Maior grupo produtor de algodão no mundo visita programa de melhoramento da Embrapa
Maior grupo produtor de algodão no mundo visita programa de melhoramento da Embrapa
Uma comitiva do grupo Bom Futuro, maior produtor individual de algodão no mundo, com uma área de 168 mil hectares na safra atual, visitou o programa de melhoramento do algodoeiro da Embrapa, sediado em Santo Antônio de Goiás, no último dia 5 de maio. O objetivo do grupo, composto pelo gerente de produção Inácio Modesto e cinco responsáveis por núcleos de produção, foi entender a dinâmica do programa e conhecer os avanços recentes em qualidade de fibra, além de checar in loco as vertentes do programa e algumas linhagens em pré-lançamento.
Os visitantes foram recebidos pelos chefes-adjuntos Roselene Chaves (Transferência de Tecnologia), Fernando Magela Silva, (Administração) e Ana Luiza Borin (Pesquisa e Desenvolvimento), da Embrapa Arroz e Feijão, além dos pesquisadores da Embrapa Algodão João Luís da Silva Filho, que lidera um projeto em parceria com o grupo, e Nelson Dias Suassuna, que proferiu uma breve apresentação do programa de melhoramento de algodão, com ênfase na qualidade de fibra, e seguida, apresentou as estruturas de laboratório, cultivo protegido e guiou a comitiva nos ensaios de campo.
“Os visitantes conheceram o laboratório de marcadores moleculares, a rotina de análises realizadas anualmente e como essas análises ajudam no processo de seleção de cultivares. Também foram apresentadas as estruturas de casas de vegetação, onde são realizadas as hibridações e avanços de gerações de plantas e o conjunto de cultivos protegidos (estufas) que são usadas para multiplicação de sementes e também no avanço de gerações na entressafra”, relata Nelson Suassuna.
No campo, o interesse dos visitantes foi entender detalhes das cultivares BRS 500 B2RF e BRS 370 RF. “Essas cultivares já foram plantadas pelo grupo e tiveram desempenho muito bom na safra anterior, principalmente nas fazendas localizadas no Vale do Araguaia”, conta o pesquisador.
Dentre os materiais de qualidade de fibra superior (fibra média-longa) demonstrados, uma linhagem chamou a atenção pelo potencial produtivo. “Ainda no âmbito da qualidade da fibra, foram demonstradas linhagens em fase final de melhoramento com fibra extra-longa, característica que foi muito elogiada e que abre novas perspectivas para exploração desse segmento do mercado de fibras especiais”, vislumbra.
Também foram demonstradas plantas de algodoeiro que não produzem a toxina gossipol, característica que ainda não está disponível nas cultivares comerciais do país. “O gossipol, presente em todas as partes da planta de algodoeiro, impede o uso das sementes na alimentação de animais não ruminantes. A eliminação dessa toxina abre a possibilidade do uso da semente tanto para a extração de óleo sem a necessidade de posteriores purificações, bem como uso do caroço ou torta na alimentação de aves e peixes”, exemplifica Suassuna.
Edna Santos (MTB/CE 1700)
Embrapa Algodão
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