As mais recentes entregas da Embrapa e os resultados de pesquisa de impacto para o desenvolvimento de diversas cadeias produtivas, com foco em sustentabilidade, foram apresentados durante a abertura da 14ª SIT (Semana de Integração Tecnológica). A mostra, realizada na Vitrine de Tecnologias da Embrapa Milho e Sorgo, teve início com a apresentação de milhos com propósitos especiais, como cultivares de alta qualidade proteica, biofortificadas, milho-verde, milho-doce, e o uso do sorgo na alimentação humana. O pesquisador Lauro Guimarães enfatizou as oportunidades mercadológicas nesse segmento. “Essas cultivares podem atender a nichos de alto valor agregado para a alimentação humana”, disse. Nesse contexto, o pesquisador apresentou as características agronômicas e nutricionais de algumas cultivares, como as QPMs (sigla traduzida do inglês para Alta Qualidade Proteica). “Os grãos são mais ricos em lisina e triptofano. Outro exemplo é o milho Pró-Vitamina A, que pode enriquecer diversos produtos alimentícios”, comentou. Alguns dos insumos biológicos desenvolvidos pela Embrapa também ganharam destaque, como o Azotrop, o BiomaPhos e o Auras. “O uso de insumos biológicos é uma realidade na agricultura brasileira. Nesse contexto, a Embrapa é pioneira tanto na área de controle biológico quanto na de fertilizantes”, afirmou o pesquisador Ivênio Rubens de Oliveira. O Azotrop é um inoculante à base de Azospirillum brasilense que permite melhor crescimento do sistema radicular, a fixação biológica de nitrogênio e a melhora na eficiência da absorção de água e nutrientes. O BiomaPhos, desenvolvido pela Embrapa Milho e Sorgo em parceria com o grupo Simbiose Agro, é produzido a partir de duas bactérias identificadas pela Embrapa, uma no solo e a outra no milho, que apresentam aptidão para solubilizar ou tornar disponível o elemento fosfato e melhorar o sistema radicular das plantas. Esse mineral é indispensável para o crescimento e a produção vegetal, já que interfere nos processos de fotossíntese, respiração, armazenamento e transferência de energia. O bioinsumo Auras é feito a partir da bactéria Bacillus aryabhattai, presente nos solos da Caatinga. Esses microrganismos são capazes de hidratar as raízes e atuam na fisiologia dos vegetais, fazendo com que respondam melhor à escassez de água. O Auras pode reduzir os efeitos causados pelas estiagens prolongadas, minimizando riscos e expressando o potencial das lavouras. A tecnologia foi desenvolvida pela Embrapa Meio Ambiente e é produzida e distribuída, exclusivamente, pela NOOA Ciência e Tecnologia Agrícola, empresa sediada em Minas Gerais. Sistema Antecipe Os últimos resultados de pesquisa obtidos com o Antecipe em diversas regiões brasileiras foram tema de estação coordenada pelos pesquisadores Décio Karam e Emerson Borghi, da Embrapa Milho e Sorgo. A tecnologia, lançada em 2020, permite a semeadura do milho nas entrelinhas da soja, diminuindo os riscos provocados pelas condições climáticas desfavoráveis para a implantação do milho segunda safra. “A tecnologia não substitui o milho safrinha. O Antecipe diminui os riscos com a antecipação do plantio”, reforçou o pesquisador Décio Karam. A tecnologia é composta por três pilares: um sistema inédito de produção de grãos, uma semeadora-adubadora exclusiva e um aplicativo para auxiliar o produtor a tomar as melhores decisões. De acordo com o pesquisador Emerson Borghi, entre as últimas inovações feitas pela empresa parceira do desenvolvimento da semeadora, está o desenvolvimento de um monitor touch screen que permite o controle de todas as operações de plantio. “O produtor é capaz de gerenciar a máquina, acompanhar o plantio e corrigir problemas de forma muito mais eficaz”, explicou. Intensificação Agropecuária Sustentável Miguel Gontijo Neto, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, apresentou conceitos inerentes aos modernos sistemas de produção, como alternativas tecnológicas que integram a IAS (Intensificação Agropecuária Sustentável). Entre essas alternativas, o pesquisador citou, como exemplo, a Integração Lavoura-Pecuária e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta; a recuperação de pastagens; o Sistema Plantio Direto; a construção do perfil de fertilidade do solo e os bioinsumos. “Nosso desafio é aumentar a escala de adoção. Nesse sentido, é essencial o desenvolvimento e a continuidade de políticas públicas, o fortalecimento das parcerias público-privadas, a extensão rural e o engajamento dos produtores rurais”, enumerou. Barraginhas O histórico do desenvolvimento das Barraginhas foi apresentado pelo engenheiro agrônomo Luciano Cordoval de Barros. A evolução da técnica, iniciada em 1998 na região de Sete Lagoas-MG, com a implantação do projeto-piloto na comunidade do Ribeirão Paiol, passando pela implantação de duas mil Barraginhas em Minas Novas-MG, no Alto Jequitinhonha, pela certificação como Tecnologia Social pela Fundação Banco do Brasil (levando as Barraginhas para o estado do Piauí), pelo financiamento pela Petrobras, até a adoção das Barraginhas, por parte de algumas prefeituras, como política pública, foram etapas apresentadas pelo agrônomo. Sobre o evento A 14ª SIT acontece de 9 a 13 de maio, em Sete Lagoas, Minas Gerais, e é uma realização da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), do Sistema Faemg (Faemg/Senar/INAES/Sindicatos) e da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). A programação completa da Semana de Integração Tecnológica pode ser conferida no site https://sitintegracao.com.br/ . Os interessados em mais informações sobre a 14ª SIT devem entrar em contato via formulário no site https://sitintegracao.com.br/contato .