22/06/22 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Primeiro remineralizador do RS tem avaliação técnica da Embrapa

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Foto: Paulo Lanzetta

Paulo Lanzetta - Encontro entre os representantes das empresas marca a elaboração de novos produtos a base de diferentes pós de rochas.

Encontro entre os representantes das empresas marca a elaboração de novos produtos a base de diferentes pós de rochas.

Os gestores da Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) receberam a visita da diretoria da Fida, empresa de calcários, minerais e fertilizantes, de Caçapava do Sul/RS, que vieram agradecer à Unidade por ter colaborado no desenvolvimento de um remineralizador de solos, sendo o primeiro apresentado ao mercado para o Rio Grande do Sul. O produto é resultado de pesquisa desenvolvida há quatros anos com diferentes tipos de rochas e possui desempenho significativo para atender a demanda dos produtores gaúchos.

Para o gerente comercial da empresa, Paulo Roberto Barbosa da Rosa, a visita se deu pelo fato de terem conseguido registrar no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) produto desenvolvido pela parceria, o qual contém na sua composição resultados de pesquisa de uso de pós de rochas associados a outros minerais, originando o primeiro remineralizador do Estado. “Procuramos a Embrapa para divulgar essa conquista do produto registrado pelos órgãos competentes e também para propor a elaboração de outro produto ao mercado a base de silicato. Mas esse encontro é o primeiro passo dessa trajetória de construção”, disse.

“Além de obter o registro oficial do produto, algo importante a destacar é que esse é o primeiro produto do Rio Grande do Sula  com estudos de avaliação agronômica realizados pela Embrapa”, disse o pesquisador responsável, Carlos Augusto Posser Silveira. Ele conta que a equipe já auxiliou no registro de mais dois produtos em outras regiões: água de xisto, em 2005, para o Paraná; e o fertilizante mineral simples, à base de rochas, em 2018, para São Paulo.

A pesquisadora Rosane Martinazzo comenta que outros estados, como Goiás, Minas Gerais e São Paulo, estavam à frente do Rio Grande do Sul na apresentação de produtos para esta finalidade agrícola. “Agora, o Estado também possui um remineralizador de solos à disposição dos agricultores e outros produtos similares estão em fase final de pesquisa e/ou registro”, completa.

Produto tem potencial agrícola

O pesquisador Carlos Augusto Posser Silveira conta que a pesquisa teve início em 2018, quando a Fida procurou a equipe de pesquisa para propor a associação de produtos para geração de um remineralizador de solos. “Nós fizemos trabalhos de pesquisa com diversas culturas, como soja, milho, arroz irrigado, tabaco e capim-elefante em casa de vegetação. A Fida repassou todas as caracterizações (química, petrográfica e mineralógica) do produto, conforme as exigências da legislação feita pelo Mapa e fizemos as combinações com as fontes tradicionais de fósforo e potássio. Através de desenhos estatísticos adequados verificamos os efeitos, otimizando o uso dos nutrientes fósforo e potássio, ao reduzir em 50% as doses das fontes tradicionais desses minerais, mantendo a produtividade das culturas. Ou seja, fica mais barato para o produtor e ele não perde a eficiência no desenvolvimento da sua cultura”, explicou.

Conforme Paulo Barbosa da Rosa, o produto já registrado, comercialmente denominado “Mineraliza Fida”, é um rejuvenescedor do solo, garantindo maior conservação. “Teremos retorno dos produtores neste momento, quando utilizarem o produto, mas ao acompanhar a pesquisa aplicada pela Embrapa em áreas experimentais, os resultados foram excelentes. Isto motiva a Fida em expandir seu portfólio de produtos”, comentou.

O sentimento dos pesquisadores da equipe de trabalho, de acordo com a pesquisadora Rosane Martinazzo, é de dever cumprido pela disponibilização de um novo produto regional e de menor custo para aqueles que são a principal razão de todo o trabalho de pesquisa, que são os agricultores. E isso pode ter um impacto positivo no sistema produtivo, especialmente em tempos de custos elevados de produção e de insegurança quanto aos preços e disponibilidade dos produtos importados. 

O produto estudado pela Embrapa apresentou também o aumento da massa seca das plantas superior a 15%, quando comparada com o tratamento controle, que teve redução de 50% das doses recomendadas de fósforo e de potássio. Ao mesmo tempo, a massa seca foi igual, quando comparado ao tratamento padrão (dose de 100% de PK).   

O remineralizador 

O novo remineralizador é derivado de três rochas selecionadas, contendo em sua composição minerais ricos em nutrientes necessários para atender às exigências das plantas cultivadas e do solo em si. Porém, os efeitos mais significativos foram sobre a eficiência de uso do fósforo e do potássio. 

Segundo Posser, além deste remineralizador, mais dois produtos foram testados e também farão parte do portfólio de produtos da Fida e de seus outros parceiros. "Estávamos estudando mais três produtos, além deste registrado. Mas, com certeza, dois desses três seguirão o mesmo caminho do novo remineralizador”, esclareceu. O novo remineralizador ainda será lançado oficialmente no segundo semestre deste ano.

Acompanharam a agenda o chefe-geral, Roberto Pedroso de Oliveira, o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia (TT), Enilton Fick Coutinho, o assessor de P&D, Gustavo Heiden, o coordenador do Núcleo Temático Agricultura Familiar, Alberi Noronha, e os pesquisadores Carlos Augusto Posser Silveira e Rosane Martinazzo. Pela Fida, compareceram o gerente comercial, Paulo Roberto Barbosa da Rosa, e os representantes técnicos Itajara Teixeira e Alexandre Silveira. A reunião aconteceu no dia 7 de junho.

Cristiane Betemps (MTb 7418/RS)
Embrapa Clima Temperado

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