata da Catarina, uma floresta nativa densa e preservada graças à luta de sua antiga proprietária, a dona Catarina. O caminho é repleto de orquídeas selvagens e cachoeiras. Ao chegar à fazenda, o turista pode fazer uma imersão na realidade do agricultor local, conhecendo suas plantações e seu modo de viver. O roteiro encerra-se na lojinha da sede da Coopcam, onde é possível degustar e adquirir os produtos locais, preparados artesanalmente pelos cooperados.

Nadir Rodrigues (MTb/SP 26.948)
Embrapa Alimentos e Territórios

Contatos para a imprensa

Telefone: (82) 3512-3400

Colaboração: Raíssa Alencar (MTb/DF 11.818)
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Mais informações sobre o tema
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