A Embrapa Agroenergia, uma das 43 unidades de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, localizada em Brasília (DF), assinou nos meses de março e abril três novos Acordos de Cooperação Técnica para a cocriação de tecnologias para a produção de insumos biológicos promotores do crescimento vegetal. Os contratos foram assinados com as empresas Dendê do Pará S.A (Denpasa) e Agroindústria e Pecuária Vita Amazon Ltda. (Vita Amazon), ambas com sede no Pará, com a Multitécnica Industrial Ltda. (Multitécnica), localizada em Sete Lagoas (MG), e com a Dimiagro Fertilizantes, com sede em Formosa (GO). O primeiro acordo foi assinado com a empresa Denpasa, para cocriação de insumo biológico que possa substituir o NPK mineral no mercado brasileiro, escopo do projeto NPK-MicroBio, liderado pelo pesquisador Félix Siqueira e financiado com recursos da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Para elaborar o produto, Siqueira e equipe vão analisar biomassas residuais da agroindústria do dendê (Palma de Óleo), enriquecendo-as com minerais e fazendo a sua fermentação com fungos filamentosos e bactérias promotoras do crescimento vegetal. O segundo acordo foi firmado com as empresas Vita Amazon e Multitécnica. Nesse caso, os insumos biológicos para a nutrição de plantas serão obtidos a partir de resíduos agroindustriais provenientes das cadeias do açaí e da avicultura, pré-tratados com diferentes processos combinados. A liderança dessa pesquisa também é do pesquisador da Embrapa Agroenergia Félix Siqueira e conta com o apoio financeiro da Embrapii e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O Sócio-Diretor da Vita Amazon, Márcio Maio, diz que a Embrapa Agroenergia é uma grande parceira com extraordinário conhecimento, detentora de recursos humanos e estruturais inigualáveis. "Estamos no bioma amazônico e acreditamos que possamos operar de forma sustentável com foco na bioeconomia. Portanto, comungamos de mesmos objetivos, motivo pelo qual acreditamos no sucesso de nossa parceria", comemora Maio. Para o Superintendente Industrial do Grupo Multitécnica, Daniel Dayrell Pereira, "o uso de insumos biológico na agricultura é uma área com enorme potencial de crescimento no Brasil e no mundo, e a celebração de parcerias como essa com a Embrapa Agroenergia e Vita Amazon são fundamentais para explorar essa nova fronteira." O último acordo foi assinado com a Dimiagro Comércio de Fertilizantes e é relacionado ao projeto “Biofertilizantes para aumentar a produtividade da soja”, também conhecido como Projeto Biofert. Liderado pelo pesquisador César Miranda, o contrato prevê a entrega de insumos biológicos para a promoção do crescimento vegetal. O projeto foi financiado com o apoio da Embrapii. Lógica da Inovação Aberta As parcerias foram firmadas na lógica de inovação aberta, adotada pela Embrapa Agroenergia desde 2017, quando o foco passou a ser a geração de ativos pré-tecnlógicos e tecnológicos para inserção no mercado de inovação. De acordo com a Chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroenergia, Patrícia Abdelnur, o modelo de inovação aberta adotado pela Embrapa Agroenergia permite negociar as tecnologias desenvolvidas, além de cooperar com instituições e empresas públicas e privadas, visando ao codesenvolvimento das soluções tecnológicas. "Atualmente disponibilizamos 92 soluções tecnológicas, sendo que mais da metade da carteira está comprometida com parceiros tanto para transferência quanto para adoção dessas tecnologias. Entre 2017 a 2022, foram firmados 27 acordos de cooperação técnica e, a partir deles, disponibilizadas 70 soluções tecnológicas para o setor produtivo, atingindo 11 diferentes mercados", diz Abdelnur. Parceria com a Embrapii Os projetos de Inovação Aberta com o Setor Produtivo são inspirados no modelo da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) e têm foco na cocriação e no codesenvolvimento de produtos mediante a contrapartida dos parceiros. No ano passado, a Embrapa Agroenrgia foi recredenciada pela Embrapii para desenvolver projetos com o setor industrial em Bioquímica e Química de Renováveis, com escopo de atuação ampliado para parcerias nas áreas Tecnologia da Biomassa e Química de Renováveis. Os acordos de cooperação obedecem à seguinte regra geral: a Embrapii pode investir até 1/3 das despesas das unidades com projetos de PD&I (recursos não reembolsáveis), enquanto o restante é dividido entre a empresa parceira e a Unidade. Ao compartilhar riscos de projetos com as entidades (por meio da divisão dos custos), estimula-se o setor industrial a inovar mais e com maior intensidade tecnológica para, assim, potencializar a força competitiva das empresas no mercado interno e internacional. A vigência do novo convênio vai até maio de 2026, com valor estimado para investimentos em novos projetos de cerca de R$ 22 milhões. A unidade Embrapii sediada pela Embrapa Agroenergia foi a primeira do Centro-Oeste e permanece sendo a única credenciada entre as 43 UDs da Embrapa. Conheça os principais parceiros da Embrapa Agroenergia Entre 2020 e 2022, a Embrapa Agroenergia assinou 18 Acordos de Cooperação Técnica com empresas, cooperativas e universidades. Os parceiros foram: Empresas: Vita Amazon, Multitécnica, Dimiagro, Acrotech Sementes e Reflorestamento, Spectral Solutions Comércio e Serviços, Fazenda do Arrojado, Haka Venture Consultoria em Gestão, Sempre Sementes, PangeiaBiotech Pesquisa e Desenvolvimento, Dendê do Pará (Denpasa), Satis Indústria e Comércio, Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil do SENAI (CetiQt) e Connan – Comércio Nacional de Nutrição Animal Ltda. Cooperativas: Cooperativa Agrícola do Rio Preto (COARP), Cooperativa Mista de Agricultura Familiar do Meio Ambiente e da Cultura do Brasil (CoopBrasil) Universidades: Universidade Católica de Brasília (UCB), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). Acordos de Propriedade Intelectual Neste mesmo período (2020 a 2022), foram assinados três Acordos de Propriedade Intelectual com os seguintes parceiros: Universidade Federal do Tocantins (UFT); Universidade Estadual de Maringá (UEM) e Universidade Federal do Rio Grande (FURG).