04/07/22 |   Produção vegetal

Milho semeado dentro da janela ideal não teve problema com falta de chuvas em Mato Grosso

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Foto: Gabriel Faria

Gabriel Faria -

A semeadura da maior parte das lavouras de milho em Mato Grosso dentro da janela ideal prevista pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) evitou perdas devido à redução das chuvas a partir de abril. A informação faz parte do Boletim Agrometeorológico nº18, divulgado pela Embrapa Agrossilvipastoril. O documento mostra o comportamento da chuva nos seis primeiros meses de 2022 em Mato Grosso, como forma de subsidiar setor produtivo e instituições de crédito e seguro rural na avaliação sobre o que ocorreu na segunda safra no estado.

De acordo com o boletim, os três primeiros meses de 2022 tiveram chuvas satisfatórias e bem distribuídas em todas as regiões mato-grossenses, o que favoreceu o desenvolvimento das lavouras semeadas dentro da janela ideal, que se inicia em 1º de janeiro, considerando o risco de 20% de frustração de safra. O Zarc prevê ainda faixas de risco de 30% e 40%, cujas janelas se encerram em diferentes datas, conforme o município e o tipo de solo. A partir de abril, no entanto, as chuvas reduziram na região centro-sul do estado e ficaram escassas em maio em todo Mato Grosso.

“O plantio dentro da janela ideal acabou mitigando possíveis impactos negativos na grande maioria das lavouras de milho segunda safra no estado. Além disso, no mês de junho as chuvas retornaram em grande parte do oeste de Mato Grosso, favorecendo algumas lavouras de milho mais atrasadas”, afirma o documento. A semeadura do milho dentro da janela foi possível graças ao início antecipado das chuvas no segundo semestre de 2021, possibilitando a semeadura mais precoce da soja, que pôde ser colhida mais cedo, dando lugar ao milho. O comportamento da chuva na safra pode ser conferido no Boletim Agrometeorológico nº 17, publicado em março.

O Boletim Agrometeorológico traz os dados da estação meteorológica automática da Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop (MT). De acordo com os registros, a precipitação acumulada nos seis primeiros meses foi o menor dos últimos quatro anos, com 1.273 mm. Em janeiro, fevereiro e março os acumulados foram respectivamente de 291,9mm, 457,9mm e 447,7mm. Em abril, a precipitação total registrada caiu para 74,9 mm e em maio não houve registro de chuva. Foram os menores valores para os dois meses nos últimos cinco anos.

O acompanhamento do balanço hídrico sequencial mostra que o armazenamento de água no solo reduziu-se significativamente em relação à capacidade máxima, mais cedo em 2022, já no mês de abril apresentando dados negativos e sem recuperação no mês de maio.    

“Apesar do clima seco impactar no desenvolvimento das derradeiras áreas semeadas, a condição está favorecendo a maturação natural do milho, assim, facilitando o alcance do ponto de umidade dos grãos para a colheita”, diz o boletim.

 

Boletim Agrometeorológico

Há seis safras, a Embrapa Agrossilvipastoril divulga três edições do Boletim Agrometeorológico. A primeira edição mostra o comportamento das chuvas na semeadura da safra de soja e é lançada em novembro. A segunda é divulgada em março e retrata a colheita da oleaginosa e semeadura das culturas de segunda safra. A terceira é divulgada em junho, quando as chuvas se encerram e começa a colheita.

O Boletim é um produto destinado a atender uma demanda do setor produtivo e de agentes de crédito e seguro rural por documentos oficiais que subsidiem o pagamento de seguro em caso de frustração de safra provocada pelas condições climáticas.

Todas as edições do boletim estão disponíveis em www.embrapa.br/agrossilvipastoril/biblioteca.

Gabriel Faria (MTB 15.624 MG)
Embrapa Agrossilvipastoril

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