Dia de campo apresenta estratégias de manejo em sistema agroflorestal agroecológico e biodiverso
Dia de campo apresenta estratégias de manejo em sistema agroflorestal agroecológico e biodiverso
A Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) promoveu hoje, 22 de julho, o Dia de Campo “Biomassa, irrigação e controle biológico em sistema agroflorestal agroecológico”. O objetivo do evento foi promover o compartilhamento de conhecimentos, dados de pesquisa e estudos relacionados aos Sistemas Agroflorestais (SAFs), com os produtores rurais familiares e de assentamentos de reforma agrária, estudantes, estagiários e extensionistas.
Os SAFs são sistemas agrícolas que misturam no mesmo espaço e tempo, os cultivos agrícolas com espécies arbóreas. É reconhecido como uma importante estratégia para se alcançar sistemas de produção sustentáveis e incorporar componentes florestais aos ativos agrícolas. Devido ao crescente interesse pelo tema é cada vez mais evidente a necessidade de formar agentes multiplicadores capazes de disseminar técnicas e métodos agroflorestais e agroecológicos para um maior número de agricultores.
O Dia de Campo foi uma iniciativa da Embrapa Meio Ambiente, por meio da equipe do projeto OtimizaSAF em parceria com a ONG Mutirão Agroflorestal e a Fazenda São Luiz. Os participantes puderam perceber, ao longo das atividades, as recomendações e os dados das pesquisas que estão em curso em uma parcela de SAF localizada no Sitio Agroecológico da Embrapa em Jaguariúna, SP. Os estudos começaram no início de 2018.
Para efeito de discussão, também foram abordados aspectos práticos e conceituais sobre o desenho do SAF, estratificação, plantio, manejo e, em especial, sobre os experimentos com biomassa, irrigação e controle biológico no SAF, além da realização de práticas de manejo agroflorestal. Rodrigo Junqueira da Fazenda São Luiz e membro da ONG Mutirão Agroflorestal, ressalta que participação em evento com identidade agroecológica é muto gratificante, pois é onde pessoas com vivências e experiências produtivas diferentes podem se reunir e trocar conhecimentos.
Para Junqueira a Agroecologia é um movimento onde pessoas se juntam na busca de reorganizar o equilíbrio do ambiente de produção, por meio do respeito à natureza, equilíbrio biológico e uso racional da matéria orgânica, processo que termina por diminuir a dependência de insumos externos à propriedade. "Com essas ações conseguimos obter solos produtivos e que geram alimentos saudáveis e de modo mais sustentável."
O analista da Embrapa Waldemore Moriconi ressalta que as pesquisas realizadas pela equipe de Agroecologia da Embrapa Meio Ambiente têm a finalidade de obter respostas para os gargalos que os agricultores familiares encontram no seu dia-a-dia, e que por isso é tão importante que eles participem de eventos desta natureza. Moriconi explica que dias de campo são uma ótima oportunidade “para que os produtores possam trocar conhecimentos com técnicos, pesquisadores e com seus pares sobre os problemas e as soluções da atividade, além de discutir novas formas de produzir e gerar renda com maior sustentabilidade”.
Maria das Graças Caetano, produtora rural do assentamento Horto Vergel em Mogi Mirim, SP registrou o sentimento de satisfação por estar participando do evento, justamente no momento que inicia o processo de transição produtiva, de um sistema convencional para o agroflorestal agroecológico. “A minha alegria em participar é enorme e faço isso acompanhada do meu filho, que também é um entusiasta dos sistemas agroecológicos. Viemos em busca de novos conhecimentos e isso é muito importante para nós", enfatizou.
Já o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Marcos Corrêa Neves disse que a Agroecologia tem, por natureza, a característica de promover a interação dos atores nos processos. Segundo ele, esses eventos são oportunidades para fortalecer as relações pessoais e ainda agregar novas pessoas ao movimento.
Neves explica que em dias de campo é comum encontrar agricultores agroecológicos que ainda estão na fase inicial de implantação do sistema e a inter-relação desses atores com outros produtores agroecológicos, em estágios de implantação mais avançados, promovem um substancial ganho de tempo e eficiência na implantação. “Um agricultor sempre terá algo a aprender com a experiência do outro e, nesse sentido, aprendemos todos”, completa.
Marcos Vicente (MTb 19.027/MG)
Embrapa Meio Ambiente
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