Gestão do transporte em florestas plantadas exige conhecimento aprofundado e ferramentas informáticas apropriadas
Gestão do transporte em florestas plantadas exige conhecimento aprofundado e ferramentas informáticas apropriadas
Sabe-se que a logística representa um dos maiores custos do negócio florestal. E ter um processo eficiente na área representa um importante desafio, pois exige amplo conhecimento de manejo florestal e ferramentas informáticas adequadas. Este foi um dos assuntos do 9º Workshop Embrapa Florestas/Apre, do dia 04 de agosto, abordado por Julio Eduardo Arce, professor de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná, palestrante do Painel 2, sobre Planejamento Florestal - Manejo avançado.
Durante a palestra, Julio Arce abordou os principais desafios recentes atinentes à área do ordenamento florestal, que é a forma como se organiza a floresta no território e como se estabelecem as relações entre esta e as pessoas. Vários fatores estão envolvidos, como volume florestal (que necessita o entendimento de demanda, sazonalidade, chuvas, mínimo e máximo operacional, colheita e transporte); a área (que envolve o preparo do terreno, plantio e implantação, condução e reforma, desbastes e corte raso) e a receita (fluxo de caixa, máximo faturamento, lucro presumido, margem mínima etc.).
Arce comparou estes vários desafios à resolução de cubos mágicos, que possuem diferentes tamanhos, podendo ir de 2x2 blocos, que possuem resolução mais simples, até os de 7x7 blocos, com maior complexidade. “Ou seja, assim como os elementos envolvidos no processo logístico, quanto maior o número de fatores, maior a intensificação da sua complexidade e as dificuldades de conciliação das decisões”, afirma.
Entre os fatores considerados, o professor enfatizou também as restrições ambientais e de paisagem, como talhões adjacentes, áreas vizinhas e greenup delay, “algumas das quais inevitavelmente exigem o uso de variáveis binárias (0/1) aumentando, em consequência, a complexidade dos modelos. E para sincronizar esses objetivos, torna-se necessário lançar mão do planejamento florestal otimizado”, diz. Julio Arce também destacou a importância de ser fazer uma agenda (sequenciar áreas, preparo do plantio e colheita e infraestrutura), “buscando uma situação factível, mesmo que provoque mudanças de logística”, aponta.
De acordo com o professor, as condições cada vez mais cambiantes do mercado de produtos florestais tornam o abastecimento regular de indústrias de base florestal um verdadeiro desafio para quem faz ordenamento de florestas plantadas. “Praticamente não há como encarar este desafio sem um profundo conhecimento de manejo florestal, nem sem adequadas ferramentas informáticas que implementem modelos matemáticos de otimização. Felizmente, desde as academias e instituições de pesquisa, estas abordagens vêm se tornando cada vez mais comuns, a ponto de dispormos atualmente no Brasil de uma excelente capacidade de formação de recursos humanos altamente especializados no assunto”, afirma.
O 9º Workshop é uma realização da APRE e da Embrapa Florestas, com patrocínio de Becomex, Lavoro/Florestal, Remsoft e Trimble; e apoio de Abimci, Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR), Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), Sistema Fiep, Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná (Fupef), Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Unicentro Paraná e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
Manuela Bergamim (MTb 1951-ES)
Embrapa Florestas
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