10/11/15 |   Transferência de Tecnologia

Curso internacional dissemina modelo de produção que preserva e recupera a floresta

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Foto: Ronaldo Rosa

Ronaldo Rosa - Despedida e o compromisso de multiplicar as tecnologias em suas regiões

Despedida e o compromisso de multiplicar as tecnologias em suas regiões

Técnicos de cinco países da América do Sul concluíram na sexta-feira, 6, o V Curso Internacional de Capacitação em Sistemas de Tecnologia Agroflorestal, realizado pela Embrapa Amazônia Oriental, no Pará. Por meio de uma parceria entre os governos brasileiro e japonês, sob coordenação da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores e Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), a Embrapa tem contribuído para disseminar tecnologias de produção sustentável para Colômbia, Brasil, Equador, Peru e Venezuela.
 
O curso é realizado desde 2007 e já capacitou cerca de 250 profissionais ao longo de 10 edições, divididas em dois convênios técnicos. 
 
Foram três semanas de aulas teóricas e práticas percorrendo, em caravana, os municípios de Belém, Tomé-Açú, São Domingos do Capim, Castanhal, Igarapé-Açu além do distrito de Mosqueiro. Entre os conteúdos abordados, os participantes conheceram as bases e experiências exitosas em Sistemas Agroflorestais (SAFs), Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), Silvipastoris, Meliponicultura, escalada para coleta de frutos e sementes florestais, dendê biodiverso, entre outros.
 
O encerramento ocorreu em solenidade realizada em Mosqueiro, última parada do curso, com a presença do vice-cônsul do Japão no Pará, Jun Narizuka, o representante sênior da Jica, Taku Ishimaru e o Chefe Adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Amazônia Oriental, Silvio Brienza Júnior. 
 
Durante a solenidade, Jun Narizuka destacou a alegria em participar do evento que marca o encerramento do segundo convênio técnico bilateral, entre Japão e Brasil, em especial, em 2015, ano dedicado às comemorações dos 120 anos de amizade entre os dois países. O vice-cônsul atentou à responsabilidade dos técnicos participantes em difundir em seus países e comunidades, o conhecimento construído durante o curso.  
 
Responsabilidade que o engenheiro agrônomo Jorge Enrique Miranda Padrón, funcionário do Ministério da Agricultura, Pecuária, Aquicultura e Pesca do Equador, garante está pronto para assumir. Ele explicou que trabalha no departamento de reflorestamento produtivo, com populações indígenas de seu país e sai do Pará com a convicção de que é possível, por meio das tecnologias agroflorestais, desenvolver a região com sustentabilidade e garantir renda aos povos indígenas atendidos. "A agricultura convencional está em declínio econômico e ambiental e por meio das metodologias de manejo de SAFs discutidas no curso, acredito é possível alcançar o auge do potencial produtivo e econômico, com a manutenção ou recuperação de áreas de florestas não só na Amazônia Equatoriana, mas nas demais regiões do país", declarou.
 
Despertar à produção sustentável na Pan-Amazônia
Para o pesquisador da Embrapa Delman Gonçalves, membro da coordenação do evento, o grande legado nessa quase uma década de curso é o despertar dos técnicos que passaram pela formação, para uma forma diferente de produção para os países que compartilham a Amazônia, e que acima de tudo é economicamente rentável, competitiva, socialmente justa e sustentável ambientalmente. 
 
Segundo o pesquisador, em temos do agravamento das crises ambientais e econômicas mundiais, as tecnologias agroflorestais permitem aos produtores familiares, a redução ou total extinção da utilização de insumos externos, como adubos ou defensivos agrícolas, pois ao imitar a floresta, com um modo de produzir biodiverso, a própria dinâmica florestal vai prover a fertilidade do solo necessária à produção e o controle biológico de pragas e doenças, além de safras de diversos produtos que podem garantir renda durante todos os meses do ano.
 
E foi exatamente essa característica da possibilidade de libertar os produtores dos custos dos insumos externos que mais chamou atenção da engenheira florestal Paula Vanessa Silva, do Instituto Peabiru, que também participou do curso. 
 
De acordo com Paula, de todo conteúdo vivenciado, o que mais chamou sua atenção foi SAF, tecnologia que ela pretende difundir entre os 16 assentamentos de produtores familiares que o instituto acompanha na região metropolitana de Belém e arquipélago do Marajó. "Retirar o impacto dos custos dos insumos externos e garantir a segurança alimentar aos agricultores produz o que chamamos de renda invisível, que é o dinheiro que se deixa de gastar. Essa tecnologia garante isso, além de preservação ambiental e renda direta vinda da comercialização da diversificação dos produtos possíveis a partir de uma produção com SAF", argumentou a engenheira.
 

Kélem Cabral (MTb 1981/PA)
Embrapa Amazônia Oriental

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