A partir do dia 1º de julho, entrou em vigor a atualização das normas técnicas específicas para a produção integrada de uva em processamento (PIUP), conforme Instrução Normativa nº 21, publicada no Diário Oficial da União (DOU) no dia 02 de junho. Segundo Samar Velho da Silveira, Presidente da Comissão Técnica da Produção Integrada da Uva para Processamento - PIUP, a atualização buscou atender as demandas do setor produtivo para facilitar a sua adoção. “A atualização irá possibilitar uma maior dinamicidade na certificação, agilizando o processo. Fatores fundamentais para que mais produtores possam certificar a produção”, destacou o pesquisador da Embrapa, que atualmente atua na Divisão de Desenvolvimento Rural da Superintendência Federal de Agricultura/RS (DDR MAPA). Uma das mudanças irá impactar diretamente as vinícolas que compram uvas de diferentes viticultores, pois agora está aprovada uma nova fórmula para o sorteio no processo de auditoria em grupo, desde o primeiro ano da certificação. Dessa forma, será aplicada a fórmula x, onde x é o número de fornecedores de uvas da vinícola para a elaboração do produto - vinho ou suco - que será certificado. Portanto, a cada ano um certo número de fornecedores de uvas será sorteado para passar pela auditoria da certificadora. “Essa mudança, amparada pelo marco legal da Produção Integrada nacional, agilizará o processo tornando-o menos oneroso, reduzindo a necessidade de auditar todos os produtores anualmente”, explica Samar. A atualização também possibilita que os viticultores façam o processo de auditoria da uva no campo. Essa novidade dará um maior dinamismo, pois permitirá que o produtor comercialize a sua uva certificada com diferentes vinícolas, num sistema mais horizontal, ao invés de limitar o processo somente a uma gestão vertical, capitaneada pela vinícola, permitindo, portanto, maior protagonismo dos viticultores. Outra mudança importante será a redução do período de carência para entrada no sistema, após a avaliação da certificadora, sendo possível certificar o produto já no primeiro ano de implantação. “Todas as mudanças foram realizadas pela Comissão a partir das demandas do setor produtivo, que está interessado em implantar o sistema, mas que possuía alguns entraves, os quais esperamos que estejam sanados com esta atualização”, complementou. Ele destaca que atualmente a Vinícola Ravanello já comercializa o vinho certificado no mercado e a Vinícola Chandon certifica a parte do campo, com perspectivas de incluir o selo da PI nas garrafas nos próximos anos. Segundo Nede Lande Vaz da Silva, diretor do Instituto Certifica, único habilitado a fazer a certificação do Sistema, a norma que está entrando em vigor, resolveu o maior problema da certificação, que eram os custos. “A PIUP é a viticultura sustentável certificada, tendência da viticultura moderna”, destaca ele. Ainda em 2022, está programada a realização da segunda edição do Curso de Formação de Auditores e Responsáveis Técnicos, abrangendo as etapas Campo e Indústria. A organização está sendo realizada pela Divisão de Desenvolvimento Rural do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pelo Instituto Certifica, com a participação de um grupo de instituições públicas e privadas nas apresentações das palestras que compõem o curso. Participarão a Embrapa Uva e Vinho, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o Instituto Federal do Rio Grande do Sul – Campus Bento Gonçalves, o BioIn Biotecnologia, a Universidade Federal de Ciência da Saúde de Porto Alegre, a Universidade de Caxias do Sul e a Universidade de São Paulo.