A Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) recebeu, na quinta (9), no campo experimental de Itaporanga d’Ajuda, no litoral sul de Sergipe, assistentes técnicos para apresentar o desenvolvimento em campo de tecnologias sustentáveis para a cultura do coqueiro. Os mais de 30 participantes, a maioria dos quais vinculados à Empresa de Desenvolvimento Agropecuário do Estado de Sergipe (Emdagro), conheceram de perto a aplicação em campo do consorciamento do coqueiro com a leguminosa gliricídia como estratégia para redução da adubação química nitrogenada, bem como o uso de cobertura morta para a redução do volume de água de irrigação e de herbicida no coqueiral. Participaram, também, técnicos ligados à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e prefeituras e secretarias de municípios como Propriá, em Sergipe, e Conde, na Bahia. Os plantios de coqueiro anão verde irrigado para produção de água de coco, apesar de serem produtivos e lucrativos, carecem de inovações tecnológicas com baixo uso de insumos químicos e defensivos agrícolas e que sejam capazes de reduzir o volume de água de irrigação e melhorar a fertilidade do solo sem prejuízos à produtividade. A leguminosa Gliricidia sepium, em consórcio com o coqueiro, apresenta resultados promissores para redução ou substituição total da adubação química nitrogenada. As pesquisas da Embrapa com essa combinação vêm sendo lideradas pelo pesquisador Humberto Fontes. Os estudos com a cobertura morta com folhas secas de coqueiro, que têm à frente o pesquisador Fernando Cintra, apontam uma estratégia importante para reduzir o volume diário de água de irrigação. Quando completamente validadas pelos estudos e ensaios em campo, as soluções tecnológicas integradas irão proporcionar melhor manejo dos resíduos para promover a reciclagem dos nutrientes, melhorar o solo pela adição de matéria orgânica, reduzir as perdas de água por evaporação e impedir o desenvolvimento de plantas daninhas, minimizando, assim, o uso de herbicida. “Quando aplicados na zona do coroamento, esses resíduos (gliricídia e folhas secas de coqueiro), poderão agregar benefícios ambientais representativos no sistema de produção sem perder de vista a produtividade e lucratividade da propriedade”, explica Fernando Cintra. Na avaliação dos pesquisadores, a visita técnica foi uma grande oportunidade para trocar experiências com assistentes e extensionistas, na condição de multiplicadores de informações tecnológicas junto aos produtores de coco. Jamile Menezes, técnica em agropecuária vinculada à Prefeitura de Conde, a visita foi bastante proveitosa. “Pudemos ver soluções de muito interesse para nós como técnicos tanto quanto produtores rurais. Espero poder transmitir esses conhecimentos aos produtores, sempre reforçando que são soluções que melhoram a produtividade e eficiência”, argumenta. Para Ítalo, técnico que presta serviços à Codevasf em Sergipe, é muito importante poder contar com soluções cada vez mais sustentáveis para apresentar aos produtores. “O desenvolvimento dessas pesquisas é fundamental para o desenvolvimento da produção de coco e outras culturas”, defende.